segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Esboço Histórico de Trairi CE. Vol. III



 

Sec. XX e XXI

Apresentação.



Os historiadores são cautelosos quanto ao tempo que envolve suas pesquisas. Nem sempre uma escrita espaçosa demonstra a qualidade de um trabalho investigativo se nele encontram-se imperfeições. Mais vale, certamente, um pequeno conteúdo de informações verdadeiras do que um amontoado de páginas imprecisas sobre o objetivo da obra.
Logo no primeiro volume, retardamos a publicação porque precisávamos descobrir a origem de Maria Furtado de Mendonça. Se chegara a Trairi por acaso, devido a um naufrágio ou por meio de uma programação prévia. Nosso vizinho de Uruburetama, Pedro Soares Bulcão, com seu livro Anastácio Braga, de 1928, um trabalho de genealogia soberbo, até então desconhecido por estes autores, confirmou nossas suspeitas, mostrando claramente a naturalidade brasileira da fundadora de Trairi Sede, precisamente de Pernambuco. Em seguida, encontramos a árvore genealógica da família, portuguesa de Lisboa e que se mudou para a Ilha da Madeira. Certamente com fim de navegação, uma vez comerciante.
No segundo volume, a pesquisa cuidadosa para identificar os primeiros habitantes brancos, os índios batizados, assim como os escravos. Consultando os livros eclesiais e os registros arquivados pelo Estado, conseguimos contar um pouco de muitas famílias primitivas. Por isso, a paciência e a necessidade de tempo para conclusões mais precisas.
Já no fechamento do Esboço Histórico de Trairi veio a pandemia, a preocupação maior com a saúde, evitando lugares fechados e o contato assíduo com livros e documentos antigos. Nem por isso paramos. O terceiro volume chega para concluir a ideia dos autores e dos colaboradores, que é de disponibilizar um acervo de informações até então inéditas. Ainda que este trabalho da era atual esteja incompleto, pela falta de retorno de pessoas e de entidades consultadas, obviamente  continuamos na linha de frente investigativa, de pesquisar e de atualizar esse povo tão querido, amável e progressivo.

Colaborador: Professor Francisco Bonifácio.


Batista Santiago e Lucas Junior. Autores.



Cap. 1. Aspectos Políticos. Governadores e Trairi na época.

1.1. Política nacional.

 

Se a Europa procurava modernizar seu processo econômico, focando a industrialização durante o século XIX, Portugal não acompanhou esse processo. Ao contrário, como na fechada cadeia produtiva brasileira, manteve-se sob o predomínio de um sistema agrário muito pouco desenvolvido. Passou a ser visto como “atrasado” sobretudo com os ideais conservadores e patrióticos do ditador Oliveira Salazar, que estimulava o latifúndio num país pequeno mesmo com o crescimento populacional das cidades.
Todo o setor econômico e social brasileiro continuava atrelado à sua antiga metrópole e aos movimentos afins da Europa. Desse modo, quando o sistema imperial português entrou em crise a partir de 1890, atrelado ao domínio da Inglaterra, que impôs sansões quanto a sua gestão e conquista da Angola e Moçambique, o recuo do regime monárquico ocasionaria a sua decadência e o fortalecimento das correntes republicanas.
No Brasil, cuja Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, poucas mudanças ocorreram com o consequente Governo Provisório, com a manutenção dos latifúndios, sem reforma agrária e predomínio da exclusão, a perspectiva era de mudanças favoráveis aos mais desassistidos, com a nova Constituição nas mãos dos governos dos marechais:
· Deodoro da Fonseca (1891) Na primeira eleição presidencial, coube aos integrantes do Congresso Nacional, Deodoro da Fonseca foi eleito, Floriano Peixoto foi escolhido como vice-presidente. O resultado deu origem a sucessivas crises políticas durante o mandato de Deodoro, que desembocaram no fechamento do Congresso pelo presidente. Esse fato provocou, além de intensas reações por parte do exército, o levante da Marinha, que exigia a renúncia do presidente. Diante das pressões e por temer uma guerra civil, Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo em novembro de 1891, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu, dessa forma, a Presidência da República.
· Floriano Peixoto (1891-1894) O vice chegou à Presidência fortalecido pelo respaldo das elites agrárias e do Congresso, reaberto logo após a sua posse. O apoio do governo ampliou-se com a adoção de várias mediadas populares, como a diminuição dos impostos sobre a carne, o controle do valor dos aluguéis e a construção de casas populares. A consolidação da República no Brasil foi conseguida graças à atuação do marechal Floriano Peixoto, que, durante o seu governo, enfrentou com sucesso às ameaças à unidade republicana. Por isso foi chamado de “Consolidador da República” e “Marechal de Ferro”.
Contudo, os coronéis continuavam donos do poder em suas terras, e o controle cada estado entregue às oligarquias mais influentes. Em geral dependia delas a concretização de muitos favores que os políticos prometiam aos seus eleitores, como a construção de um hospital ou de uma escola, em sua maioria formada por representantes dos senhores de terra e militares. Os cargos políticos federais mais importantes, como o de presidente da República e os de ministro da Fazenda e da Justiça, eram dominados por representantes das oligarquias paulista, mineira e gaúcha, demonstrando a força que tinham esses estados durante a Primeira República. Particularmente São Paulo e Minas Gerais, economicamente mais poderosos, conseguiam impor uma política de favorecimento dos seus interesses.
 A hegemonia de paulistas e mineiros na presidência da República ficou conhecida como Política Café com Leite, evidenciando a hegemonia do domínio oligárquico (1894-1930). Foi um período de governo comandado por políticos vindos de famílias de grandes latifundiários, principalmente cafeicultoras do estado de São Paulo. Aliás, foi o paulista Prudente de Moraes (1894-1898) quem inaugurou a chamada República das Oligarquias, seguido por Campos Sales (1898-1902), Rodrigues Alves (1902-1906), Afonso Pena (1906-1909), Nilo Peçanha (1909-1910), Hermes da Fonseca (1910-1914), Venceslau Brás (1914-1918) e Delfim Moreira (1918-1919). Contudo, no espaço compreendido entre 1919 e 1930 caracterizou-se a crise da política desse sistema, projetando ações dos adversários, apoiadas pela classe trabalhadora.


Amanach do Ceará 1908


Censo de 1920. Ceará: 1.319.228 habitantes. Fortaleza: 78.536 habitantes. Trairi: 6.993 habitantes.

Na década de 1920, porém, mudanças significativas abriram espaço para o fortalecimento de novos grupos sociais, com militares, as classes médias urbanas, setores organizados dos trabalhadores, que reivindicavam a participação no poder.
O resultado foi a Revolução de 1930, movimento armado que colocou fim à hegemonia das oligarquias: a Política dos Governantes. O objetivo desse arranjo era evitar os choques entre os governantes estaduais e a União e garantir o poder para os grupos mais fortes no interior de cada estado. Assim, os grupos dominantes de cada estado apoiaram o governo central. Em troca, o presidente não reconheceria, nos estados, a vitória dos candidatos à Câmara Federal ligados à oposição. Para esse acordo funcionar era preciso que a situação vencesse sempre nos estados. A saída foi criar a Comissão de Verificação dos Poderes, controlada pelo Executivo federal. Ela, encarregada de examinar as atas das eleições, fazia a “degola” dos candidatos da oposição que por acaso saíssem vitoriosos. A Política dos Governadores fortaleceu o poder local, exercido pelos chamados coronéis.
Em geral, grandes proprietários de terras, os intermediários os políticos e os eleitores despolitizados, continuavam controlando os votos em seus municípios de influência. Como o voto era aberto, a maioria deles ficava sujeita às pressões sob pena de perseguições. Em troca de favores, como um emprego nas fazendas, roupas, alimentos ou materiais de construção. Ainda sentimos tamanha necessidade e por conseguinte a aproximação e fidelidade ao mesmo sistema de atração de votos.

Mapa do Ceará em 1926 (J. Terto de Amorim)


A centralização político-econômica no Brasil continuou beneficiando o setor mais abastado da sociedade, partindo dos latifundiários, produtores de café e de algodão. No Ceará, as grandes fortunas particulares do século XX surgiram das plantações de algodão, o “ouro branco”, e dos cafezais das regiões serranas, incluindo a de Uruburetama, que depois foi trocada pelo plantio da banana, e que, por sua vez, influenciou na economia de Trairi.
Com o fim da II Guerra Mundial, o Brasil tornou-se forte aliado dos Estados Unidos, sendo que o outro tinha seus interesses numa matéria-prima carente mundialmente: a borracha. Criou-se um órgão federal chamado Semta, em 1942, que providenciou o recrutamento de cearenses para o trabalho nos seringais com a promessa de apoio, o que na prática não ocorreu.  Era o retorno dos flagelados ao Norte, entregues à sorte, após cerca de quarenta anos, sem crescimentos sociais e com uma forte concentração de renda. Muitos trairienses partiram para a Região Amazônica e por lá ficaram, outros voltaram, mas o legado da nossa gente continua enraizado no norte brasileiro.
O Brasil experimentou o direito a voto popular, inclusive feminino, elegendo seus governantes até o golpe de 1964, quando passou, ou voltou, ao comando dos militares, que, de imediato, fecharam o Congresso, e em seguida iniciaram as cassações de parlamentares opositores. Trairi, como praticamente todo o Ceará, ficou ao lado desse sistema autoritário, com as lideranças políticas, outrora da UDN e do PSD, refugiando-se à Arena. Ou seja, os candidatos a prefeito registraram as candidaturas como Arena I e Arena II, a exemplo do grupo de Zé Granjinha e de Jonas Azevedo, salvo Mário Ribeiro, pelo MDB.
Com a abertura, a partir das Diretas Já, em 1984, o processo democrático ensejou o crescimento do País em todos os sentidos. Trairi teve grandes progressos e hoje se destaca no turismo, no agronegócio, no petróleo e na energia limpa, empregando , educando e se consolidando como consoante na tarefa de erradicação do analfabetismo. Uma peregrinação pela liberdade e sustento que remonta a lembrança da peste e seca de 1877/1880, quando seus filhos morriam de fome e, sem vacina, pela varíola na porta da igreja e da Câmara de Vereadores a espera de um pedaço de pão.
 

Cap.2. Formação Administrativa.


2.1. Governantes
 
O Ceará iniciou o século XX sob a hegemonia do Partido Republicano Federal, praticamente sem oposição, com os deputados cearenses fieis ao presidente Campos Sales, que por sua vez foi indicado pelos oligárquicos cafeeiros de São Paulo, e que no Ceará tinha um velho representante político, o Comendador Nogueira Accioly, a quem os vereadores de Trairi eram submissos, assim como a seu sucessor, Dr. Pedro Borges, seu braço direito, médico e ex deputado.

O Estado possuía 79 municípios, sendo 27 cidades e 52 vilas. Na vila de Trairi, Francisco Ribeiro da Cunha, coletor, casado com Josefa Xavier Ribeiro, foi escolhido internamente intendente, e na presidência da Câmara de Vereadores Anastácio Tabosa Braga, seguido por José Joaquim Gouveia, que também exercia a função de instrutor público (de ensino). 


No início do século XX, o pequeno cemitério de 45 m x 65 m. No Pici. (Assentamentos Estaduais)


Com a Lei n° 764, de 12 de agosto de 1904, governado por Accioly, chefe do Partido Conservador, os intendentes passaram a ser nomeados pelo  Estado, ano de eleições municipais, cujos eleitores consistiam nos letrados e nos fazendeiros. Francisco Ribeiro da Cunha contou com o apoio deles também nas eleições de 1908, permanecendo até 1912. Por breve período, entretanto, assumiu a intendência Francisco Januário da Silva (1912/13). Nesse período, o Ceará possuía dois distritos eleitorais e Trairi pertencia ao 1° Distrito, que ia de Fortaleza a divisa norte do Piauí, incluindo a Ibiapaba.



1911. Liberato Barroso indica filho para cargo.
(Unitário)


1913. Perda da autonomia politica.


Tendo em vista as constantes disputas entre os políticos da região, eis que, após 19 de agosto de 1875, quando voltou a usar a denominação que perdura nos dias atuais, perdeu a autonomia política através da Lei n° 1084 de 19 de abril de 1913, ficando, por várias vezes, os cargos do Judiciário e das finanças (Coletoria) aos cuidados de substitutos. Foi mais um período conturbado da história política cearense, quando Franco Rabelo, com apoio popular, derrotou os Accioly, porém com breve período de mandato. Houve forte reação dos políticos locais, como do Cariri, a frente o Dr. Floro Bartolomeu, tirano que controlava Padre Cícero na política, culminando com a queda de Franco Rabelo, sem base de apoio suficiente no legislativo, assumindo o governo Setembrino  de Carvalho. Assim, o protegido major Liberato Barroso de Souza chegou a intendente, provisoriamente, como o outro. Com a restauração pela Lei n° 1181, de 23 de julho de 1914, em 2 de outubro daquele ano, a Câmara Municipal de Trairi elegeu João Ferreira da Cunha Gangorra prefeito tão logo o aciolista Benjamim Liberato Barroso foi efetivado governador.

1898 - 1900: Francisco Ribeiro da Cunha (presidente da CMT), Anastácio Tabosa Braga (presidente da CMT), Joaquim Rodrigues Chaves, Raymundo Nonato da Paixão, Miguel Ferreira da Cunha Gangorra, Paulino Tolentino Chaves e Anacleto de Castro Jatahy, José Thomás de Paula. Francisco Ribeiro da Cunha, que, entre coletor e intendente, renuncia ao segundo. Antônio Ribeiro da Cunha eleito intendente nesse ano. 1901 - 1904: Antônio Ribeiro da Cunha (presidente da CMT), Anastácio Tabosa Braga (presidente da CMT), Joaquim Rodrigues Chaves, Paulino Tolentino Chaves, Anacleto de Castro Jatahy, Miguel Ferreira da Cunha Gangorra e José Thomás de Paula.

1905 - 1909: Francisco Ribeiro da Cunha (presidente da CMT), José Joaquim de Gouveia (presidente da CMT), José Fernandes Braga, Manoel Teixeira da Costa (III), José Thomás Braga, Joaquim Rodrigues Chaves, Raimundo Nonato da Paixão, Miguel Ferreira da Cunha Gangorra e Anacleto de Castro Jathay.

1910 - 1912: José Joaquim de Gouveia (presidente da CMT), João Ferreira da Cunha Gangorra (presidente da CMT), José Fernandes Braga, Manoel Teixeira da Costa (III), José Thomás Braga, Joaquim Rodrigues Chaves, Raimundo Nonato da Paixão, Miguel Ferreira da Cunha Gangorra e Anacleto Castro Jathay.


1913. Francisco Januário da Silva intendente





















1913: Francisco Januário da Silva (presidente da CMT). José Joaquim de Gouveia (presidente da CMT), Antônio Barroso Cordeiro, Francisco da Costa Veras, Galdino Lopes de Castro, Raymundo Nonato Ribeiro.  Nesse ano, durante o governo de Franco Rabello, o município foi suprimido, passando para a comarca de Itapipoca. 

1914: João Ferreira da Cunha Gangorra (presidente da CMT), Francisco Januário da Silva. José Joaquim de Gouveia, Antônio Barroso Cordeiro, Francisco da Costa Veras, Galdino Lopes de Castro e Raymundo Nonato Ribeiro.


 

1914. João Gangorra presidente da Câmara

 

Em 1915, assumiu a prefeitura em novo caráter provisório, Raimundo Nonato Ribeiro, o Mundoco, jovem vereador, quando a oligarquia Ribeiro da Cunha se consolidava. Com as eleições municipais de 1916 o mandato era de dois anos. Em 1919, foi eleito para aquele posto Raymundo da Costa Souto.  A Câmara Municipal era presidida por Pedro Ferreira de Souza, sendo vice-prefeito Galdino Lopes de Castro. Demais vereadores: Manoel Tolentino Chaves, Francisco de Castro Moura Filho, Francisco Furtado de Paula, José Joaquim Gouveia, Saturnino Lopes do Prado e Henrique Pereira de Azevedo.
Porém, quando surgiu o Partido Republicano Conservador Cearense (PRCC), chegando ao poder do Estado o Dr. Justiniano de Serpa, apoiado pelos democratas, Trairi voltou a ser distrito pela Lei n° 1794, de 9 de outubro de 1920, anexado a Itapipoca quando possuía 250 eleitores e nove vereadores, todos do Partido Democrata, antigo opositor, então na aliança governista.
Novamente município por força da Lei n° 2002, de 16 de outubro de 1922, permanecendo nove anos, afora situacionistas, conservadores. Administraram Trairi nesse período de pouco mais de cinco anos, o professor José Silveira Agnelo (de Fortaleza), até 10 de abril de 1924, quando ocorreram eleições.  Raimundo Nonato Ribeiro retornava ao Executivo a partir daquele ano, com a CMT formada por: Pedro Barbosa de Moura (presidente), Manoel Tolentino Chaves, José Lopes do Prado, Joaquim Praciano de Castro, Manoel Furtado Junior, José Silveira da Paixão, Galdino Lopes de Castro Filho, João Martins Ribeiro, Henrique Carlos Rocha e Francisco Fernandes Braga. O secretário da Prefeitura era Pedro Carneiro Mesquita Sobrinho, cedido pela Coletoria, que fez sérias denuncias na imprensa da capital sobre vereadores que não compareciam às sessões, e o prefeito, que sem votações no legislativo, repetia os orçamentos.



1923. Prefeito José Silveira citado como deputado
pelo Jornal do Commercio do AM


 

                                           José Silveira Agnelo
 

Nasceu em Fortaleza em 29 de setembro de 1884. Filho de José Maria Silveira e de Maria da Glória Carneiro Silveira, portugueses. Seus estudos primários ocorreram no Instituto de Humanidades, na época dirigido pelo professor, ou melhor, cônego Vicente Salazar da Cunha, enquanto os ensinos secundários no conceituado Liceu do Ceará. Partiu para a Europa aos 15 anos, estudando na Suíça, onde aprendeu a jogar futebol, de modo que, pelo Rosemberg Futebol Clube, pisou em campos da Inglaterra defendendo o time suíço. Ao retornar ao Ceará trouxe a primeira bola e as regras do esporte, sendo, portanto, o introdutor do futebol cearense. Formou-se pela Faculdade de Direito do Ceará em novembro de 1909. Em sua terra destacou-se nas artes das Letras, professor renomado dos melhores colégios, sendo ainda o tradutor oficial do governo estadual: inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, russo, holandês, sueco, norueguês, grego, romeno e árabe. Como político, deputado estadual, indicado por lei prefeito de Trairi (1922 – 1924, onde possuía terras entre Mundaú e Canaan, em Lavaginha. Construiu a estrada carroçável Trairi - Tururu, via Belém (Cemoaba), abriu escolas de apoio e fez melhoramentos em prédios públicos como o Barracão.
Em 1925, retornou ao Mundaú, em grande cortejo e recepção com fogos de artifícios, quando o seu amigo e ex-presidente do Estado, José Pompeu Accioly (na verdade governou o Ceará por três meses, entre 1907 e 1908, como vice-presidente de uma gestão do seu pai, Nogueira Accioly), foi padrinho de batismo de  sua filha no sítio de Lavaginha. Lideranças do seu partido (Partido Republicano Conservador), como José de Borba e Manoel Sátiro, acompanharam a comitiva, fechando a noite com festa no clube municipal daquele distrito.
                                                                     

Faleceu em Fortaleza em 16 de julho de 1967.

 

1925. Ex prefeito José Silveira retorna a Mundaú
(O Nordeste)



O coronel José Araújo Filho foi o último prefeito (1928/31) do município antes do Decreto n° 193, de 20 de março de 1931, durante a Revolução de 1930, o primeiro governo de Getúlio Vargas, chamado de Governo Provisório, que o rebaixou a distrito, dessa vez de Anacetaba, futura São Gonçalo do Amarante. A partir de então assumiu a prefeitura, como interventor, João Ferreira Pinto. Zeca de Araújo, nomeado pelo governador Matos Peixoto, seguia a corrente do Partido Democrata, ora comandado no Ceará pelo Dr. João Thomé e pelo deputado Manoel Moreira da Rocha (de Caucaia); e liderada no município por Luiz Ferreira da Cunha (IV) e pelos irmãos José (II) e João Alves da Silva, aciolistas (adeptos da oligarquia Nogueira Accioly). Ou seja, dentro da corrente governista municipal havia um racha.
 

                            José Araújo Filho
 

Natural de Umirim, filho de José Francisco de Araújo e de Rosa Braz de Araújo. Comerciante e proprietário de terras, iniciou no comercio em Passagem do Tigre, atual Paraipaba. Transferiu-se para Fortaleza, associando-se a Frederico Moreira, surgindo a firma J. Moreira & Araújo. Mas com a morte do colega, adquiriu terras e salinas em Mundaú, Trairi, ao mesmo tempo em que abriu casas comerciais em Itapipoca, onde explorou fazendas na região. Era irmão do também comerciante Arlindo Araújo, homem distinto, respeitado por onde passou, inclusive em Fortaleza, onde fixou residência até o fim da vida.
 

 

1925. O Nordeste destaca ausências de vereadores



A eleição de 1933, visando a Assembleia Constituinte, ainda durante o Estado Provisório do governo Getúlio Vargas, foi a primeira após a criação da Justiça Eleitoral. Para tal, o surgimento do TRE CE em 2 de agosto de 1932 voltou-se aos preparativos da dita, processando-se o alistamento eleitoral. Houve uma reformulação partidária, destacando-se a Liga Eleitoral Católica (LEC) e seu oponente, o Partido Social Democrático (PSD), pelo qual José de Borba foi eleito deputado federal constituinte sob a liderança dos irmãos Juarez e Fernandes Távora, governistas, ou seja, “mudou de lado”. Entretanto, a LEC, braço da Igreja Católica, obteve vitória. No ano seguinte, a eleição da Assembleia Constituinte Estadual, cumprindo-se a promessa de retorno â democracia pelo presidente Getúlio Vargas. E, como distrito, Trairi não participou das eleições municipais de 1936.
Esforços não faltaram para o ressurgimento do município. A demanda perdurou por longo período, mas não lograva êxitos devido às forças políticas dos vizinhos. Trazemos trecho dessa luta em 1938, quando José Silva mostrou seu repúdio quanto às especulações de que, quando se esperava o contrário, Trairi voltaria a ser distrito de Itapipoca. Cita, inclusive, um critério exigido, de estar localizado entre dois rios. Aliás, dois dos maiores rios do Estado:
 

Jornal Gazeta de Notícias, 11 de novembro de 1938.
Restauração do Trairi

Fui informado que a Comissão encarregada da nova divisão e organização municipal no Ceará está no propósito não de restaurar o antigo município de Trairi, e sim de retalhá-lo para compensar Itapipoca da sensível perda do distrito de São Bento da Amontada, que será convertido em município, adotando talvez o critério falho das linhas imaginárias e divisor de águas entre rios com 6 ou 8 léguas de distância.
Não posso acreditar que a egrégia Comissão, composta  por homens conhecedores do nosso Estado e dentro das instruções do Decreto Federal, vá prejudicar a justa aspiração de minha terra de ver restaurado o seu antigo município.
Ora, o Trairi é o distrito que mais se enquadra dentro do referido Decreto Federal, pois está situado entre dois rios: Curu e Mundaú, distando cinco léguas para cada um, e limitando-se por um lado com o Oceano e por outro com a antiga Estrada da Uruburetama, que serve de divisa com o município do Arraial. Quer dizer que o Trairi tem seus limites verdadeiramente naturais. Fica distante doze léguas para São Gonçalo, catorze para o Arraial e doze para Itapipoca.
Sua população é de cerca de 20 mil habitantes, com 206 casas só na sede do distrito, que Escolas Reunidas, Cadeia Pública, Mercado, Cemitério, Correio e Telégrafo, Tabelionato, Juiz Distrital, sendo sede de Freguesia, com Igreja Matriz, tendo ainda duas Coletorias Estaduais, sendo uma no Trairi e outra no Mundaú.
O Trairi produz toda a sorte de cereais, sendo grande centro farinheiro, e tendo bem desenvolvidas as industrias de pesca e de sal, contando com os três portos: de Mundaú, Freixeiras e de Lagoinha..
É composto de quatro distritos: Trairi, Mundaú, Belém e Tigre, e mais os povoados de Lavagem, Lavaginha, Freixeiras, Campestre, Córrego Fundo, Mundo Novo, Córrego dos Costa e Lagoinha.
Sua renda pode ser de mais de vinte contos de réis, dado o movimento comercial e a sua grande produção, bastando dizer que as suas duas Salinas, Ipiranga e Vieira, pagaram de selo federal, no ano passado, cerca de cem contos de réis!
O Trairi é, portanto e inegavelmente, uma terra que tem vida própria, sendo o seu solo de grande fertilidade, seus rios, córregos, lagoas e alagamar, alguns deles perenes, a prova do que afirmo.
Se a douta Comissão, nos estudos para a reorganização municipal, tem de atender as verdadeiras condições naturais e possibilidades econômicas de cada região, absolutamente não deve esquecer a nossa terra rica, Trairi. E se o seu progresso não corresponde ao seu valor econômico a culpa pertence aos governos passados, que entregaram a sua sorte as iniciativas particulares dos seus filhos, tão somente.
Além disso, o próprio Prefeito Municipal de São Gonçalo, ao qual Trairi está anexado, disse, em seu relatório à Comissão, que Trairi deveria ser restaurado, fazendo assim justiça à minha terra que ele muito conhece.
O Exmo. Sr. Dr. Francisco de Menezes Pimentel, quando Governador do Estado, disse-me que Trairi seria restaurado logo que a Assembleia funcionasse, adiantando-me mesmo que o próprio Prefeito de São Gonçalo, Cel. Adelino da Cunha Alcântara queria a restauração de Trairi.
Talvez se diga que o meu apelo é tardio, nunca é tarde para se fazer justiça.
Fortaleza, 10 de novembro de 1938.


                                  JOSÉ ALVES DA SILVA



Nota: Trairi perdeu, por descuido político, os distritos de Lagoinha e Passagem do Tigre para Paracuru, e depois para Paraipaba; e o mesmo caso de Belém (Cemoaba) para Uruburetama, e por conseguinte para Tururu. José Silva(II) tinha razão, era o momento de reconquistar a honra de município. Bradou no escuro diante da subserviência das autoridades locais às decisões da Assembleia Legislativa e do Palácio da Luz.
 
 



1941. Mundaú distrito de São Gonçalo



2.2. Emancipação definitiva.


Após um período doloroso, de poucos avanços em todos os setores, Trairi reconquistou, através da Lei n° 1153, de 22 de novembro de 1951, a relevância como município. 22 de novembro, portanto, reconhecido pelos políticos locais como a Data Magna de Trairi, apagando as memórias do seu histórico de fatos marcantes desde 1725.
Sua instalação ocorreu a 25 de março de 1955, somente, quando assumiram os novos prefeitos, vice e os vereadores, época em que liderava o esquema político José Granja Ribeiro, filho de Raimundo Nonato Ribeiro, e governava o Estado Raul Barbosa.

 

OS PREFEITOS E VICE PREFEITOS DE TRAIRI DESDE A EMANCIPAÇÃO EM 1951 AOS DIAS ATUAIS.
 

Prefeito e Vice                                                                     Mandato
 
01 - José Granja Ribeiro                                          25 de março de 1.955 a 25 de março de 1.959
Francisco Carneiro Damasceno.


02 -  Antônio Alves da Silva.                                    25 de março de 1.959 a 25 de março de 1.963.
Raimundo Gomes da Costa.
Foto ex vereador e presidente da CMT

03 -  José Granja Ribeiro                                         25 de março de 1.963 a 25 de março de 1.967.
Raimundo Gomes da Costa.


04 -  Manoel Barroso Neto                                     25 de março de 1.967 a 25 de março de 1.971.

Casimiro de Souza Machado.

05 -  Mário Freire Ribeiro                                       25 de março de 1.971 a 25 de março de 1.973.
José Almeida Linhares.



1972. Prefeito Mário Ribeiro, ao centro, na Aceji. Foto: Unitário



06 -  Manoel Barroso Neto                                    25 de março de 1.973 a 25 de março de 1.977.
Casimiro de Souza Machado.

07 -  Olga Nunes Freire Ribeiro                             25 de março de 1.977 a 25 de março de 1.983.
Raimundo Gomes da Costa.








08 -  Jonas Henrique de Azevedo                         25 de março de 1.983 a 25 de março de 1.989.
Manoel Barroso Neto.




Jonas Henrique - Foto O Povo




 

09 -  Henrique Mauro de Azevedo Porto            25 de março de 1.989 a 1º de janeiro de 1.993.
Maria Ângela Ribeiro.
Foto

10 -  Jonas Henrique de Azevedo                         1º de Janeiro de 1.993 a1º de janeiro de 1997.
Francisca Oneide Benevides.

11 - Jaime Marques Nogueira                          1º de janeiro de 1.997 a 15 de novembro de 2000.
Marilac Martins de Oliveira.
Foto

12 - Marilac Martins de Oliveira                      15 de novembro de 2.000 a 1º de janeiro de 2001.
Foto

13 - Henrique Mauro de Azevedo Porto         1º de janeiro de 2001 a 1º de janeiro de 2005.
Francisca Oneide Benevides.

14 - Josimar Moura Aguiar                                1º de janeiro de 2005 a 1º de janeiro de 2009.
Francisca Oneide Benevides.
Foto

15 - Josimar Moura Aguiar (reeleito)              1º de janeiro de 2009 a 19 de setembro de 2012.
Francisco Flávio Azevedo

16 - Francisco Luciano Moreira                       19 de setembro de 2012 a 1º de janeiro de 2013.
Foto

17 - Regina Nara Batista Porto                        1º de janeiro de 2013 a 11 de março de 2013.
José Ademar Barroso.
Foto

18 - Francisco José Ferreira Noronha            11 de março de 2013 a 31 de maio de 2014.
Manoel Oliveira Filho.
Foto

19 - Regina Nara Batista Porto                       31 de maio de 2014 a 1º de janeiro de 2017.
José Ademar Barroso.

20 - Marcos Henrique Ferreira do Prado      1º de janeiro de 2017 até 1° janeiro de 2021.
Erinaldo Freitas Moura.
Foto
 
 

21 - Carlos Gustavo Monteiro Moreira      1º de janeiro de 2021 até 1° janeiro de 2025
Gustavo Aguiar.
Foto

 

A prefeita Olga Nunes Freire Ribeiro, cujo mandato começou em março de 1977, teve seu período administrativo ampliado de 4 para 6 anos, em cumprimento à Lei Federal de prorrogação de mandatos, cuja finalidade era que as eleições para prefeitos ficassem na mesma data das eleições gerais; concluindo em março de 1983  O mesmo também ocorreu com o prefeito Jonas Henrique de Azevedo, que exerceu 6 anos de mandato, com início em 25 de março de 1.983 e término em 25 de março de 1989.

 

 

Olga Nunes Freire Ribeiro
 

Nasceu em Fortaleza em 30 de maio de 1913. Com o desafio de trabalhar na educação, solteira, chegou a Trairi em 1933, onde, no dia 13 de agosto daquele ano, casou-se com José Granja Ribeiro, sob a bênção do Padre Francisco Pereira da Silva, nascendo desse laço nove filhos. Foi diretora das Escolas Reunidas e responsável pela mudança para Grupo Escolar Raimundo Nonato Ribeiro, seu sogro. Além das disciplinas elementares para alfabetização, lecionava piano, comandando os teclados e o coro da Igreja de Nossa Senhora do Livramento durante as missas e grandes eventos religiosos. Após o falecimento do esposo, ex-prefeito e líder político local, aceitou o desafio, candidatou-se e comandou o município entre 1977 e 1982. Entre as suas obras, vários grupos escolares nas comunidades, recriou a banda de música que a própria comandara; a rodoviária, praças, o abrigo dos feirantes, a estrada asfaltada Trairi - Paraipaba; e ampliou a rede elétrica e telefônica.
 

 

Matrimônio de José Granjinha e Olga Nunes Freire


A vice prefeita Marilac Martins de Oliveira exerceu o cargo de prefeita interinamente, em razão da cassação do mandato do prefeito Jaime Marques Nogueira.


Francisco Luciano Moreira, no exercício do cargo de vereador, foi indicado pela Câmara Municipal para assumir o cargo vago de prefeito interino, em função dos impedimentos do prefeito Josimar Moura Aguiar e de seu vice Francisco Flávio Azevedo.
 

 

1969
Manoel Barroso Neto
30/08/1924, em Córrego Doce, Trairi. Fortaleza, 09/05/1997.
Prefeito duas vezes, uma como vice-prefeito, quatro vezes vereador (três como presidente da CMT) e secretário de agricultura.
Obras:
Terraplanagem das ruas, calçamento e alinhamento das ruas.
Energia de Paulo Afonso: Sede , Canaan e Mundaú.
Criação de Maternidade com dois médicos residentes.
Criou Postos de Saúde como o de Gualdrapas; o Centro Educacional Álvaro Martins; a Casa Paroquial, a Quadra esportiva e o Centro Comunitário.
Construiu o Parque infantil e concluiu o Mercado e o Matadouro.
O principal logradouro comercial da sede, a Rua Manoel Teixeira, vem da sua gestão. Durante a administração de Manoel Barroso, aliás, que surgiram os nomes das ruas de Trairi regulamentadas pela CMT.
Responsável pelo abaloamento estrada CE 31 Curu -Trairi; comprou imóveis para Juiz e Promotor; instalou o Cartório de 1° Ofício, pelo qual comprou a área para interligar à Prefeitura, onde funcionou o Cartório Eleitoral.
Cadeia, sede da CMT, chafariz, escolas, mercados públicos, açudes, cemitérios (Flecheiras) e campos de futebol com materiais esportivos também foram marcos da gestão Manoel Barroso Neto, assim como o surgimento dos Símbolos Municipais: Bandeira e Hino de Trairi, de autoria de Silva Novo.
E na Cultura foi o primeiro a expor Trairi na Feira dos Municípios.

 

 

1976. Manoel Barroso com a filha Matilde na Feira dos Municípios



PODER LEGISLATIVO


 
VEREADORES ELEITOS EM 1954.


01 - Antônio Alves da Silva.
02 - Rita Alcira Vasconcelos.
03 - Francisco de Almeida Linhares.
04 - Mario Cila Rola.
05 -  Antônio Joaquim Barbosa.
06 - José Nicodemus Cunha.
07 - Ozeas de Sousa Santos.
 
VEREADORES ELEITOS EM 1958.
 
01 - José Granja Ribeiro. PTB/PSD. 394 votos.
02 - Antônio Carneiro Damasceno. PTB/PSD. 302 votos.
03 - José Eduardo Ribeiro. PTB/PSD. 287 votos.
04 - Paulo Veríssimo de Sousa. UDN. 194 votos.
05 - Manoel Barroso Neto. PTB/PSD. 187 votos.
06 - Astrogildo Eliano Nunes. UDN. 172 votos.
07 - Abraão Ferreira da Cunha. PTB/PSD. 159 votos.
08 - João da Costa Neri. 159 votos.
João da Costa Neri. PTB/PSD. 122 votos.
 
VEREADORES ELEITOS EM 1962
 
01 - Antônio Alves da Silva. PTN. 334 votos.
02 - Manoel Barroso Neto. PTN. 331 votos.
03 - José Neuman Damasceno. PTN. 271 votos.
04 - Casemiro Sousa Machado. UDN. 263 votos.
05 - Raimundo Gomes da Costa. PTN. 226 votos.
06 - Durval Costa Araújo. PTN. 221 votos.
07 - José Zairton Ribeiro. PTN. 189 votos.
08 - Rodolfo Tome Ramos. UDN. 166 votos.
09 - Luiz Carneiro Pires. UDN. 162 votos.
10 - Vicente Carlos Viana. PTN. 127 votos.
 
VEREADORES ELEITOS EM 1966
 
01 - Olga Nuns Freire Ribeiro
02 - Durval Costa Araújo.
03  - Caitano Portela de Menezes.
04 - José Adriano de Sousa.
05 - Raimundo Gomes da Costa,
06 - José Eduardo Ribeiro.
07 - Pulo Veríssimo de Sousa.
08 - Rodolfo Tomé Ramos.
09 - Francisco de Almeida Linhares.
 
VEREADORES ELEITOS EM 1970
 
01 -   Celso Dias Moura
 
02 -   Evandro Tolentino Viana
 
03 -   João Neto Martins
 
04 -   Eduardo Carlos
 
05 -   Marcos Colombo Rios Osterne
 
06 -   Antônio Tomé de Sousa
 
07 -   Raimundo Gomes da Costa.
 
VEREADORES ELEITOS EM 1972
 
01 - Eduardo Carlos Viana
02 - Anastácio Pereira Braga
03 - Durval Costa Araújo
04 - Tadeu Felipe da Silva
05 - Evandro Tolentino Viana
06 - José Nicodemos de Moura
07 - Fernandina Moura
08 - Maria Abraão Cunha
09 - José Evaldo Vieira.
 
VEREADORES ELEITOS EM 1976
 
01 - Antônio Ferreira de Sousa
02 - Antônio Lucas de Andrade
03 - Ademar Aguiar Viana
04 - Tadeu Felipe da Silva
05 - José Adriano de Sousa
06 - João Batista de Santiago
07 - Evandro Tolentino Viana
08 - Gerardo Pereira Braga
09 - Valdemar Araújo de Lima (Valdo Costa).
 
VEREADORES ELEITOS EM 1982
 
01 - Henrique Mauro de Azevedo Porto
02 - Antônio Lucas de Andrade
03 - Celso Dias Moura
04 - José Eudes Macedo
05 - Cláudio Antero Rola
06 - Gerardo Pereira Braga
07 - Francisco Dairton dos Santos
08 - Valdemar Araújo de Lima
09 - Zacarias Ferreira da Cunha
 
VEREADORES ELEITOS EM 1988
 
01 - Francisco Tarcísio Damasceno
02 - Francisco Lopes da Cunha
03 - Jânio Jerônimo dos Santos
04 - Maria Célia de Oliveira Castro
05 - Maria Deusinha Pinto Macedo
06 – Francisco Alves Cordeiro
07 - Antônio Ferreira de Sousa
08 - Francisco Flávio Azevedo
09 - Pedro Freire Filho
10 - Valdemar Araújo de Lima
11 - José Eufrásio Souto
12 - José Pró dos Santos.
13 - Marcos Andrade Lucas
14 - Jose Soares de Sousa
15 - Henrique Arislu
 
VEREADRES ELEITOS EM 1992
 
01 - Francisco Pereira Braga
02 - Gerardo Pereira Braga
03 - Francisco Paulo
04 - Maria Moreira de Oliveira
05 - Maria Deuzinha Pinto Macedo
06 - Raimundo Portela Aguiar
07 - Antônio Chaves Pinto
08 - José Romualdo Sales
09 -José Nauri Gomes Nunes
10 - José Eufrásio Souto
11 - Francisco Tarcísio Damasceno
12 - Maria Célia de Oliveira Castro
13 - Zacarias Ferreira da Cunha
14 - Jânio Jerônimo dos Santos
15 - Luis Antônio de Sousa.
 
VEREADORES ELEITOS EM 1996
 
01 - Francisco Pereira Braga
02 - Francisco Flávio de Azevedo
03 - Maria Moreira de Oliveira
04 - Antônio Chaves Pinto
05 - Maria Deuzinha Pinto Macedo
06 - Vanessa Kelly Moreira Rodrigues
07 - Francisco Tarcísio Damasceno
08 – Regina Nara Batista Porto.
09 - José Alves Freire
10 - José Edilson Soares
11 - Manoel Oliveira Filho
12 - Valdemar Araújo de Lima
13 - Raimundo Portela Moura
14 - Emídio Sezanildo Montenegro
15 - Francisco Artenísio Ferreira.
 
VEREADORES ELEITOS EM 2000
 
01 - Antônio Barbosa Filho
02 - Antônio Chaves Pinto
03 - Emídio Sezanildo Montenegro
04 - Francisco Paulo
05 - Francisco Pereira Braga
06 - Francisco Tarcísio Damasceno
07 - José Alves Freire
08 - Déo Braga
09 - Manoel Oliveira Filho
10 - Maria Moreira de Oliveira
11 -  Tomás Salvador
12 - Valdecir Mano
13 - Valdemar Araújo de Lima
14 - Manoel Flávio Oliveira da Silva
15 - Francisco Flávio Azevedo.
 
VEREADORES ELEITOS EM 2004.
 
01 - Francisco Magno Magalhães.
02 - Emídio Sezanildo Montenegro.
03 - Alexandre Paiva Damasceno
04 - Maria Moreira de Oliveira
05 - Silza Sales Moreira.
06 - Manoel Flávio da Silva Oliveira.
07 - José Alves Freire.
08 - Francisco Dogivaldo Tomé.
09 - Maria Gorete Souto Pinto.
 
VEREADORES ELEITOS EM 2008.
 
01 - Francisco Magno Magalhães
02 - Maria Moreira de Oliveira
03 - Francisco Dogivaldo Tomé.
04 – Francisco Alberto Ferreira.
05 - José Alves Freire.
06 - Antônio Barros Barbosa.
07 - Henrique Mauro de Azevedo Porto Filho.
08 - Maria Marlene Tolentino do Prado.
09 - Rinaldo Cícero Angelim.
 
VEREADORES ELEITOS EM 2012
 
01 - Luciene Correia Carneiro
02 - Antônio Barros Barbosa
03 - Willame Montenegro Santos
04 - Francisco Oliveira Dias.
05 - Lucas Pinto de Sousa
06 - Marcos Henrique Ferreira do Prado.
07 – Rinaldo Cícero Angelim Araújo
08 - Luiz Coelho Braga.
09 - Marcio Alves Ribeiro
10 - Fausto Tome Aguiar
11 - Francisca Maria Teixeira
12 - Francisca Oneide Benevides.
13 - Deuzinha Maria Pinto Macedo
14 - Francisco Gilvan Batista de Moura.
15 - Francisco Eronildo dos Santos.
 
VEREADORES ELEITOS EM 2016
 
01 - Robson Vicente Nogueira.
02 - Henrique Mauro de Azevedo Porto Filho
03 - Raimundo Barbosa Gomes.
04 - José Eredilson Braga
05 - Lucas Pinto de Sousa.
06 - Rinaldo Cícero Angelim Araújo
07 - Francisco Oliveira Dias
08 - José Fábio Praciano de Sousa
09 - Luiz Carlos de Sousa
10 - Antônio Barros Barbosa
11 - Francisca Braga de Lima Freire
12 - Marcio Alves Ribeiro.
13 - Bernardo Ribeiro Alves
14 - Manoel Genival Santos Souto
15 - José Teixeira da Silva.
 

 

Cap. 3. Aspectos Econômicos.

 

O aspecto característico da economia nordestina remonta à tradição da agricultura, da pesca, do comércio e finalmente da indústria. Trairi, dentro das suas limitações, permaneceu décadas explorando a agricultura e a pesca de subsistência. Com muito esforço, o homem do campo plantava no seu roçado e o pescador saía para o mar primeiramente atrás da sua alimentação caseira, depois, com as sobras, um bendito retorno financeiro ou compensatório, diante das permutas, trocas por outros produtos principalmente com os bodegueiros.
O fechamento dos portos de Trairi é um contraponto ao progresso estabelecido a partir da chegada da Fazenda Bom, na década de 1970. Os portos eram campos de pirataria, de corrupção e de pouco retorno financeiro ao Estado. Mais transparentes eram as salinas, desativadas por questão ambiental, o que é racional. O incremento da industrialização agrícola, como também do setor terciário, por sua vez, evidenciou uma transformação econômico-social daquele povo, com camponeses se aperfeiçoando às modernas técnicas do agronegócio e do turismo.
Com o advento do petróleo, Trairi ganhou uma plataforma da Petrobras, fazendo jus a royalties, recursos utilizados na construção de estradas e afins. Justamente com a chegada da estrada asfáltica, consolidou-se o turismo. Mudaram o nome de Frexeiras para Flecheiras para aquela praia ficar chamativa. E como prosperou o município, assim como Mundaú e os demais distritos. Enfim, suas praias são, hoje, conhecidas mundialmente.
Se a Fazenda Bom fechou, Trairi abriu condições para a chegada de outras empresas. Isso por força da sua matéria prima histórica, o côco. As indústrias, de diversos setores, qualificaram mão-de-obra e passou a empregar seu povo, que a cada ano aumenta a sua renda per capta, de moto que segue soerguendo-se não apenas economicamente como socialmente.

 
4. Instrução Púbica durante os primórdios do século XX.

4.1. Escolas Isoladas e Escolas Reunidas.

 

No século XX continuava funcionado o sistema educacional arcaico, as Escolas Isoladas, nas residências dos professores e sem a estrutura decente de propósito permanente de ensino, no que pesem as qualidades e esforços dos educadores.
A sede de Trairi, por exemplo, possui a lembrança da professora Georgina Furtado Teixeira, descendente de Maria Furtado de Mendonça, a fundadora de Trairi. Tão logo a sua mãe faleceu, passou a morar na residência dos pais, antigo prédio dos Dias Martins, atual sede da Câmara Municipal, enquanto ministrava aulas no imóvel da Rua Furtunato Barroso, vizinho à antiga Casa Grande, dos Lucas, ambas demolidas. Ali funcionou uma referência de ensino e ao mesmo tempo a loja de tecidos de Dona Georgina, filha de Manoel Teixeira da Costa (III), o tabelião que leva o nome da rua central da sede, e de dona Neomézia Teixeira.
Outra escola isolada funcionou no salão do prédio do agropecuarista e político José Silva, na Rua Raimundo Nonato Ribeiro, vizinho à prefeitura, imóvel que foi vendido ao Sr. Arlindo Araújo, comerciante, irmão do ex-prefeito Zeca de Araújo.
Com a junção dos dois centros educacionais surgiram as Escolas Reunidas, que em 1953 tiveram como marco a fundação do Grupo Escolar Raimundo Nonato Ribeiro, dirigido pela professora Olga Ribeiro, que em Trairi chegara em 1933 como educadora, cujo prédio foi inaugurado dois anos depois. Desde 2000 denominado Escola de Ensino Fundamental e Médio Raimundo Nonato Ribeiro, é com certeza a memória física viva da educação do município.
 
4.2: Quadro dos diretores/ responsáveis pela educação de Trairi durante as primeiras décadas do século XX:
 
Masculino
 
1900/06 Masculino: José Joaquim Gouveia.
1907/14. Masculino: Júlia Leôncio de Gouveia.
1915/19. Masculino: Luiza Leôncio de Gouveia.
1920: Leopoldina Frota Braga (de Itapipoca).
1921/25: Bellarmina Carneiro de Menezes.
1926/29: Maria do Carmo Abreu.
1930: Francisca de Castro.
1931: Atila Firmiano.
1932/33: Florêncio José Barbosa.
1934/35: Olga Nunes Freire (Escolas Reunidas. Misto)
 
Feminino
 
1900/06: Benvinda Xavier de Souza Cordeiro.
1907/08: Argentina Ribeiro da Cunha
1909/1919: Raimunda Barroso Cordeiro.
1920/22: Raimunda Barroso de Paula.
1923: vaga.
1924: Anna Moreira (interina).
1925: Vaga.
1926/29: Maria do Carmo Coreia.
1930: Maria Zenaide Simões.
1931: Emilia F. de Almeida.
1932/33: Guiomar Barroso Cordeiro.
 
Mundaú. Sistema misto.
 
1900/08: Francisca Coutinho de Castro.
1909/18: Etelvina Ferreira Fé.
1919/23: Luiza Bezerra de Farias.
1924: Raimunda Carneiro.
1925/29: Francisca Coutinho de Castro.
 
Canaan
 
Lavagem. 1924/25: Período das Escolas Reunidas: Genésia Gordiano do Nascimento.
1926/29: Vago.
 

5. Judiciário. Trairi, Termo da Comarca de Itapipoca. Durante as primeiras décadas do século XX:

 

5.1: Juiz de Direito. Durante as primeiras décadas do século XX:

 

1900/04: Juiz de Direito: Alfredo Tácito da Rocha Pagé (1900/04). Itapipoca.
1905/06: vago (com juízes substitutos). Itapipoca.
1907/09: José de Borba Vasconcelos (substituto). Itapipoca.
1910/16: Sem dados. Itapipoca.
1917/18: João Damasceno Fontenelle (Itapipoca).
1919/20: Francisco da Costa Veras (Trairi).
1921: Alfredo Augusto de Oliveira (Itapipoca).
1922: Vago.
1923: Joaquim Pinto Cordeiro (substituto).
1924: Alfredo Augusto de Oliveira (Itapipoca).
1925/28: Eurico Alves Monteiro.
1929/30: Alfredo Ribeiro Sacramento.
1931: Antônio Joaquim Barbosa (suplente).
1932/34: Arnaud Ferreira Baltar (Itapipoca).
 
5.2. Promotoria de Justiça. Durante as primeiras décadas do século XX:
 
1900/12: Francisco Alves de Castro Lavor. Itapipoca.
1913/14: Furtunato Barroso Cordeiro (substituto).
1915: Francisco da Costa Veras (substituto).
1916/21: Promotor de Justiça: Antônio Ribeiro da Cunha.
1922/23: Hermano Gordiano do Nascimento (adjunto) durante a vacância.
1924/29: Vago.
1930: Alfredo Ribeiro Sacramento.
1931: João Alves da Silva (adjunto).
1932/33: Carlyle Figueiredo Martins (Itapipoca).
1934: Vago.

 
6. Cartório. Durante as primeiras décadas do século XX:

 

1900: Tabelião: Manoel Urbano Montenegro. Itapipoca.
1901/31: Manoel Teixeira da Costa (III) Filho. 1930: 2° Tabelião: Antônio Joaquim Barbosa.
Escrivão:
1900/03: Francisco Tolentino Chaves.
1904/14: José Francisco Pereira.
1915: Raimundo Nonato Ribeiro.
1916/19: Hermano Gordiano do Nascimento.
1920/23: Florêncio José Barbosa.
1924: Pedro Carneiro Mesquita Sobrinho.
1930/35: Hermano Gordiano do Nascimento.
 

7. Correios.

 

1900/40: Francisca Xavier Pereira.
1940/70: Maria Altina de Salles (Madrinha Morena).
1970/77: Dona Toinha.
1977/2015: Maria Lucimar Barbosa de Sousa.

 

8. Finanças. Durante as primeiras décadas do século XX:
 

8.1. Coletores:

 

1900/12: Francisco Ribeiro da Cunha
1913/18: José Moreira Simões Granja.
1919/23: João Alves da Silva (1919/23).
1924/30: José Moreira Simões Granja.
1931/32: Érico Gomes de Almeida.
1933/35: João Alves da Silva.
 

9. Canaan. Por Francisco Bonifácio

 

Este escrito tem por finalidade fazer um relato da história da Paróquia de São José – Canaan. O texto está dividido em dois capítulos, o primeiro fará uma contextualização do surgimento de Lavagem até o ano 2007 quando Canaan ainda Área Pastoral e o segundo capitulo ressalta os 10 anos de Paróquia, 14 de dezembro de 2007 até os dias atuais. Contar a História de nossa Paróquia é poder lembrar fatos marcantes de nossa história, e dar testemunho de perseverança, trabalho e missão.

 

9.1.  ANTES LAVAGEM HOJE CANAAN

 
Lavagem era o nome de nossa cidade, o nome se deu devido ao grande numero de lavadeiras que utilizavam o riacho da cidade para lavar roupas. Os primeiros habitantes de Canaan (Antiga Lavagem), foram o casal Tenente José Ferreira da Cunha chamado de Iôiô e sua esposa Maria Bezerra de Menezes que devido ao apelido do esposo, passou a ser chamada de Iaiá. Não se sabe exatamente qual a data de nascimento e morte do tenente José Ferreira da Cunha, apenas que ocorreram nos anos 1840 a 1928. 
O nome Canaan por Pe. Rodolfo Ferreira da Cunha (saudosa memória – filho de Lavagem/Canaan *1880 +19) deu-se devido ao grande plantio de cana-de-açúcar, matéria prima na produção de rapadura constituindo-se a maior renda neste periodo. Alguns afirmam que Pe. Rodolfo também quis dar fundamentação bíblica: “terra onde corre leite e mel”. 
A Lei Estadual nª 11.297 de 10 de fevereiro de 1986, cria o distrito de Canaan no município de Trairi, regulamentando a criação pelo Decreto nº 18.173 de 09 de outubro de 1986, e publicado no Diário Oficial Nº 14.515 - Parte I, Fortaleza, 17 de Fevereiro de 1987. 
Canaan está localizada na região oeste do Ceará, distante 135 km de Fortaleza e 15 km da sede do município Trairi, latitude: 3°13'3.09"s e longitude 39°22'2.52"0, segundo o Censo 2010 do IBGE tem uma população de 12.080 habitantes, sua economia tem base na agricultura de subsistência com o cultivo de feijão, milho, mandioca, cana de açúcar, coco, com um pequeno foco no comércio e dos programas sociais do Governo Federal. 

 
9.2. SÃO JOSÉ PADROEIRO DE CANAAN


Como Iaiá era muito devota de São José e seu esposo se chamava José, a Capela da antiga Lavagem (hoje Canaan), tem como Padroeiro São José. Quando Iaiá não conseguia padre para celebrar a missa do dia de São José, ia com toda família e os negros a Trairi participar da Missa. Algumas vezes o Padre de Trairi vinha celebrar a missa em sua residência. Uma vez padre Cicero Romão Batista vigário de Trairi, vindo celebrar em Lavagem, confiou e autorizou Iaiá a adquirir recursos para a construção de uma Capela em Lavagem, visto este ser o seu sonho de Iaiá. Após seus esforços em Lavagem, dirigiu-se a Itapipoca, Paracuru e Sobral, onde consegui boas ajudas. Seu esposo cooperou com um cruzado, bois e escravos para a construção da Capela. Tudo isso começou em 1874, sendo que a inauguração da Capela ocorreu em 1876.
São José é comemorado em 19 de Março, Canaan vive um momento intenso de 09 a 19 de março de todos os anos, os festejos ao Padroeiro o glorioso São José, patrono das famílias. Durante o período da festa acontece: procissões, missas diária campal, caminhadas matinais, batizados, barracas com comidas, leiloes, o centro de Canaan se transforma em um Centro comercial com a venda de roupas e outros. 


9.3. Hino de São José
1.Vinde alegres cantemos / a Deus demos louvor. / A um pai exaltemos / sempre com mais fervor.
São José a vós nosso amor / sede nosso bom protetor / aumentai o nosso fervor.
2. Vós, esposo preclaro, / amantíssimo pai, / dos cristãos firme amparo, / este canto aceitai. 
3. José, por um decreto, / de Deus o Criador, / desposastes discreto, / a mãe do Salvador.
4. Quis o Verbo Divino, / dar-vos nome de pai. / Um glorioso destino, / para nós empreitai.
5. Ao Senhor já nascido, / amoroso abraçais. / Do Egito fugido, / do perigo salvai.
6. São José triunfante, / lá na glória gozai. / Para sempre reinante, / no Senhor repousais.
7. Ó excelso ornamento, / do paraíso és luz. / Que para o salvamento, / nossos passos conduz.


9.3. CO - PADROEIRO CORAÇÃO DE JESUS 


Associação do Apostolado da Oração da Antiga Lavagem hoje Canaan, foi fundada em junho de 1915 pelo vigário Nono Isaque Soares e a Professora Olivina Xavier, inicialmente foi momento de realização de várias comunhões. Foram Zeladora do Apostolado nesta época as senhoras: Maria Luiza de Jesus, Maria Ferreira dos Santos, Maria do Carmo Ferreira, Maria Nazaré Ferreira Pinto. Em 1942 Padre Demétrio de Lima nomeou outras Zeladoras sendo as senhoras: Maria Dalila Cunha, Odete Ferreira Portela, Isabel Portela Ferreira, Luiza Ramos Tomé, Maria das Mercês Silveira e Maria Abraão Cunha. Em 1971 a presidente da Associação faleceu e com isso houve uma queda nas atividades da Associação. 
O casal: Joao Portela e Maria Ferreira dos Santos pais de Roque Portela e Sebastiao Portela estiveram por muitos anos responsáveis pelos festejos do Sagrado coração de Jesus. Roque Portela, Sebastião Portela e demais moradores da comunidade saiam nas localidades vizinhas de jumento a busca de ajuda contribuições para os festejos do Co Padroeiro, sendo dona Maria uma das primeiras zeladoras, quando de idade avançada assume os trabalhos de zeladoras as senhoras Luiza Ramos, Maria Omar e Odete, neste período o Padre era Henrique. 
A Função de zeladora é exercida por algumas associadas que desempenham um papel importantíssimo, devido ao numero de associadas divide-se em pequenos grupos, onde as zeladoras tem a incumbência de cuidar destes grupos menores recebendo a mensalidade, providenciando fitas, realizando acompanhamento e visitas às associadas de sua responsabilidade. Além da fita as associadas recebiam um livro chamado de patente uma espécie de documento do Apostolado do Coração de Jesus, No dia 26 de novembro de 1925 Luiza Ramos Tomé foi agregada ao apostolado da Oração e faleceu em 18 de maio de 1990. 
A festa do Sagrado Coração de Jesus sempre seguiu o mesmo roteiro celebrativo, nove novenas, procissões, leilão e os partidos, na década de 30 os movimentos sociais das noites eram com a venda de bulins, criava uma cadeia fictícia e colocava na praça para prender as pessoas e só eram livres se contribuísse com um valor. 
Com a chegada de Padre Edvaldo Gomes da Silva em 1989 foi reestruturado contando com o apoio de Maria Omar Ferreira, em 27 de agosto deste ano na missa de solenidade da festa do Sagrado Coração de Jesus foi entregue fitas a mais de 60 associados e em 06 de dezembro do mesmo ano foi entregue fitas a novos associados. E ao passar do tempo agosto passou a ser o mês dos festejos ao Co Padroeiro Coração de Jesus, que popularmente é conhecida pela comunidade de Festa de agosto, o apostolado da oração tem como símbolo a fita vermelha com a medalha do coração de Jesus e ficou a 1ª sexta feira de cada mês como o dia da missa do apostolado da oração como já acontecia na época do padre Rodolfo, os associados contribui com um valor simbólico. A diretoria da Associação era ou é composta pela: presidente, secretária, tesoureira e as zeladoras. 
Em 05 de fevereiro de 1993 O apostolado da oração recebeu a visita da irmã Veronica coordenadora do Apostolado da Paróquia de Pentecoste, em 05 de abril do mesmo ano irmã Verônica visita Canaan novamente.
Na celebração Eucarística de 03 de setembro de 1993 celebrou se os 90 anos da associada senhora Josefa Ferreira Cunha. Em dezembro do mesmo ano, foi realizada as Santas Missões iniciativa do apostolado da Oração e contou com os missionários: Pe Luiz Xavier, Irmãs Miranda e Ana, houve a festa de Santa Luzia, a Solenidade do Natal e a despedida de Pe Clayton.
Em agosto de 1994 faleceu a zeladora do Coração de Jesus Odete Ferreira Portela. Na celebração Eucarística de 04 de setembro e 06 de novembro de 1998 os associados fizeram doações de alimentos para serem doadas as famílias carentes de nossa comunidade. Em 05 de Janeiro de 1999 1ª Sexta Feira do mês, não houve Missa como de costume, mas as associadas não deixaram de participar da partilha da palavra houve celebração da palavra celebrada pelo Diácono Francisco Carlos. Em 06 de agosto de 1999 mas uma vez os associados fizeram doações de alimentos para serem doadas as famílias carentes de nossa comunidade.
Com a morte do pai dos senhores Roque Portela e Sebastiao Portela, assume a coordenação dos festejos o senhor Sebastiao Portela e família durante anos sendo os organizadores e mobilizadores dos festejos, o senhor Sebastiao estando já um pouco idoso e após seu falecimento Bosco e demais familiares assume contando sempre com a ajuda e apoio da comunidade.  
Ao passar dos tempos os festejos do coração de Jesus, foi ganhando uma visibilidade maior, são promovidos: tornei de vôlei, futebol, corrida de bicicleta, bingos, corrida de jumento, desfile de jumento, concurso das rendeiras, sorteios e visitantes de Caucaia. 


9.4. CANAAN COMUNIDADE DA PARÓQUIA DE TRAIRI 


Em 1874 Trairi foi elevada a categoria de Paróquia tendo direito a um Vigário para a realização de sacramentos, administração da Paroquia e cuidar dos paroquianos. Padre Joaquim Ferreira de Castro, que tomou posse na Paroquia no dia 11 de outubro de 1880, este Pe. Castro batizou Padre Rodolfo filho de Canaan, em 21 de julho de 1887 foi nomeado Padre Vicente Teixeira Pinto, tomando posse em 28 de agosto do mesmo ano, Pe. Pinto preparou Pe. Rodolfo para a 1ª Eucaristia e ingresso no Seminário. 




7 de março de 1901. Pe. Epifãnio benze e ergue a Via Sacra em Canaan


Canaan, por ser uma comunidade dentre as demais da Paróquia Nossa Senhora do Livramento - Trairí, só tinha missa mensalmente ou desobriga. 
Em 1951 foi inaugurado o Salão Paroquial de Canaan (Local do Nascimento de Pe. Rodolfo) e a casa paroquial que foi construída em um terreno doado pela família de Lucas Ferreira. No ano de 1966 foi ano de construção da torre da Igreja Matriz de São José, Maio o mês de inicio da obra sendo inaugurada em 16 de outubro do mesmo ano, prestaram serviços como: Pedreiros - Pedro Justo e Valdimiro e Serventes (Ajudantes) - Antônio Quiri, Chico Costa, Coco, Zé Boquinha, Chico Cozinheiro, Luiz Tomé e Ananias Irineu. O Relógio da torre foi comprado por dois mil cruzeiros, em Juazeiro do Norte pelo Pe. Rodolfo, a torre foi financiada por Padre Rodolfo, da cruz avistava as águas do mar. O Senhor Ananias Irineu relatou que em conversa com Padre Rodolfo, o religioso lhe contou a história da construção da torre: __ Que Regino sobrinho do Padre Rodolfo enfermeiro da Marinha, questionou ao tio quanto o valor de sua aposentadoria 15 cruzeiros, orientando que procurasse o advogado Dr Sergio para rever a sua aposentadoria, padre Rodolfo fez a seguinte promessa se ganhasse a causa e se recuperasse da enfermidade construiria a torre da capela da Lavagem. 
Segundo Roque Portela nestas terras o sino musical de Canaan é único e contou como foi adquirido, Padre Henrique estando em Canaan fez uma promessa a São José, porque seu pai estava muito doente na Alemanha, estando próximo a festa ao glorioso são Jose, o religioso não poderia deixar a comunidade por ocasião da festa, pediu a São José que  se quando ele fosse a Alemanha visitar seu pai ele ainda estivesse vivo traria um presente grandioso para sua igreja” após a festa do padroeiro, Padre Henrique vai a Alemanha chegando lá encontra  seu pai vivo permanecendo ainda por um período de 15 dias vindo a falecer, retornando ao Brasil cumpre a promessa trazendo um sino como gratidão a são Jose pela graça alcançada. 
Conta ainda Roque que no período de atuação na igreja foram feitas grandes reformas sendo a igreja derrubada por duas vezes, uma vez devido a grandes rachaduras que surgiram nas lateria das paredes padre Demétrio preocupado demoliu toda igreja começando tudo outra vez, os tijolos para a construção foram trazidos do Curralinho sendo transportado em jumentos e sobre a cabeça dos moradores de Canaan uma multidão de homens e mulheres faziam este trabalho. 
O sacristão que antecedeu Roque Portela foi o senhor Zeca Carneiro, o mesmo percebendo suas limitações para o trabalho de sacristão convidou Roque ainda jovem para assumir o cargo, com apenas duas orientações aprendeu os manejos de tocar o sino e as demais atividades inerentes à função de sacristão, o mesmo permanece no serviço por um longo período e até mesmo depois do seu casamento, vale ressaltar a figura do Senhor Adalto que também foi sacristão da Igreja de São José de Canaan. 
Canaan durante anos foi comunidade da paróquia de Nossa Senhora do Livramento em Trairi, em 1989 tornou-se Área Pastoral. 
 
9.5. CRIAÇÃO DA ÁREA PASTORAL DE CANAAN  
 
Vendo a necessidade que Canaan passava, os fieis reuniram-se e fizeram um abaixo assinado, pedindo a Diocese de Itapipoca a criação da Área Pastoral de São José. Aos 15 de janeiro de 1989, Canaan é desmembrada da Paróquia Nossa Senhora do Livramento em Trairi.
O Reverendíssimo Bispo Dom Benedito Francisco de Albuquerque, apresentou alguma exigências para que Canaan pudesse se constituir Área de Pastoral, cito as: adquirir um carro, reforma do salão Paroquial, formação de um patrimônio, ampliação da casa paroquial, adquirir utensílios para administração de sacramentos e outras. Neste mesmo ano foi constituído o conselho paroquial, Conselho Financeiro e Administrativo. Com o apoio e contribuição dos fieis foi ampliada e reformada a casa paroquial.
 
9.6. Padres da Área Pastoral
 
Aos 22 de janeiro de 1989, assume a área pastoral Padre Edvaldo Gomes da Silva, ficando conosco de 1989 a 1992, incentivou a criação de pastorais como: Catequese, Batismo, Pastoral da Juventude, Pastoral da Adolescência e Criança – PAC, CEBs e Pastoral Urbana, criou o Tributo Paroquial, reanimou o Apostolado da Oração.  Sendo ele devoto de Santa Luzia motivou a comunidade a juntos realizar os festejos a santa Luzia. 
Padre José Clayton Teles assume a Área Pastoral de Canaan em 11 de setembro de 1992, e dá continuidade aos trabalhos de Padre Edvaldo, deixando Canaan em 1993. 
Com a saída de Padre Clayton Teles, assume Padre Raimundo Adelino Torres, em 02 de janeiro de 1994, criou novos métodos de trabalho junto as pastorais, adotou apostilas para os grupos, melhorou as instalações da Igreja, adquiriu ventiladores para a igreja, e adquiriu equipamentos de som, criou o ECC, Missões, acolheu a implantação da Pastoral do Menor, fortaleceu a Pastoral do Dizimo, foi realizado Seminários de Vida no Espirito Santo, formou a equipe de liturgia. Nomeou três paroquianos para ministro da Eucaristia, implantou a adoração ao santíssimo as quinta feiras na Igreja Matriz.
Assumiu em 12 de fevereiro de 2000, ano jubilar do nascimento de Jesus Cristo, em missa solene presidida por Dom Benedito, após nomeação do mencionado Pastor Diocesano Padre José Davi Martins dando continuidade aos trabalhos pastorais, melhorou a Igreja matriz, fez aquisição de bens. Deixa Canaan no dia 27 de junho de 2004 para fazer uma nova experiência ingressar na politica.
Em 01 de julho de 2004 Dom Benedito convidou Padre Francisco das Chagas então pároco de Tururú para coordenador desta comunidade pastoral por ocasião da saída de Padre David Martins, com ele veio o seminarista Cleonor Magalhaes, neste ano a Festa de Santa Luzia foi transferida para a comunidade de Lavagem Grande. 
Diácono José Cleonor Magalhães Soares ordenado presbítero em 22 de abril de 2005 na cidade de Canaan, na solenidade de ordenação presbiteral Padre José Cleonor Magalhães Soares recém ordenado assume a Área Pastoral de Canaan.
 
9.7. Instalação da Fraternidade Ir. Francisca Pia
 
Após solicitação de Padre Cleonor, pela ocasião do Centenário da Casa Mãe da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo. Em 15 de abril de 2007 foi Instalado a Congregação em Canaan - Fraternidade Ir. Francisca Pia. Esteve presente a este ato Bispo Diocesano de Itapipoca Dom Frei Antônio Roberto Cavuto OFMCAP, Padre José Cleonor, Padre Francisco das Chagas Sousa, a superiora Regional Ir Terezinha Vieira e em média 20 Irmãs da Congregação NS Senhora do Amparo, dentre elas duas do Sul e as demais do Nordeste. As primeiras Irmãs da Fraternidade foram: Ir. Martinha de Jesus, Ir. Maria Cleidimária Pinheiro e Ir. Maria das Dores Pacheco. 
Em 28 de maio do mesmo ano a Fraternidade recebe duas aspirantes, as jovens Daniela Moura Roque e Eveline Magalhães Vieira, oito anos se passaram e a jovem aspirante hoje Ir. Daniela, sendo o carisma da Congregação “Viver o amparo de Deus no mundo”. Irmãs que atualmente moram na Fraternidade Ir. Francisca Pia: Ir Martinha de Jesus, Ir Zoe Alves Soares, Ir. Leticia e Ir. Ana Maria . Irmãs que já moraram: Ir Maria das Dores Pacheco, Ir Jailda Rocha Catite, Ir Maria Cleidimaria Pinheiro, ir Monaisa, Ir Vitória, Ir Ercilia, Ir Geniele, Ir Pascoa, Ir Daniela, Ir Maria Rodrigues dos Santos, Ir Terezinha, Ir. Eleniza e Irma Gorete.
 
9.8. PARÓQUIA DE SÃO JOSÉ - CANAAN
 
A Área Pastoral de São José - Canaan é elevada a condição de Paróquia no dia 14 de dezembro de 2007 de acordo com o que preceitua o Decreto 0003/2007 da Diocese de Itapipoca, que estabelece a Criação, instalação e território da mencionada Paróquia: ao Norte com o Oceano Atlântico: é a praia compreendida entre a antiga estrada velha das melancias (hoje estrada asfaltada, dando acesso à praia de Mundaú), passando pela comunidade de Emboaca até a foz do Córrego Estrela, no Oceano Atlântico; ao Leste, com a Paróquia Nossa Senhora do Livramento – Trairi: começa no ponto referido no final da alínea anterior (NORTE), sobe o Córrego Estrela até a Lagoa das Mangabas, daí em linha reta sucessivamente á Lagoa do Algodoim, passando pela Lagoa do Feijão até o limite da comunidade da Lagoa do Inácio, ponto onde incide o divisor de águas entre as vertentes dos Rios Mundaú e Trairi; ao Sul, com a Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Tururú: começa no ponto final da linha anterior (LESTE), segue em linha reta para a foz do Riacho das Contentas no Rio Mundaú; a Oeste, com a Paróquia Nossa Senhora das Mercês e Jesus Cristo Redentor – Itapipoca: começa no ponto referido na linha anterior (SUL), desce pelo Rio Mundaú até a estrada CE 80, prossegue pela referida estrada, sobe em linha reta até a estrada da Lavaginha, passando pelo córrego da Palmeira até sua Nascente no monte Murici, seguindo em Linha reta atravessa a estrada que liga Canaan a Mundaú, bifurcando-se com a estrada velha das melancias, prosseguindo por esta até o Oceano Atlântico. 
 
9.9. Padres da Paróquia de Canaan
 
Atendendo a necessidade de nomear um Pároco para a Paróquia em Canaan – Trairi, Dom Antônio Roberto Cavuto Bispo Diocesano de Itapipoca nomeia Padre José Cleonor Magalhães Soares no dia 14 de dezembro de 2007, primeiro Pároco da Paroquia, com uma provisão de três anos, sendo reconduzido por um período igual a primeira gestão paroquial. 
Padre José Clayton Teles, assume a Paroquia de Canaan pela segunda vez no ano de 2013, permanecendo conosco até o final do Ano, ausentando-se por problemas de saúde. 
Ao 01 dia de Janeiro de 2014 Padre Francisco Marciano Teixeira Pinto assume a Paróquia de Canaan como administrador paroquial com o objetivo dá continuidade ao serviço pastoral por motivo de doença de Pe. Clayton.  No dia 14 de dezembro de 2015 Padre Francisco Marciano Teixeira Pinto é nomeado pároco com provisão de 14 de dezembro de 2015 a 14 de dezembro de 2018 e por ocasião no aniversario da paroquia ainda Neste dia (14 de dezembro de 2018), tem a provisão renovada até 14 de dezembro de 2021. 
Durante seu paroquiato fez um belo trabalho de evangelização, com muita dedicação e responsabilidade realizou grandes construções no âmbito material e espiritual.  E de forma muito zelosa tentou atender todas as necessidades paroquiais tanto na Sede quantos nas comunidades. Mediante algumas necessidades, Dom Antônio Roberto Cavuto, o transferiu para paróquia de São Sebastião Apuiarés, assim, ficou em nossa paróquia até 06 de outubro de 2019 . 
Dia 07 de outubro de 2019, assume como pároco, Pe. João Batista de Lima. Este também deu sua colaboração em nossa paróquia até dia 03 de outubro de 2020. Vale ressaltar que foi um em que não se pode realizar muitas coisas em virtude da “paralisia” causada pelo Vírus da Covid 19 ( Um ano difícil).
Em 04 de outubro de 2020, Pe. João Batista Lourenço (Batistinha), foi acolhido pelos paroquianos e assumiu a paróquia em um curto período (5 meses), mais ainda com as limitações devido a cenário atual (a presença do Vírus da Covid 19), deu sua colaboração com a evangelização. 
As dias 24 de março de 2021, Pe. Francisco Marciano Teixeira Pinto, a Pedido de Dom Rosalvo Cordeiro de Lima (Bispo Diocesano de Itapipoca), retorna a esta Paróquia como pároco juntamente com Pe. Raimundo Adelino Torres, Vigário Paroquial, na tentativa de dar continuidade aos serviços pastorais e administrativos, e de modo Particular, aos que desde sua saída em (2019), não foram continuado. Hoje, nossa Paróquia se alegra com a presença e serviço destes dois servos de Deus que muito tem a contribuir com nossa Igreja.
 
9.10. Hino da Paróquia São José
Letra e Musica: Regela Sales e Yago
 
1. Reunidos em torno do altar / viemos aqui celebrar / com a família sagrada / e as famílias de Canaan. / Virtude da Igreja que sonha, / que acolhe nos braços e conduz. / Hoje somos Paróquia / em meio a nossa fé. / Jesus nosso irmão amado, / Maria mãe da humanidade, / São José nosso padroeiro, / abençoai nossas comunidades.
Com fervor e alegria / todo povo feliz a cantar, / a Paróquia de Canaan / viemos festejar. 
2. Está no coração / de nosso Salvador, / a memória dos fundadores da capela Iaiá e Ioiô. / Também brilha no alto / aquele que aqui passou, / nomeando São José, / como padroeiro e nosso protetor. / Ao Pe. Cícero que aqui celebrou: / muito obrigado pelo o presente que nos deixou.
3. Na plenitude da vida, / descia um anjo do céu, / com a missão de levar o amor de Deus / à terra do leite e mel. / Ao nosso filho amado / queremos agradecer, / de todo coração, / por sua dedicação. / Querido Pe. Rodolfo / diante da glória de Deus / que você possa ver / seu sonho acontecer.
4. Ao pastor Dom Benedito / que criou a Área Pastoral / em 1989; / uma festa sem igual. / Com a chegada de Dom Antônio / a missão continuou. / Estamos todos felizes, / pois ele nos presenteou. / Paróquia hoje somos / queremos agradecer / a Deus por ter escolhido / apóstolos como vocês.
5. Com esforço e vigor / de todas as pastorais / movimentos e serviços, dos benfeitores e dos demais. / Diante da nossa história veio “o presente” de Deus. / Um pai, amigo, um irmão, / aquele a quem nos concedeu. / O nosso sonho ele realizou / mestre Pe. Cleonor. / O sol no horizonte a Te guiar, / no esplendor brilhará.
6. Ao povo que aqui trabalhou / com garra, esperança e ardor. / Hoje o sonho se realiza, / vamos juntos louvar com fervor. / A São José de Canaan / viemos a te venerar; / patrono de nossas famílias: / sede sempre nosso protetor. / Padroeiro triunfante, / lá na glória gozai. / Para sempre reinante / a nossa Paróquia, rogai.
 
9.11. Comunidades, Pastorais, movimentos e Serviços da Paróquia
 
Atualmente a Paróquia é compostas por 27 Comunidades (capelas) e a Matriz a sede da Paróquia, está divida em sete Regiões a fim de otimizar o trabalho Pastoral.  
Comunidades que compõem a Paroquia de São José Canaan


REGIAO

COMUNIDADES

PADROEIRO

I

01

Peixinhos

Nossa Senhora de Fátima

02

Alagadiço

Nossa Senhora de Fátima

03

Lavagem Grande

Santa Luzia 

04

Caraúbas

São João Batista

05

Sede

São José 

II

06

Timbaúba

Nossa Senhora de Nazaré

07

Emboaca

São Raimundo Nonato

08

Pé do Morro

Santa Clara

III

09

Panan

Santo Antônio 

10

Atola

Nossa Senhora das Graças

11

Barra do Atola

Santa Rita de Cássia

IV

12

Volta do Córrego

Nossa Senhora Aparecida

13

Angelim Piancó

Nossa Senhora dos Anjos

14

Olho d’Água

São Sebastião

15

Passa Lição

Nossa Senhora da Conceição

V

16

Bacumixá

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

17

Lago do Bacumixá

São Francisco 

18

Fazenda Velha

Nossa Senhora Aparecida

19

Carro Quebrado

Nossa Senhora das Graças

VI

20

Batalha

Sagrado Coração de Jesus 

21

Gancho

Nossa Senhora de Fátima

22

Assentamento

São Pedro

23

Tamanduá

São Francisco

VII

24

Porão

Santo Antônio

25

Porão Carás

Sagrado Coração de Maria

26

Gameleira

Santa Edwiges

27

Agrovila

Mãe Rainha

28

Lagoa do Feijão

Nossa Senhora da Conceição

 
Pastorais Movimentos e Serviços

Pastorais Movimentos e Serviços

Coordenador (a)

Pastoral da Catequese 

Sandra Castro     

Pastoral do Dízimo

Maria Alves (Vera)

Pastoral do Menor

Adaísio Oliveira

Pastoral do Batismo 

José Oliveira 

Pastoral da Esperança

Vaiozita Fonseca

Pastoral da Juventude 

Nádson, Francisco Carlos e Lucas

Pastoral Familiar

Acólitos 

Israel dos Santos

Legião de Maria 

Gecina Praciano

ECC

George e Carliane

Grupo de Oração Sal da Terra

Anderson Fortunato

COMIPA

Francisca Ribeiro 

Homens do Terço

Antônio Gilmar

Apostolado da Oração 

Bernadete Ferreira 

Coroinhas 

Israel dos Santos

Liturgia 

Joel e Andreza 

MESC 

Maria Braga (Dalma)

Secretárias Paroquial 

Período

Nome

1989 a 2000

Maria de Fatima de Sousa

2000 a 2002

Maria Valdete de Sousa

2002 a 2007

Maria Soraia da Silva

2008 a 2010

Maria Hozana de Sousa

2011 a 2013

Cristiane Ferreira da Silva

01/ 01/ 2014 a 31/10/2019

Maria do Livramento Pedro Moura (Raquel )

01/11/2019 a 23/03/2021

Lilian Teixeira Sousa

24/03/2021

Maria do Livramento Pedro Moura (Raquel)

 



10. Igreja.

Continuação da relação dos párocos e colaboradores da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento.

 

9 - JOÃO EPIPHANIO DE FREITAS GUIMARÃES (1900 -1901): Apesar do pouco tempo em Trairi, Padre Epifânio deixou a lembrança da criação da Irmandade do Coração de Jesus. Trouxe de Portugal a imagem maior de Nossa Senhora do Livramento. 


Nomeação de Padre Epiphanio para Trairi


Sua saída teve relação com insistência de D. Joaquim para que parte das terras da Santa fosse vendida, fato que o forçou a realizar e expressar a sua oposição. O bispo o acalmou, alegando que o dinheiro ficaria aplicado para render juros conforme o ofício. Entende-se que não havia necessidade da venda, e sim pressão dos coronéis nesse sentido: 

Ao Reverendíssimo Padre João Epiphanio de Freitas Guimarães, Vigário da freguesia de Trahiry.

Para os devidos fins, fazemos saber a Vossa Reverendíssima que com o resultado da venda das terras pertencentes do patrimônio da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento do Trairi, efetuamos a compra de três apólices da dívida pública de valor nominal de um conto de reis sob números (...), importância total na semana de 2:707$907 reis, ficando, portanto, a sobra de 1:707$907 que Vossa Reverendíssima mandou entregar na secretaria do Bispado para aplicar no que for necessário para o serviço dessa Matriz. As importâncias dos rendimentos das apólices são 5% ao ano e se acham depositadas na casa Albano & Irmãos para oportunamente receber mediante procuração nossa, e ficam substituindo o antigo patrimônio dessa Matriz. E para que conste a todo tempo, cumpre que Vossa Reverendíssima, depois de fazer a Estação da Missa, veja este nosso ofício e o transcreva oficialmente no Livro de Tombo desta freguesia.

Deus guarde e abençoe Vossa Reverendíssima.

Joaquim, Bispo Diocesano, 4 de dezembro de 1900.


4 de janeiro de 1900. D. Joaquim cita o destino do dinheiro da venda de terras da Santa 

 

 







1902. Inventário da Matriz pelo
Padre Epifânio


10 - MACÁRIO BEZERRA DO VALE ARRUDA (1901 - 1902). Devido a problemas de saúde, só passou nove meses. Padre na época tinha que andar de cavalo e percorrer quilômetros para cumprir o ofício divino.


11 - JOÃO CASSIMIRO VIANNA (6/5/1902 a 25/2/1903). Ordenado na Bahia. Pelo bispo D. Joaquim, foi questionado se o Padre Epifânio registrara no Livro de Tombo parte do valor da venda de terras da Santa. Respondeu negativamente. Reclamava da solidão diante de um povoado tão pequeno. E, assim, famoso por soltar o estoque de fogos de artifício que sobraram das festas de dezembro. Alegou que queria companhia. Foi para a sua região do Cariri, onde, como pároco de Brejo Santo, destacou-se como poeta e músico.


D. Joaquim anuncia Visita Pastoral do
Monsnhor Pedro Leopoldo



12 - JOSÉ GONÇALO FERREIRA (25/2/1903 a 1904). De temperamento elevado, não deixou boa impressão aos fiéis. Costumava reclamar do local e das pessoas de Trairi.




1903. D. Joaquim orienta fieis a procurarem
capelas na ausência do pároco



13 - JOSÉ ROMUALDO DE SOUSA (1904 - 1915). Célebre religioso voltado aos desígnios de Deus. Notável marceneiro, o jovem padre reformou a igreja primitiva, concluindo um corredor lateral, iniciado pelo capitão Luiz Ferreira da Cunha (que falecera durante obras), e construído o segundo; o quarto dos sinos e o confessionário.

Nessa altura, a fachada da Matriz tinha quase o mesmo aspecto atual. Embora sem torre, é nobre, dada a elevação sobre o terreno e a própria arquitetura. O corpo central coincide com a área da antiga capela; aqui ficam três portas, muito juntas, a do meio mais alta e larga, com folhas de madeira, sendo sobrepujadas por aberturas retangulares, cerradas por combogós. A esse corpo foram acrescentados corredores , cujos vestígios de portas ficaram como nichos, onde ficam: um Crucifixo, à direita de quem chega, e a imagem de São Francisco, sob um toldo, à esquerda; sobre estes, pequenos óculos.

                                                         Francisco de Andrade Barroso, em Igrejas do             Ceará, 1997.

 

1904. Nomeação do Padre Romualdo


Ergueu a capela de Mundaú. Educador, ajudava os professores José Joaquim Gouveia (que foi vereador) e Benvinda Xavier na educação da maioria dos trairienses, aqueles que não podiam estudar na capital. Teve a honra de recepcionar o Bispo do Ceará durante a Visita Pastoral de 13 de outubro de 1913.
No mesmo ano que deixou Trairi, foi para Soure (Caucaia), onde permaneceu 33 anos, ou seja, até o fim da vida, aos 72 anos. Justamente na Seca do 1915, quando a miséria imperava com a escassez d´água no Ceará. Locomovia-se a cavalo para as distantes comunidades onde eram agendadas missas, festejos, além do dever da extrema-unção aos doentes. Nas horas vagas, costumava construir miniaturas de navios e até barcos verdadeiros, realizações teatrais e formação da banda musical da paróquia, constituída até de piano, saxofone, clarinete e percussão, os quais dominava com maestria. Humilde, não perdeu o ofício de pedreiro, cooperando na construção de capelas, incluídas as do Pecém e de São Gonçalo. Na educação, ensinou teologia e filosofia aos jovens, sua grande paixão. Na paróquia, ergueu o altar mor e novas dependências, além da sua torre, com ele no serviço braçal. Fez as medições e mandou buscar em Paris relógio e sino para a mesma. Até 1943, a quatro anos da sua morte, manteve sob seu controle o fornecimento de energia da cidade após comprar um locomóvel. Dizem que “a única coisa que Pe. Romualdo não fazia era sapatos”. Segundo o padre, “não iria fazer trabalhos com as mãos para desmanchar com os pés”.
 Em comemoração ao centenário do seu nascimento, a prefeitura de Caucaia encomendou uma estátua do religioso ao famoso escultor Bosco. Seria um motivo a mais para abrilhantar os festejos se o rosto não ficasse tão diferente da realidade. Ademais, apresentaram o padre vestido de paletó, quando usava sempre um guarda-pó, sua vestimenta indispensável quando não realizava missa ou trabalhava como operário. Constrangido, o artista pois a culpa no retrato que lhe repassaram.
 

D. Joaquim prorroga permanência de Padre Romualdo


Carta do pároco da Matriz de Nossa Senhora do Livramento para o bispo D. Joaquim Vieira:

Trairi, 12 de setembro de 1904.

Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Bispo. Saúdo-vos reverente em Jesus Cristo.Faço ardentes votos a Deus para que tenhas feito ótima viagem e que continues sempre em perfeita saúde. Já terminei um corredor da Matriz, porém sem a torre, e estou disposto a fazer o outro, embora com mais vagar. Quando for este ano mostrarei as receitas e as despesas. 

Apresentou-se aqui um casamento que fui obrigado a vetá-lo porque o noivo é natural de Meruoca, que esteve aqui uns dez anos e depois retirou-se para Fortaleza, onde morou por onze anos, e chegando agora, resolveu casar com 50 anos de idade, sem me dizer nada sobre o tempo que passou ausente e somente naquele dia fui informando. Todos dizem ser ele solteiro, mas sem que nenhum há de afirmar com juramento. Suspendi o casamento e confesso que me digas o que tenho que fazer.

No mês de junho, andou na freguesia um protestante (Cândido Olegário), pregando em Paracuru com grande aplauso da maior parte do povo. Fui lá e o tal homem retirou-se. Porém, chegou agora com um ministro e continua a dizer asneiras e o povo ouvindo-o, e, segundo me constam, alguns estão contra mim. Agora não posso ir para lá porque devo sair para o Mundaú a fim de fazer a festa de São Miguel.

Não sei mais o que fazer com gente tão ruim, pois quase todos os meses vou lá e eles vivem atrás de botar um capelão, como me consta, que protestantes pregando lá. Só querendo reconciliar o demônio com Deus.

Quando eu for a Fortaleza lhe falarei minunciosamente de tudo.

Dai-me nossa benção.
Deus guarde Vossa Excelência.
Do humilde súdito e filho obediente.
Pe. José Romualdo de Sousa.

 








14 - ISAAC SOARES ANTERO. De Icó CE (1915 -1920). Construiu a primeira ponte sobre o rio Trairi.



1916. Provisão para construção do novo cemitério de Mundaú



15 - MARCONDES CAVALCANTE (1920 - 1921).


16 - FRANCISCO LIMA DE FREITAS (1921 - 1924).


17 - EDGAR SARAIVA LEÃO (1924 - 1925).



1925. Provisão para oratório no Serrote e capela em Croatá



18 - HENRIQUE WILLIBRANDO LUITEN (1925 - 1933).


Nasceu em 15 de março de 1888 em Amsterdã, na Holanda. Foi ordenado sacerdote em 3 de junho de 1917 na arquidiocese de Porto of Spain, no arquipélago de Trindade e Tobago, na América Central.
Ao tomar posse, a freguesia contava com a matriz e nove capelas, possuindo Trairi cerca de 20.000 habitantes.
A Confraria de São Vicente de Paulo possuía 156 confrades.
A Associação de Nossa Senhora do Carmo possuía 185 associados, sendo 175 mulheres e 13 homens.
A Associação de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus possuía 297 associados, sendo 284 mulheres e 13 homens. Salesiano, foi pároco das igrejas de Nossa Senhora da Piedade e São João Batista do Tauape, em Fortaleza.


19 - FRANCISCO PEREIRA DA SILVA (1933 - 1937)

 

Matéria de O Nordeste, 11 de janeiro de 1937. Festejos de N. Sra. do Livramento.
Trahiry em Festa
 A festa de Nossa Senhora do Livramento, padroeira do Trahiry, revestiu-se neste anno de solennidade extraordinária.
 Os festejos tiveram um caracter profundamente religioso, graças aos esforços do zeloso vigário, Revdmo padre Francisco Pereira.
 Novenário solenne, com magna assistência de fiéis. Nas últimas quatro noites, fez-se ouvir o padre Lauro Fernandes.
 No Dia dos Santos Inoccentes, 28 de dezembro, o festejo foi todo infantil, em honra aos meninos mártires. 15º creanças, às primeiras horas da manhã, desfilaram pelas ruas rumo à Matriz, louvando a Deus em cânticos harmoniosos, corações ardentes, esperando a visita de Jesus Eucharístico.
 À noite, um drama todo de creanças encheu de alegria os corações das famílias catholicas. Nestas representações, salientou-se a intelligencia primorosa e a desenvoltura de alguns petizes.
 E digna de nota a memória genial de um preto de quarenta anos que sabe de cor mais de quinhentas quadras sertanejas e as recitar sem titubear, aprendidas todas de ouvido, pois não conhece o alphabeto.  
 A passagem do anno foi saudada com um sole “te deum”.
 Dia de anno novo, dia da padroeira, às nove horas, a matriz regurgitava de fies para assistir a missa cantada. O coro executou, com perfeição admirável, a missa “Te Deum laudamus” (A ti, ó Deus, Louvamos!). A um visitante, admira ouvir o coro desta parochia, tudo executado no compasso da música.
 Á tarde, a festa encerrou-se com uma majestosa procissão, brilhante pela pompa e pela ordem.
 A festa teve de novidade marcante a inauguração da matriz, reformada e embellezada.
 O visitante, ao entrar  em Trahiry surprehende-se com a vista admirável da atual matriz, testemunho eloquente do esforço e zelo do padre Francisco Pereira. O vigário e o povo de Trahiry estão de parabéns.
                                                             Um visitante.
 Nota:
Francisco Pereira da Silva (futuro cônego), nascido em 1903, tomou posse em Trairi, a primeira paróquia após a sua ordenação, substituindo o holandês Henrique Willibrordo Luiten, em 10 de fevereiro de 1933, permanecendo até 30 de julho de 1937, saindo por motivo de saúde. A Professora Maria Pia de Salles confirmou o trabalho do padre na citada reforma da paróquia: “Colocou forro no teto do prédio e nas sacristias laterais; trocou o piso da igreja e fez toda a pintura interna, a óleo; construiu os parapeitos frontispício e traseiros”. E quanto às admiráveis participações das crianças, como o coral e peças teatrais, ressalte-se que Padre Pereira criou a Cruzadinha Eucarística Infantil, daí o Coro de Cânticos, nascendo de tal a criatividade e devoção do povo trairiense pela a preservação da cultura religiosa. Em tempo, como se lê na matéria, missa em latim. Que se respeite a tradição de Nossa Senhora do Livramento de Trairi.

 

1937. O Nordeste destaca os festejos de N. Sra. do Livramento


20 - RAIMUNDO DE CASTRO E SILVA (1937 - 1938). 


Nasceu em Aracoiaba CE a 5 de maio de 1905. Filho de Raimundo de Castro e Silva e de Maria Teles de Castro e Silva. Ordenado em 4 de dezembro de 1932, também foi pároco de Areias, Pentecoste, Pacatuba, Maranguape e Cura da Catedral de Fortaleza. No Piauí, foi bispo titular de Elusa e bispo auxiliar de Teresina, sagrado no dia 5 de agosto de 1950. Sagrou-se, em 1954, por despacho do papa Pio XVII, bispo de Oeiras PI.


21 - JOSÉ GASPAR DE OLIVEIRA (1938).


22 - IRINEU LIMA VERDE (1938 - 1941).

 

Nasceu na comunidade de Fábrica, no Crato, em 6 de janeiro de 1906, tendo como pais Antônio José Soares e Maria Limaverde Soares. Foi batizado a 4 de abril daquele ano pelo Pe. Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva. Estudou no Seminário São José, na sua cidade, e no segundo ano, Teologia no Seminário da Prainha, em Fortaleza (1933,) ordenando-se no dia 6 de dezembro de 1936 na capela de S. Conceição, em Santa Fé, na Serra do Araripe, no Crato. No mesmo ano foi indicado e tomou posse como vigário de Areias (atual Tabuleiro do Norte) em 3 de janeiro de 1937. Um ano depois, em 16 de janeiro, assumiu a paróquia de Nossa Senhora de Boa Viagem, na qual não demorou, uma vez chamado para a Freguesia de Trairi, onde tomou posse em 6 de março de 1938. Em 31 de janeiro de 1943 assumiu em Aracoiaba e em 14 de fevereiro de 1946 a famosa São José do Ribamar, em Aquiraz.  No mesmo ano retornou a Trairi , onde permaneceu até 17 de feverei do 1952. Faleceu no Crato no dia 27 de abril de 1985, aos 79 anos.
 

23 - DEMÉTRIO ELIZEU DE LIMA (1942 - 1945).


24 - ANTÔNIO SILVEIRA DA PAIXÃO (1945). Por dez dias.


Filho de José da Silva da Paixão e Maria Henriques da Paixão, Antônio da Silveira Paixão nasceu em Mundaú a 7 de novembro de 1912 e batizado no dia 10 de fevereiro do ano seguinte pelo Padre José Romualdo de Souza, da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, em Trairi.
Desde criança recebeu formação cristã, inteligente, seguindo para o Seminário Diocesano da Prainha, Fortaleza, onde ordenou-se em 5 de dezembro de 1937 e mais tarde seu professor. Logo foi nomeado Coadjutor de Pentecoste CE, tornando-se seu vigário de 30 de novembro de 1938 a 31 de janeiro de 1947, licenciando-se, contudo, para se dirigir à sua terra, onde, em 1945, foi pároco de Nossa Senhora do Livramento por dez dias.
Lecionou no Colégio Castelo Branco ao lado seu conterrâneo, Padre Rodolfo Ferreira da Cunha. Em seguida, nomeado diretor do Instituto Carneiro de Mendonça, em Maracanaú, encarregado de educar menores recolhidos.
Entre 1951 e 1962, representando a Arquidiocese, através da Sociedade São Vicente de Paulo, apresentou a Hora dos Pobres, que era retransmitida na Hora do Angelos pela Rádio Iracema, com fins de arrecadação de recursos para indigentes. Então, durante o Jubileu de Prata da sua ordenação, ingressou na Congregação Salesiana, tendo concluído o Noviciado a 31 de janeiro de 1964.
Peregrinou por Pernambuco, Rio Grande do Norte e Baturité até chegar a Salvador BA, onde foi Reitor do Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora (1973 - 1975). Em seguida, Capelão dos Hospitais da Paróquia Salesiana de Nossa Senhora de Nazaré, onde cumpriu a missão de tratar e confortar os enfermos mais humildes. E assim, na capital baiana, após 56 anos de sacerdócio, foi ao encontro com o Criador no dia 7 de abril de 1993.


Padre Paixão sentado com o irmão, Nilo, na residência da Rua Tolentino Chaves. Os demais, Chico Baier, Zé Lucas com seus filhos, e Marquinhos Lucas. 


 

25 - JOSÈ HÈLIO RAMOS (1946). Por trinta e três dias.


26 - JOSÈ IRINEU LIMA VERDE (1946 - 1952).

Para a Professora Maria Pia de Salles, Pe. Irineu Limaverde “desenvolveu um trabalho social muito bonito. Formado em Farmácia, ensinou remédios e salvou muitas vidas. Durante os partos ensinou Joaninha Mota, a qual tornou-se nossa parteira durante muitos anos. Promoveu as construções das capelas do Gengibre, Estrela e Córrego dos Furtados, iniciando as obras da capela de São Pedro, em Flecheiras”. Na segunda passagem “continuou seu apostolado de fazer o bem aos pobres. Tinha especial cuidado com os agricultores pais de família, arranjando-lhes trabalho nos tempos difíceis. Na parte espiritual, impulsionou a Associação das Filhas de Maria, da qual era diretor, as Cruzadinhas e Catequistas”.  (História da Minha Terra - Gráfica LCR, 1999)

Ata de Posse do Revmo Padre Irineu Limaverde na Paróquia de Trairi (segunda vez).

Aos vinte de junho de mil novecentos e quarenta e seis, dia de Corpus Christi, pelas nove horas, a estação da missa  paroquial procede a leitura da Provisão do Exmo Sr. Arcebispo, D. Antônio de Almeida Lustosa, datada de dezesseis de maio de ano em curso, e assim tomei posse desta Freguesia de Trairi perante as testemunhas abaixo e crescido número de fiéis. E para constar, lavrei a presente ata que assino com as testemunhas. 

Trairi, 20 de junho de 1946

                                Pe. Irineu Limaverde.


                                Testemunhas:

                                Antônio Joaquim Barbosa
                                Raimundo Arlindo Araújo



Ata da segunda posse de Padre Irineu


Tribuna do Ceara, 1977. Pe. Irineu Limaverde


Nasceu na comunidade de Fábrica, no Crato, em 6 de janeiro de 1906, tendo como pais Antônio José Soares e Maria Limaverde Soares. Foi batizado a 4 de abril daquele ano pelo Pe. Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva. Estudou no Seminário São José, na sua cidade, e no segundo ano, Teologia no Seminário da Prainha, em Fortaleza (1933,) ordenando-se no dia 6 de dezembro de 1936 na capela de S. Conceição, em Santa Fé, na Serra do Araripe, no Crato. No mesmo ano foi indicado e tomou posse como vigário de Areias (atual Tabuleiro do Norte) em 3 de janeiro de 1937. Um ano depois, em 16 de janeiro, assumiu a paróquia de Nossa Senhora de Boa Viagem, na qual não demorou, uma vez chamado para a Freguesia de Trairi, onde tomou posse em 6 de março de 1938. Em 31 de janeiro de 1943 assumiu em Aracoiaba e em 14 de fevereiro de 1946 a famosa São José do Ribamar, em Aquiraz.  No mesmo ano retornou a Trairi , onde permaneceu até 17 de fevereiro do 1952. Faleceu no Crato no dia 27 de abril de 1985, aos 79 anos.


27 - ZACARIAS SIQUEIRA CAMPOS (1952 - 1955)   

       

Pároco entre 17 de fevereiro de 1952 a 13 de fevereiro de 1955. Fiel à corrente conservadora da Igreja Católica, marcou pela arrogância e pelo comportamento temperamental. Segundo Maria Pia, “queimou todas as imagens velhas do tempo dos portugueses. O povo de Trairi nunca esqueceu nem perdoou”. Merecia um processo, consequentemente uma punição exemplar.


28 - TOMÁS DE AQUINO CORREIA (1955 - 1956).
 
Assumiu em 10 de março de 1955, padre bondoso, porém um jovem com problemas de saúde. Permaneceu até março do ano seguinte.


29 - ALBERTO BARBOSA VIANA (1956 - 1961).

Tomou posse em 15 de fevereiro de 1956. Também carismático, jovem, inaugurou a ponte do Rio Trairi ao lado do governador Parsifal Barroso. Na sua vida sacerdotal, destacou-se em Fortaleza, quando dirigiu a Congregação de São Vicente de Paulo.


30 - ANTONILDO SARAIVA (1962 - 1967).

Assumiu a Paróquia em 17 de fevereiro de 1962. Assim descreve Maria Pia sobre o jovem sacerdote: 

Precursor da criação de um sistema médico-odontológico que muito bem fez ao povo pobre da nossa cidade. O Postinho do Padre Antonildo funcionava num grande salão ligado à Casa Paroquial, orientado pelas senhoras da cidade. Para cá, trouxe o primeiro médico e o primeiro dentista com trabalho permanente. Eram eles o Dr. Bandeira e o Dr. Calderon, médicos, e a Dra. Cristina, nossa saudosa trairiense, dentista. Os remédios ele conseguia na Secretaria de Saúde ou através de doações vindas de São Paulo, por intermédio do Dr. Celso Barroso, médico trairiense. Construiu o lindo altar litúrgico de nossa igreja, testemunha de sua fé em Cristo, como disse D. Delgado, Bispo do seu tempo: “O altar principal da Matriz é um marco indelével de seu espírito de fé” . (Nota: Como sabemos, esse altar não mais existe)


31 - JOSÈ SINVAL FACUNDO (1967 - 1969).Tomou posse em primeiro de outubro de 1967. Bastante carismático, marcou pela construção da nova Casa Paroquial, de alvenaria, em cujas obras encontraram materiais históricos, como caibros de cipó, oriundos do Alto Grande, de onde foram extraídos para a construção da casa originária por Dona Maria Furtado por volta de 1725.


32 - TOMÁS FÉLIU AMENGUAL (1970 - 1986). Colaborou, no período de 1986 a 1987, o Padre José Walter da Costa.

Pe. Tomás Féliu Amengual, SJ. Por J. Lucas Jr.Aos 36 anos, ele desembarcou no aeroporto do Rio de Janeiro, três primaveras após seu ordenamento na cidade natal, Palma de Mallorca, Espanha, no mesmo local onde o patrono dos jesuítas se converteu (Santo Afonso iniciou como porteiro da Igreja de Montesión, foto). Aquele encanto turístico, berço de notas românticas e cartão postal do mundo, contrastava com a missão do jovem jesuíta, já de passagem por Cuba e El Salvador, voltada ao convívio social entre os povos carentes da América Latina, não importando se a devoção se voltava ao magistério ou à religiosidade. Três meses depois, adentrou ao Seminário da Prainha, em Fortaleza CE, onde, naqueles bancos centenários, tantos notáveis se sentaram, indo ter com o seu superior, Dom Miguel Fanelón Câmara, Bispo Auxiliar de Fortaleza, de quem recebeu o ofício de comandar a Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, em Trairi CE, que estava sem pároco oficial desde 1967. No dia 29 de junho de 1970, Padre Tomás foi empossado pelo colega temporário, Sinval Facundo, diante de uma emocionante homenagem daquele povo litorâneo, cujos pescadores e cidadãos locais lhe surpreenderam com apresentações de boas-vindas. Uma das maiores recepções ocorridas no município, particularmente tratando-se de um membro da tradicional Companhia de Jesus. Sua primeira tarefa foi preparar uma pesquisa sobre as carências daquele povo, concluindo que a prioridade, seria a educação, sem deixar de focar o sentido maior do social, a saúde e bem-estar, além de enfocar algo até então incomum da parte de um religioso, a reforma agrária. Em 1971, selecionou para vinte e cinco jovens pobres, os quais passaram a conviver numa associação comunitária, estudando e se preparando para o futuro, quer na formação trabalhista, quer cristã, ao abraço à Igreja. Nascia a Comunidade Estudantil Padre Anchieta (CEPAN), berço de assistência às crianças necessitadas, que recebiam (e continuam recebendo, pois mantém-se firme, inclusive expandindo-se com duas unidades em Fortaleza - CEASPA - e uma voltada à pesca, em Pentecoste CE, Projeto Amanhecer, esta mantida pelo Fundo Cristão para a Criança) estudos, moradia, e formação cívica. Do seu sucesso surgiram as escolas comunitárias, sustentadas através de convênio com a Fundação Interamericana. A partir de então, Trairi se notabilizou nos levantamentos sócio educacionais do Estado. No mesmo ano foi criada a Diocese de Itapipoca CE, passando a Paróquia de Nossa Senhora do Livramento sua subordinada. Através dela, Padre Tomás Féliu trabalhou pelo surgimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) no Ceará, levando para o interior a mensagem inovadora da nova Igreja Católica, progressiva, de prática evangélica e resistente às injustiças sociais. Para tal foi a Bacabal, no Maranhão, conhecer as primeiras experiências. Em 1974, coordenou a célebre manifestação católica pelo Centenário da Paróquia Nossa Senhora do Livramento, e consequente criação da Vila do Livramento, com eventos sagrados durante aquele 14 de agosto,  culminando com uma procissão histórica registrada pela imprensa da capital. A ousadia em levantar a voz da Igreja em defesa dos injustiçados o fez enfrentar adversidades, como a reação negativa dos mais abastados, políticos atrelados à ditadura, coronéis e fazendeiros, que o acusaram de comunista. Fato chocante desse comportamento repressor ocorreu em junho de 1986, na comunidade de Córrego dos Pires, em Trairi, quando do desmatamento, por capangas, de uma fazenda recém comprada, pegando os nativos de surpresa, pois dali mantinham seus sustentos. Tampouco foi cumprida promessa de novas terras àqueles que ali moravam, nem uma forma de diálogo direto. Foi então que famílias da região, inclusive crianças, resolveram adentrar e reivindicar a posse do terreno, ocasionando um violento confronto e a morte de quatro pessoas, inclusive de um capataz do novo proprietário. Tanto a FACIC (Federação da Indústrias e do Comércio do Ceará) como o então Secretário de Segurança, José Feliciano de Carvalho, acusaram Padre Tomás e o Bispo de Itapipoca, Dom Benedito, de serem os culpados, por incitação à violência. Desconheceu-se, naquele momento difícil, o seu trabalho em nome da reforma agrária, que culminou com o surgimento da comunidade de Anchieta, em regime de mutirão, numa área de duzentos hectares adquirida por ele, com fim social, em 1975, assim como a criação do banco de telhas e tijolos, incentivando a extinção de casas de taipa. Época em que, com ajuda de uma fundação alemã, entrou com 10% das obras de construção do Hospital Municipal, verdadeira revolução na área de saúde, já que anteriormente os enfermos eram atendidos na casa do padre, ou na sala auxiliar do Salão Paroquial, construída pelo seu antecessor, Padre Antonildo.


Padre Tomás doente em 1986.
Foto: O Povo


Outras obras de Padre Tomás Féliu, além das bandas puxadas a violinos de apoio às celebrações: Centro Agropecuário Criancó (Trairi), Projeto Pequeno Cidadão (São Gonçalo do Amarante, CE), Escola Agrícola Padre Pedro Alcântara, de Russas, CE), casa de Apoio de Pindoretama, CE, Casa de Parto Dr. Galba Araújo (Trairi, CE), Casa Escola e Pesca de Alméscegas (Trairi, CE) e a Casa de Retiro de Mundaú, CE. Destaque-se, também, durante os 17 anos à frente da paróquia trairiense, a sua colaboração no surgimento do Sindicato dos Trabalhadores, Cooperativa Agropecária, Colégios Pio Rodrigues e Jonas Henrique de Azevedo, além dezenas de associações voltadas às comunidades carentes, priorizando crianças e adolescentes. Quis o destino que assumisse apenas uma paróquia, e que se ordenasse e falecesse na sua Palma de Mallorca, na Espanha, com 81 anos. 



1974. Centenário da Vila e da Freguesia de N. Sra. do Livramento


33 - EDVALDO GOMES DA SILVA (1987 - 1991). 



1988. Padre Edvaldo e D. Benedito na Lagoa das Quintas


34 - ANTÔNIO SIMPLÍCIO DE ANDRADE (1991 - 1993). 

35 - JOSÉ RIBAMAR MOTA RAMOS (1994 - 1996). Colaborou, em 1997, o Padre José  Clayton Teles. 

36 - MESSIAS SANTANA FERNANDES (1997 - 2001). 

37 - FRANCISCO NETO DE SOUSA (2001 - 2009). Colaboraram os padres Aldo Teixeira Braga, João Batista Cruz Barbosa e Pascoal Belmont. 

38 - JOSÈ RAIMUNDO DE OLIVEIRA (2009 - 2013). Colaborou o Diácono Paulo José Castro Marinho. 

39 - JOSÉ CLEONOR MAGALHÃES SOARES (2013 - 2017). Colaborou o Diácono Francisco da Silva de Araújo (Chiquim). 

40 - FRANCISCO DANÍSIO DO NASCIMENTO SILVA (2017 - 2018). Colaboraram os padres Edson Carlos Paz Teodósio da Silva, Vigário Paroquial. 

41 - JOSÉ ARNOLDO DE LIMA SALES. Posse em 26 de janeiro de 2019. Inaugurou a grande reforma do templo após árdua tarefa, sob todos os sentidos, dos padres e da comunidade católica. 




Obras da Igreja Matriz - Marcelo Barbosa


RODOLPHO FERREIRA DA CUNHA


Padre Rodolpho Ferreira da Cunha


Não foi pároco em sua terra, mas seu amor por ela e biografia respeitável merece menção. Nascido em 28 de setembro, filho do segundo casamento do coronel Raimundo Ferreira da Cunha, com  Luiza Pires da Cunha, e bisneto do fazendeiro Luiz Ferreira da Cunha, que trabalhou na ampliação da igreja, Padre Rodolpho é a figura mais querida e lembrada de Lavagem (Canaan):

Jovem, foi para o Seminário da Prainha, onde completou os estudos um ano antes de sua ordenação por conta da pouca idade. Dedicado, aprendeu vários idiomas, desenvolvendo a arte musical, a qual levou para sua terra. Conforme Maria Pia, um dos seus desejos era participar de missões com os índios, que era tarefa das mais provocantes e difíceis desde a primeira, em 1608, quando os padres Francisco Pinto e Luís Figueira pisaram em terras trairienses. Seu desejo foi atendido com sua missão no Brasil Central.

Foi capelão do Asilo dos Alienados e vigário da Paróquia do Bom Jesus (Parangaba), além de brilhante professor do Seminário da Prainha, Liceu do Ceará, colégios Cearense e Castelo Branco. No livro comemorativo dos 50 anos do Seminário Episcopal do Ceará (1915), o padre foi saudado como “lente (professor) mais querido dos seminaristas. Coração formado de bondade e brandura, a todos prodigaliza. Desde 1902, ainda theologo, distribui aos alunos do seminário as luzes de sua vasta erudição. Ordenado presbítero em 28 de março de 1903, não quis abandonar esta casa, e até hoje permanece entre nós, a todos edificando pelo exemplo de suas atraentes virtudes”. Suas maiores alegrias: o dia da ordenação, a primeira missa e as Bodas de Ouro da sua ordenação.

Orador primoroso, sua palavra soava de maneira encantadora e prendia a atenção, por isso suas aulas eram disputadas pelos pais de alunos, e o próprio pelas instituições de ensino. Como professor de geografia, por exemplo ,valorizava o campo, estudioso sobre as causas da seca, incentivava a agricultura, num alerta aos problemas do êxodo rural iminente.

Assim concluiu o Instituto Histórico do Ceará sobre o seu membro: “Nos últimos dias de sua vida, interiorizou-se na terra do berço, onde parecia querer terminar como começou. Pedia aos amigos víveres e donativos para os pobrezinhos de Lavagem, ao lado dos quais cumpria a sua missão sacerdotal. Só a extrema idade arrastou-o pela doença a Fortaleza, onde veio a falecer na Santa Casa de Misericórdia a 19 de abril de 1967, aos 87 anos de benfazeja existência”. (F. Alves de Andrade)

Conforme sua conterrânea Maria Pia, “toda Canaan  chorou a sua morte. Após dez anos, trouxeram seus restos mortais, que repousam na capela construída por sua avó, Maria Bezerra de Menezes, Dona Iaiá, a qual foi reformada por ele, anexando a ela a torre com relógio. Por ocasião das Bodas de Ouro, o coral de Trairi o saudou com a música “Salve Padre Rodolfo”.

No livro comemorativo dos 50 anos do Seminário Episcopal do Ceará (1915), o padre trairiense foi saudado como lente (professor) mais querido dos seminaristas:

Coração formado de bondade e brandura, a todos prodigaliza. Desde 1902, ainda teólogo, distribui aos alunos do seminário as luzes de sua vasta erudição. Ordenado presbítero em 1903, não quis abandonar esta casa, e até hoje permanece entre nós, a todos edificando pelo exemplo de suas atraentes virtudes.

Instituto do Ceará. Parte do discurso de posse de Oswaldo Riedel exaltando  Padre Rodolfo Ferreira da Cunha  e Dr. Dolor Barreira, seus patronos.

Como resplandecente da mais significativa honraria de quantas, até hoje, me outorgaram homens da cultura e do saber, sinto, neste momento de festiva solenidade, inefável satisfação íntima. E certo do meu regozijo completo, não perdurasse restritiva impressão de que me não consigo descrever: pergunto-me se, na realidade, sou merecedor de tão excelsa distinção.

Na Roma antiga era costume o imperador aparecer, em público, acompanhado de perto por filósofo grego, singular escravo incumbido de missão especial. A multidão, à passagem do soberano, rompia em vibrantes aclamações laudatórias, ressaltando a sublime natureza de supositiva divindade. Nessa ocasião o servo, com a voz compassada e soturna, deveria dirigir ao todo-poderoso César, iterativamente, as ameaçadoras palavras: "Cuidado, para que não caias!" De censor implacável como aquele, também dispõe nossa mente. Relembra-nos, com realismo, naturais limitações e escassos atributos de nossa precária condição quando, guindados a esplêndidas culminâncias, ouvimos encômios tão gratos à nossa vaidade. Autocrítica é o seu nome. E me faz ponderar, neste instante em que estou sendo galardoado, se não deveria ter sobre outrem a escolha para que fossem condignamente ocupadas, neste sodalício, as vagas do Dr. Dolor Uchôa Barreira e do padre Rodolfo Ferreira da Cunha, doravante meus tutelares. Assim, pois, é com humildade que recebo o dignificante encargo de suceder espiritualmente a essas duas lidimas expressões de cultura da terra cearense, notório e pródigo berço de capacidades intelectuais privilegiadas.



1961. Padre Rodolfo em Fortaleza


A vida de Dolor como a do Padre Rodolfo, quando cotejadas, apresentam várias e interessantes particularidades coincidentes. Ambos vieram ao mundo no interior do Ceará, em localidades que, na época, ostentavam curiosa e paradoxalmente nomes em desacordo com o que seria de esperar em terra da seca: Dolor nasceu em Cachoeira e Padre Rodolfo em Lavagem. Ambos, na adolescência, frequentaram educandários dirigidos por sacerdotes: Dolor estudou no Colégio São José, dirigido por frades beneditinos na serra do Estêvão, em Quixadá, e Padre Rodolfo cursou o Seminário da Prainha, na Capital. Ambos concluíram os estudos em Fortaleza: Dolor, bacharelando-se em Direito, e Padre Rodolfo recebendo ordens sacras. Oradores natos, empolgaram cada um a seu modo. Os auditórios empolgaram cada um a seu modo, mercê de facilidade de expressão, beleza literária da forma e precisão de conceitos, que lhes eram peculiares. Paralelamente à atividade principal, exerceram com proficiência o magistério: Dolor lecionou em estabelecimentos de ensino secundário quando acadêmico ainda e, depois, advogado, regeu cátedra na Faculdade de Direito; Padre Rodolfo, sem prejuízo de suas múltiplas e absorventes obrigações de pároco, ministrou aulas no Seminário da Prainha, no Ginásio do Crato, no Colégio Castelo e, como catedrático, no Liceu do Ceará. Ambos, no início da quarta década de vida, defenderam tese: Dolor Barreira, para provimento da cátedra de Direito Civil na Faculdade de que, mais tarde, seria Diretor; Padre Rodolfo, para conquistar a cadeira de Geografia do Brasil e Cosmografia no Liceu do Ceará. Os dois morreram no mesmo ano e no mesmo local: hospitalizados na Casa de Saúde Eduardo Salgado em Fortaleza. E ali entregaram a alma ao Criador com dois meses e poucos dias de diferença: primeiro o Padre Rodolfo e, depois, Dolor Barreira.

Difícil se me depara a tarefa de discorrer sobre atividades e méritos de cada um de meus patronos. Personalidades marcantes e de insofismável projeção no cenário intelectual do Ceará, a respeito deles já divulgaram excelentes apreciações biobibliográficas vários autores de nomeada. Traçaram, com mestria, os vigorosos e inconfundíveis perfis. A rigor, pois, nada me restaria acrescentar não obstante procurarei, nesses retratos, avivar aqui e acolá certos aspectos que me parecem mais típicos.

Escreveu Padre Rodolfo outros três importantes trabalhos, dois dos quais relativos a assuntos geográficos e um de cunho histórico. Este último constitui as Notas Históricas do Livro de Tombo da Paróquia da Parangaba. Dos trabalhos atinentes à Geografia, um atinente sobre a Hulha Negra e a Hulha Branca foi escrito um ano após a tese, como esta, vem impregnado de humanismo telúrico.

O outro, intitulado O Araguaia, é descrição de viagem que fez a partir de Ipameri, em Goiás, para Belém do Pará. Utilizando lancha a gasolina percorreu grande parte da rota fluvial do Rio Araguaia . que o impressionou vivamente como paisagem e fonte inexaurível de recursos materiais para o homem.

Seus últimos anos de vida Padre Rodolfo os passou quase todos na tranquilidade bucólica de sua terra natal, a que emprestara o nome bíblico de Canaan. Ali pretendia, cercado de sertanejos, a quem dava assistência espiritual, exalar o ultimo alento. Pertinaz doença o obrigou, porém, procurou ao recursos médicos em Fortaleza, onde, octogenário, faleceu. Extinguiu assim vida mentalmente fecunda interinamente devotada ao ensino e à prática do Bem.

 

 

1925. Padre Rodolfo na Cidade Santa (O Nordeste)





Jornal O Povo

11. Famílias

 

11.1. Alves da Silva

 
José Alves da Silva, casado com Maria Rodrigues de Jesus. Nascidos por volta de 1830. Ele faleceu cego aos 86 anos, e ela com 96 anos, trairienses.
Filhos: Luiz Alves da Silva, nascido em aproximadamente em 1850. Casou em 25/02/1872, com Ana Tolentino Chaves, filha de Nicolau Tolentino Chaves e de Joanna Maria da Conceição. Do casal, nasceram José Alves da Silva (II) e João Alves da Silva, de 1874, casado com Raimunda Pereira da Cunha, filha do comerciante e farmacêutico Joaquim Thomaz da Cunha, o Marinheiro Cunha. Raimunda faleceu por volta de 1918.
João e Raimunda tiveram um filho chamado Renato Alves da Silva, nascido em 1898, que se casou em 15/02/1919 com Josefa Barroso de Oliveira, filha de Raimundo Barroso Cordeiro e de Anna Thereza de Jesus. Outro filho, Francisco, nascido em 26/11/1906, teve padrinho José Alves da Silva (II), seu tio, solteiro. José pouco depois se casou com Francisca Alves da Cruz, enviuvando. Já o caçula se chamava Antônio Alves da Silva, fazendeiro, vereador e prefeito de Trairi, casado com sua prima, Maria Oliveira da Silva. Em seguida o casal se separou e D. Raimunda veio a falecer.
Já a filha, Maria Alves da Silva (Nêga Silva), casou em 26/11/1921 com Antônio Joaquim Barbosa, então com 25 anos, filho de Joaquim Barbosa dos Santos e de Idalina Baptista de Oliveira. Bernardino Barbosa dos Santos (Duca), irmão do noivo, foi uma das testemunhas.
Coronel João Alves da Silva, político, próspero comerciante e fazendeiro do Córrego da Onça, casou, após viuvez de cerca de vinte anos, com Georgina Teixeira da Costa, professora, viúva de Miguel Furtado Teixeira, parentes de segundo grau, filha de Manoel Teixeira da Costa (III) e de Neomézia Moreira Teixeira.  O casal teve um filho chamado Raimundo, que faleceu jovem.
José Alves da Silva (II), viúvo, casou em 05/07/1922 com Raimunda Ribeiro da Cunha, 17 anos,  filha de Raimundo Nonato Ribeiro (Mundoco Ribeiro), político, e de Emília Simões Ribeiro (Mirosa). Dali vieram quatro filhos: Raimundo Ribeiro da Silva, Antônio Ribeiro da Silva (Totó), esposo de dona Suzana Freire, que foi prefeita de São Luiz do Curu;  Geraldo Ribeiro da Silva e José Ribeiro da Silva.
E assim, os irmãos José (II) e João Alves da Silva enveredaram na política, a principio aliados aos Granja Ribeiro, mas aderindo ao Partido Democrata, que elegeu um opositor em 1928, Zeca de Araújo, prefeito, embora com a caneta do governador Matos Peixoto, que acabou deposto e preso.
João faleceu em 24/07/1952, com 78 anos.


João Alves da Silva



 11.2 Família Andrade Lucas


Ao contrário das famílias de origem portuguesa de Trairi, os Andrade Lucas são provenientes do Sertão Central, de raça parda, portanto mestiça, integrantes de levas de flagelados durantes as secas e pestes, rumando para as áreas ribeirinhas do litoral. Os irmãos Manoel José de Andrade, Francisco José de Andrade e Domingos José de Andrade, este casado com Maria José de Assunção chegaram em Trairi por volta de 1834.  Aparentemente, tinham certo prestígio entre os coronéis, uma vez que alguns deles, André Barbosa de Amorim, Luiz Barbosa de Amorim, José de Castro Moura e Raimundo Xavier de Souza foram padrinhos de batizado dos seus filhos.

Os Lucas, por sua vez, são de ascendência Teixeira, uma vez adotado aquele como de família através do patriarca, Lucas Teixeira, pai de Manoel Lucas Teixeira, que se casou pela primeira vez, em 1866, no Mundaú, com Izabel Maria de Jesus. Tiveram uma filha, Júlia. Viúvo, Manoel Lucas casou-se com Virgilina Amélia do Nascimento em 1885. As testemunhas foram o famoso professor e vereador José Joaquim de Gouveia e o comerciante Sebastião Carneiro de Azevedo, Também vereador, da praia da Lagoinha, depois Frexeiras (atual Flecheiras). Seu filho, Joaquim, nasceu em 1886. Assim, a família Andrade Lucas surgiria em 29/05/1914, quando Joaquim Lucas Teixeira casou-se com Raimunda Francisca de Andrade, filha de José Francisco de Andrade e de Cosma Francisca de Andrade. As testemunhas foram Francisco Tolentino Chaves (Chico Tolentino) e Francisco Galdino da Silva.

Filhos de Joaquim Lucas Teixeira e de Raymunda Francisca de Andrade:

1 - Maria (Biria). Nascimento: 20/04/1915. Batizado: 04/08/1915Pais: Joaquim Lucas Teixeira e Raimunda Francisca de Andrade.Padrinhos: José Francisco de Andrade e Cosma Francisca do Espírito Santo.

2 - José. Nascimento: 01/06/1917. Batizado: 04/06/1917Pais: Joaquim Lucas Teixeira e Raymunda Francisca de Andrade. Padrinhos: Elcíades Ribeiro e Josepha Moreira Ribeiro.Padre: Isaac Antero Soares.

3 - Josepha. Nascimento: 09/09/1918Padrinhos: João Carneiro Damasceno e Anna Carneiro Damasceno.

4 - Constantino. Nascimento: 28/05/1920. Padrinhos: Francisco Lourenço de Andrade e sua mulher e Francisca Furtado de Andrade.

5 - Rita. Nascimento: 27/04/1922. Batizado: 05/06/1922. Pais: Joaquim Lucas Teixeira e Raymunda Lucas de Andrade. Padrinhos: Pedro Elpídio de Mello e Maria Lucas Teixeira. Padre: Francisco Lima de Freitas.

6 - Deusimar (Irmã Clarice). Nascimento e batizado em 24/01/1924. Padrinhos: João Rodrigues de Mello e Eudócia Maria da Silva. Padre Leopoldo Feitosa.

7 - Manoel. Nascimento 15/09/1925. Batismo 11/11/1925. Padrinhos: Antônio Francisco de Andrade e Georgina Teixeira. Padre Henrique Willebround Luitten (holandês).

8 - Raimundo. Nascimento: 19/04/1927. Batismo: 21/06/1927. Padrinhos: Raimundo Rodrigues da Costa e Luiza da Costa Souza. Padre: Henrique Willebround Luitten (holandês).

9 - Vicente. Nascimento: 05/04/1929. Batismo: 05/05/1929. Padrinhos: Francisco Damasceno e Ana Ribeiro. Padre: Henrique Willebround Luitten (holandês). Obs: Casou-se com Maria Luiza Mendes em 11/07/1966.

10 - Davi. Nascimento: 13/07/1931. Batismo: 20/09/1931Padrinhos: Antônio Nery Filho e Maria da Costa Nery. Padre: Henrique Willebround Luitten (holandês).

11 - Francisco. Nascimento: 29/11/1934. Batismo: 03/01/1935. Padrinhos: José dos Santos Nery e Cecy Nery. Padre: Henrique Willebround Luitten (holandês).

12 - Joaquim (Filho). Nascimento: 27/12/1936. Batismo: 11/04/1937. Padrinhos: Carlos Rodrigues Viana e Maria Lucas Sobrinha. Padre: Francisco Pereira da Silva. Obs: Foi batizado como João, mas corrigido no batistério para Joaquim. Na sua Certidão de Nascimento, porém, conta a data de 07/02/1939.

13 - Antônio. Nascimento: 19/07/1938. Batismo: 21/08/1938. Padrinhos: Antônio Neri e Isabel Neri. Padre: Irineu Limaverde Soares

 

 

1958. Deusimar (Irmã Clarice), Luciano Lucas, Raymunda Andrade
e Joaquim Lucas Teixeira


12. Casamentos
 

25/09/1907. Lavagem:
José Ferreira da Cunha (24 anos) e Rita Carneiro da Cunha. (26 anos)
Pais: Antônio Ferreira da Cunha e Anna Ferreira da Cunha.
Pais: Francisco Carneiro da Cunha e Luiza Ferreira da Cunha.
Testemunhas: Afonso de Albuquerque e João Portela de Menezes.
Padre José Romualdo.
12/10/1907. Trairi.
Raimundo Rodrigues Pereira, 25 anos, e Maria Alves Barbosa, 22 anos. Ele, filho de  Benevenuto Rodrigues Pereira e de Maria Barbosa de Amorim. Ela, filha de Antônio Marianno Alves e de Antônia Francisca Alves.
Testemunhas: Marcos Alves Pereira e Pedro Rodrigues Pereira.
Padre José Romualdo
12/10/1907. Trairi.
Francisco Tolentino Chaves, 52 anos, viúvo de Joanna Rodrigues da Cunha Chaves, e Firmina Amélia de Gouveia, 30 anos. Ela, filha de José Joaquim de Gouveia e de Maria Amélia de Gouveia.
Testemunhas: Antônio Barroso Cordeiro e Francisco José Cordeiro.
Padre José Romualdo de Sousa.
29/05/1914. Trairi. Casamento:
Joaquim Lucas Teixeira, 28 anos, e Raymunda Francisca de Andrade, 22 anos. Ele, filho legítimo de Manoel Lucas Teixeira, já falecido, e de Virgilina Nascimento Teixeira. Ela, filha de José Francisco de Andrade e de Cosma Francisca de Andrade.
Testemunhas: Francisco Tolentino Chaves e Francisco Galdino da Silva.
Vigário José Romualdo de Sousa.
06/11/1915. Trairi. Casamento:
Antônio de Castro Moura (25 anos) e Maria Furtado de Souza.
Pais: Francisco de Castro Moura e Maria de Castro Moura.
Pais: Raimundo Furtado de Mendonça e Felismina Maria de Souza.
Testemunhas: Francisco de Castro Filho e Antônio Silvino de Castro.
Padre Isaac Antero Soares.
07/10/1916. Trairi. Casamento:
Joaquim Moreira de Sousa (28 anos) e Maria Dias de Senna (25 anos).
Pais: Bernardino Moreira de Sousa (falecido)e Maria Ferreira dos Santos.
Pais: Manoel Dias de Senna e Rita Maria de Jesus.
Testemunhas: Antônio Furtado Junior e João Dias de Senna.
Padre Isaac Antero Soares.
17/01/1917. Lavagem. Casamento:
José Silveira da Paixão (30 anos, viúvo) e Maria Ferreira das Mercês (16 anos).
Pais: José Antônio da Paixão (falecido) e Mariana Ferreira da Paixão.
Pais: Antônia Ferreira da Cunha e Anna Ferreira da Cunha.
Testemunhas: Raimundo Nonato da Paixão.
Padre Isaac Antero Soares.
04/11/1917. Trairi. Casamento:
Francisco Batista de Sousa (22 anos) e Alice Gouveia Machado (20 anos)
Pais: João Domingos de Sousa e Francisca Maria de Andrade (falecidos)
Pais: João Batista da Guerra e Raimunda Amélia Gouveia.
Padre Isaac Antero Soares.


Cap.13. Secas e Chuvas.

 

O Ceará sofreu fortes secas no século XX, começando com a de 1915, quando os flagelados partiram a pé para Fortaleza em busca de alimentos e de emprego. O Rio Trairi secou, mas por sorte já contava com a existência de vacinas, impedindo uma nova onda de pestes.
A seca seguinte ocorreu entre 1931 e 1932, também com forte consequência para a agricultura. Após um bom período chuvoso, nova estiagem apenas em 1942. Foi uma década de fartura, ao contrário da seguinte. Secas em 1951, 1953 e em 1958, quando o Rio Trairi voltou a secar. Grandes chuvas na década de 1960, precisamente em 1963, 1964 e 1966/67. Porém, nova estiagem em 1970, a última antes do período entre 1973 e 1974, quando o município sofreu consequências das fortes chuvas. O Rio Trairi chegou a atingir as casas da Rua Tolentino Chaves e as lavouras foram perdidas. O Rio Curu voltou a destruir e uma nova Paraipaba foi construída, dessa vez na margem esquerda do leito.
Em seguida, uma devastadora estiagem entre 1979 e 1983 desolou o sertanejo do Ceará. Campanhas nacionais de ajuda foram destaques nos meios de comunicação. Desde então, o Rio Trairi perdeu a sua característica de águas límpidas e atração para o lazer. Só voltaria a chover acima da média em 1986, afinal, a década de 1990 também foi marcada pela estiagem.
A sequencia de secas registradas no seu solo, como a última, entre 2012 e 2017, levou Trairi ao grupo de municípios do semiárido, situação que permite o saque do FGTS e renegociações de dívidas rurais bancárias quando a prefeitura decreta calamidade pública.


Cap 14. Personalidades.

 

14.1. José Neri
 


José dos Santos Neri nasceu em 09 de outubro de 1918, em Mundaú, distrito do município de Trairi (CE). Filho de Antônio da Costa Neri e Isabel dos Santos Neri, iniciou seus estudos na cidade de Trairi e concluiu no colégio Liceu do Ceará, em Fortaleza. Desde cedo dedicou-se ao magistério, tendo como seu primeiro emprego, na área, o cargo de professor no colégio Brasil, em Fortaleza.
Casou-se com D. Hilda Dias Neri, no ano de 1945, com quem teve oito filhos. Morou em Morada Nova, onde trabalhou no ramo farmacêutico, o que lhe proporcionou algum conhecimento na área da saúde, conhecimento este utilizado em sua terra natal, em uma época de poucos recursos médicos no município.
Finalmente estabeleceu-se em Trairi, na década de 50. Atuou como Interventor Municipal, por dois anos, em São Gonçalo do Amarante. Entre 1956 e 1957 trabalhou no DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) como Gerente de Compras do órgão federal, e na década de 60 representou, na sede do município, o Cartório de Registros, estabelecido no distrito de Mundaú, efetuando matrimônios da população local.  Logo após presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Trairi.
Além de sempre presente na vida política, lecionou nos colégios Álvaro Martins e Jonas Henrique de Azevedo. Nos anos 1980 trabalhou em Uruburetama, também como professor de português e literatura portuguesa. Faleceu em 19 de janeiro de 1990, em Trairi.
Contribuiu, de diferentes maneiras, para a educação e desenvolvimento social de muitos jovens e na evolução política do município de Trairi, tendo como base o seu caráter e respeito aos demais.
 

14.2. Maria Pia de Salles



 
Luzia Lucas, Maria Pia e
Alcira Martins

Nascida em Trairi em 1 de março de 1910, Maria Pia de Sales descende de um dos primeiros colonizadores brancos do município, o português Manoel Francisco Pereira. Dona Flor (Florisminda Xavier de Souza Pereira), sua avó, foi a primeira mulher a se destacar em um órgão público, gerente dos Correios local, cargo herdado por sua filha mais velha, Chiquinha (Francisca Xavier Pereira), após a sua morte, e adiante por sua neta, Maria Altina, a querida Madrinha Morena, irmã de Maria Pia, ambas filhas de Dona Mundoca (Raimunda Pereira Sales), a quarta filha de Manoel Pereira e Dona Flor. Madrinha Morena comandou brilhantemente os Correios por 50 anos.
 Dona Mundoca (ou Doca) casou-se, aos 15 anos, com Vicente Sales, do Riacho da Sela, região das Lages, das origens do famoso escritor Antônio Sales, na nossa opinião trairiense, uma vez que quando nasceu, em 1868, Parazinho, ou Parasinho (Paracuru) pertencia a Trahiry. Portanto, os Sales de Trairi são parentes do poeta e político cearense, que por muitas vezes visitou a sua gente.
 De nove irmãos, é a oitava filha do casal Vicente/Doca. Maria Pia desde criança demonstrou interesse pela leitura, escrevendo poesias e lendo os grandes romances, como “Iracema”, de José de Alencar, que a despertou para as pesquisas sobre sua terra, muito bem relatadas no seu livro “História de Minha Terra - Como Nasceu Trairi”. Entre os escritos, destacam-se peças teatrais, como a que homenageou o filho ilustre de Canaan, Padre Rodolfo: “Três Alegrias em uma Vida”. O citado religioso, notável intelectual e orador, mesmo concluído os estudos no Seminário da Prainha continuou ali, lecionando, assim como no Liceu do Ceará, ao mesmo tempo pároco da Igreja de Parangaba, e com certeza formador de Maria Pia e Madrinha Morena no mundo cristão.

Em 1929, mudou-se para Lavagem (Canaan), onde se casou com seu parente, Nilo da Silveira Paixão (Nilo Paixão), permanecendo naquela localidade, hoje distrito com potencial para município, por 20 anos. Em seguida, fixou-se entre as moradas da família na sede de Trairi e na rua Visconde do Rio Branco, em Fortaleza. Uma vez, dessa casa na capital, meu pai, de Trairi, foi chamado pelo amigo Nilo Paixão, nos anos sessenta. Segundo o esposo, Maria Pia estava com câncer e tinha apenas meses de vida. A saída era buscar leite de janaguba no Crato. Meu pai foi ao Cariri no jipe do amigo, trouxe a encomenda, e ela viveu por mais de trinta anos.

 Joaquim Moreira de Souza, diretor-geral da Instrução Pública do Estado do Ceará, no governo de Matos Peixoto, fez publicar o ato de nomeação de Maria Pia de Sales, em 12 de junho daquele ano, 1929, professora em Lavagem, quando ela tinha 19 anos, conforme anexo. Certamente a indicação partiu do Dr. José Silveira, prefeito trairiense de então, seu professor ginasial naquele município, ele que vinha da Escola Normal, bastante respeitado na capital, tendo sido um dos fundadores do futebol no Estado, quando trouxe a primeira bola da Europa. Maria Pia passou todos os seus ensinamentos aos alunos, inclusive teatro, poesia e música, suas paixões.
 Educou os filhos em Fortaleza, mas sempre ao lado da sua Igreja, e dali, diante de tanta fé, aproximou-se do espiritismo. Uma mulher positivista, católica fervorosa e a amiga. Seu livro histórico mostra esse lado, o lado da bondade, citando um povo simples e pacífico.
 

14.3. Olga Gorgiano

 


No dia 29 de novembro de 1924, na cidade de Trairi-CE, nascia Olga Gordiano de Oliveira Barbosa. Filha de família tradicional da região, sendo seu pai o Senhor Hermano Gordiano do Nascimento e a mãe a Senhora Antônia de Oliveira Castro.
Aos sete anos de idade, a então menina Olga Gordiano, ingressava na escola primária, frequentando na época à Escola Reunida de Trairi, sua cidade natal. Quando concluiu o curso primário, matriculou-se no mesmo estabelecimento de ensino para frequentar o Curso de Admissão (o exame de admissão foi instituído em 1911, para permitir a passagem do primário para o ginásio, entrou em vigor pela lei nº 5692 de 1971, quando o primário e o ginásio foram integrados como 1º Grau), sendo aluna da mestra, Olga Nunes Freire Ribeiro, formando-se assim como Professora Complementarista. Como era muito dedicada aos estudos, desde muito jovem trabalhou como professora, sendo classificada em prova de habilitação para reger a Escola de Curu, no Município de Uruburetama, conforme documento expedido pelo o Palácio do Governo do Estado do Ceará em 2 de maio de 1950.
Foi professora do ensino primário no Município de São Gonçalo do Amarante, no período de 28 de janeiro de 1952 a 30 de maio de 1954. (Trari, só foi desmembrado de São Gonçalo do Amarante em 25/03/1955). Em 30 de dezembro do mesmo ano, a própria, requereu exoneração do referido cargo para então se dedicar aos estudos na Escola Normal Rural do Curú, no Município de São Luís do Curú-CE, onde em 15 de dezembro de 1956, foi diplomada professora normalista, com o direito de exercer o magistério público primário rural, segundo às leis em vigor.
De volta à Terra Natal, já diplomada, foi nomeada professora da Escola Grupo Escolar Raimundo Nonato Ribeiro, conforme publicação no Diário Oficial do Estado de 02 de setembro de 1964, do então Governador do Estado do Ceará, Coronel Virgílio Távora, passando assim a trabalhar oficialmente como professora nomeada, recebendo uma remuneração, realizando dessa forma um de seus maiores sonhos, o de ser “professora nomeada”. A Professora Olga Gordiano, continuava exercendo suas atividades docentes, conquistando a simpatia das pessoas que com ela trabalhavam bem como de seus alunos.
Devota e Legionária de Maria, Olga, casou-se com o Senhor Antônio Barbosa Filho, na Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, em Trairi, em 29 de outubro de 1958, casando-se civil, perante o Juiz de Casamento, Senhor Florêncio José Barbosa, em 4 de novembro de 1961. Dessa união, nasceram dez filhos: Marcelo Antônio Barbosa (nascido em 10/02/59), Henrique Roosevelt Gordiano de Oliveira  rosa (nascido em 12/07/60) Francisco Rômulo (nascido em 11/06/61), Maria Vitória (nascida em 07/10/62), Maria Auxiliadora (nascida em 23/10/63), Francisca Maria (nascida em 12/10/64), Maria Imaculada (nascida em 23/12/65), José de Arimateia (nascido em 03/03/1967), Maria do Socorro (nascida em 21/02/1970) e Maria Tereza (nascida em 26/06/1971.
Mãe, esposa e profissional dedicada, foi convidada na década de 1970, pelos os professores, Eliseu Eli Barbosa e José Silva Novo,  à integrar o quadro de professores do recém inaugurado, Colégio Álvaro Martins, para lecionar  comunicação e expressão e educação artística. Desde muito jovem, Olga Gordiano, já demonstrava habilidade para o mundo das artes. Quando aluna da mestra, Olga Nunes Freire Ribeiro, aprendera além das disciplinas comuns ao curso, a tocar com desenvoltura, piano e sanfona, passando desde então a coordenar e tocar nos eventos sociais, cívicos e religiosos.
 Ainda na década de 1970, a convite do então vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, Pe. Tomaz Feliu Amengual, passou a lecionar na Escola Centro Educacional Pio Rodrigues, como professora pioneira da 5ª série pelo o sistema de TVE, canal 5.
Como professora, Olga Gordiano, teve atuação marcante, era responsável e dedicada, apresentava grande capacidade administrativa, sempre pronta para solucionar os mais diversos problemas inerentes ao cargo que ocupava, atraindo dessa forma a simpatia de todos que com ela trabalhavam: colegas, alunos e a comunidade em geral. Durante a sua vida profissional, procurava frequentar todos os cursos de aperfeiçoamento que eram ministrados através da DERE 13ª Região. (Delegacia Regional de Educação). Por indicação dessa Delegacia, exerceu o cargo de vice diretora da Escola de 1º Grau Raimundo Nonato Ribeiro, conforme documento expedido em 20 de março de 1981, trabalhando em parceria com a Diretora, Francisca Edna Barbosa Alves. Trabalhou por doze anos como representante do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social-hoje INSS) em Trairi, desenvolvendo um extenso trabalho social, cuidando da aposentadoria de milhares de idosos conterrâneos seus durante esse período.
No final da década de 1980 foi acometida dos primeiros sintomas da doença (artrite reumatoide). Um ano após, mesmo sofrendo muito em relação a doença, a professora Olga Gordiano se mantinha firme no trabalho. No princípio de 1990, a doença se agravava, as licenças para tratamento de saúde eram concedidas, mas tão logo Olga se recuperava (parcialmente), lá estava ela novamente de volta ao trabalho, acreditando que haveria de vencer a própria doença, superar os obstáculos e realizar uma das tarefas que ela mais gostava – dedicar-se à educação e a música, tocando seu velho e companheiro órgão (piano). 
A Professora Olga Gordiano de Oliveira Barbosa (Olguinha) faleceu em 25 de outubro de 2005, deixando entre todos que a queriam bem uma imensa saudade, que nem mesmo o tempo conseguirá apagar tendo em vista ser ela uma pessoa batalhadora, competente, que não media esforços em prol da educação e da arte.
Pesquisa: Maria Auxiliadora Gordiano de Oliveira Barbosa. Professora formada em História pela UECE.
 

14.4. Silva Novo
 
José Silva Novo



Nasceu em Trairi em 19 de novembro  de 1935, onde fez seus estudos primários, concluindo na capital cearense o ensino secundário. Filho de Antônio Joaquim Barbosa e de Maria Silva Barbosa. Cursou o Seminário dos Lázaros em Fortaleza, seguido do Seminário de Caraça, MG.  Formou-se em Filosofia Pura e Metafísica pelo Seminário Maior de São Vicente de Paulo de Petrópolis RJ. E dali tornou-se célebre professor do Estado do Ceará, escritor, compositor, maestro e autor do Hino de Trairi.

Além de Trairi, lecionou e dirigiu escolas em Itapipoca, Orós, Jaguaretama e Uruburetama, lugares em que lutou pelos melhoramentos dos centros educacionais, incluindo na cultura em geral, como construção de quadras de esportes em mutirão com os alunos. Transformou jovens humildes em músicos, criando 35 bandas. Faleceu jovem, aos 58 anos, deixando grande saudade entre seus parentes, conterrâneos por aqueles a quem ajudou e lecionou.
Seus livros, todos de louvada aceitação pela crítica literária:

Almofala dos Tremembés.
 As Flores.
 Perilo.
 O Homem da Casa Branca.
O Homem Através dos Tempos
Pingos de Sangue.

Quando trabalhava em Itapipoca conseguiu a ajuda do advogado e político, amigo de Trairi, Perilo Teixeira, e do prefeito Antônio Marins para conviver e adquirir conhecimentos sobre os autênticos índios tremembé, nosso povo primitivo, que dominou as nossas praias antes dos potiguaras e anacés. Silva Novo não apenas foi acolhido pelos índios, como estudou, traduziu e praticou suas danças, levando-os à apresentações em Fortaleza, todas premiadas. Por conta disso, o filósofo trairiense tornou-se fonte de estudos antropológicos e folcloristas nas universidades por conta do seu legado inédito sobre a Nação Tremembé.


Batistério de Silva Novo


14.5. Artur Guilherme

 
Trairi CE, 28 de setembro de 1925. Pais: Antônio Ferreira Pires (Antônio Guilherme) e Luiza Oliveira Cunha. Fez os ensino primário em sua terra, não conseguindo continuar os estudos em Fortaleza devido às condições financeiras da família.
Partiu para Belém do Pará, onde trabalhou, completou o 2° Grau no Colégio Estadual Paes de Carvalho e viveu por 19 anos. Durante o curso da segunda série do segundo grau, publicou seu primeiro livro, “Anseios”. Prestigiado, a primeira edição do poema logo se esgotou. Em seguida, compôs o bolero “Mulher Ingrata”, gravado na no Rio de Janeiro e lançado pela CBS.
Artur Guilherme deu sequencia a seus escritos no jornal  A Província do Pará e pelo O Liberal, como as crônicas: “Menores às Soltas”, “A Praça é dos Pescadores”, “Igarapé das   Almas”.
Fez o curso de Psicanálise para Educação dos Filhos e também curso de inglês na Escola Brasil - Estados Unidos, pertencente ao consulado americano, seguindo do diploma em datilografia. Embora estudante de Direito, acometeu-se de doença prolongada, que o fez desistir dos estudos, que muito lhe abateu.
Retornou para Trairi, ocupando o cargo de Secretário Executivo do Mobral, além de professor de Inglês no Ginásio Álvaro Martins, e ao mesmo tempo professor de Educação Integrada. Em seguida, viajou para o Rio de Janeiro, onde compôs “Beleza em Meu Olhar”, gravado pela voz de Miltinho pela gravadora Philips. Foi ali onde começou a escrever seu segundo livro de poemas, “Quem sou Eu” (1980), apresentado pelo Professor José Silva Novo, seu conterrâneo. E assim, em meio ao seu trabalho literário, faleceu a 9 de agosto de 1994.

 

14.6. Eliseu Eli Barbosa
 

Nasceu em Trairi em 29 de maio de 1923. Filho de Antônio Joaquim Barbosa e de Maria Silva Barbosa. Formado em Filosofia e Letras, lecionou em várias instituições de ensino além das existentes em sua terra, como o Colégio Álvaro Martins, do qual foi fundador. Em Iguatu foi diretor da Escola Adail Barreto; em Limoeiro do Norte ensinou na Escola Normal e no Colégio Salesiano; em Orós lecionou e dirigiu o Colégio Epitácio Pessoa; fundou e dirigiu a Escola Maria Júlia Maia Bonfim em Uruburetama; já em Itapipoca foi professor e diretor da Escola Joaquim Magalhães, e em Jaguaribe diretor do Colégio Clóvis Beviláqua, além de diretor e professor do Colégio Carmela Dutra. Aliás em Jaguaribe, casou-se com Maria Núbia Uchoa, com quem teve sete filhos. Faleceu em Fortaleza em 20 de outubro de 1976, uma despedida que comoveu seus conterrâneos.

 

14.7. Carlyle Martins
 
Carlyle de Figueiredo Martins nasceu em Fortaleza, na Rua General Sampaio, em  16 de junho de 1899. Filho de Augusto Dias Martins e de Rosa Amélia de Figueiredo Martins, pianista, nascida em Baturité. Seu pai, trairiense como a mãe e irmãos, foi Juiz de Direito e homem de Letras, seguindo os dotes da família.
Segundo ele, teve uma infância de menino pobre e de vida melancólica. Suas primeiras letras foram com o pai, e começou a fazer versos aos 12 anos, em Senador Pompeu.  Em Fortaleza, estudou no  Instituto Miguel Borges, futuro Colégio Castelo Branco, do Prof. Odorico Castelo Branco, Ingressou na Faculdade de Direito em fevereiro de 1921, influenciado pelo pai, bacharel. Formou-se a 8 de dezembro de 1925.
Casou em 18 de dezembro de 1934 com Maria Alves de Vasconcelos Martins, filha de João Galdino Rodrigues de Vasconcelos, fixando residência na Av. do Imperador, 182, onde se encontrava a sua biblioteca, uma das mais ricas do Estado. 
Filhos: José Maria de Vasconcelos Martins (Juiz de Direito), João Augusto de Vasconcelos Martins (comerciante), Rita Maria de Vasconcelos Martins (Promotora de Justiça), Antônio Alberto de Vasconcelos Martins (pintor), Francisco Olavo de Vasconcelos Martins (hidrógrafo), Maria de Fatima de Vasconcelos Martins (geógrafa) e Tomás Carlos de Vasconcelos Martins (comerciante da CEASA)
Poetas na família: Álvaro Martins, Antônio Martins (Poeta da Abolição, Suzete Martins (poetisa e escritora), Francisco Martins (poeta), Rosalva Martins (poetisa, sua irmã).
Representante do Ministério Público, seu  primeiro cargo foi de  Promotor de Justiça da Comarca de Icó, por alguns anos, quando se transferiu para Itapipoca. Juiz Municipal em Acaraú, Redenção, Afonso Pena BA, Missão Velha e Aracati. Porém,  advogou muito pouco.
Primeiro poema: Esquecida (soneto), dedicado ao Dr. Alfredo de Miranda Castro, um dos grandes poetas do Ceará, publicado em 14/11/1914 no jornal Diário do Estado, do jornalista João Demétrio, que foi assassinado na Pensão Familiar.
Primeiro livro: Evangelho do Sonho, de julho de 1931. De estilo lírico, não simpatizava com o modernismo por achar sem poesia. Sua influencia foi de Alberto de Oliveira, o maior poeta do Brasil.
26 livros: Evangelho do Sonho,  Caminho Deserto, Tempo em Ruínas, Colheita de Rosas, Canto do Peregrino, Alma Rude, Sinfonia do Entardecer, Paisagem meu Destino, Jornada Lírica, Rimas de Outrora.
Crítico literário para imprensa de todo o País. Possui autógrafos de Olavo Bilac, Coelho Neto, Antônio Sales, Rodolfo Teófilo, Barão de Studart, Papi Junior e de  Otacílio de Azevedo.
Entrou na Academia Cearense de Letras  em 15 de agosto de 1951 pela mão de Antônio Sales, que faleceu antes de sua posse. Cadeira 25, xujo patrona é o poeta Oliveira Paiva.
Faleceu em Fortaleza em 2 de fevereiro de 1986 aos 86 anos.


Carlyle Martins com o filho José Maria na sua biblioteca. Foto: Tribuna do Ceará


 14.8. Edna Barbosa Alves. Tia Edna


 

Nasceu em Trairi em 20 de março de 1935. Filha de Antônio Joaquim Barbosa e de Maria Silva Barbosa. Foi uma das maiores pedagogas do município. Com formação em esperanto, inglês e francês, das quais foi professora no Colégio Rui Barbosa , também dominava matemática, disciplina que lecionou no Colégio Lourenço Filho, na capital cearense. Marcante diretora da Escola Raimundo Nonato Ribeiro por vinte anos. Faleceu em18 de outubro de 2015, deixando os filhos: Geraldo Freitas Alves Junior, Fernanda Maria Barbosa Alves, Sandra Maria Barbosa Alves e Sérgio Barbosa Alves.



Tia Edna e a filha Sandra



10.9. José Granja .
10.10. Professora Apoline.

 

Cap. 15. Artigos
 

15.1. As Mães Parteiras (Batista Santiago)


Essas mulheres prestavam um serviço inestimável à sociedade de outrora. Aprenderam a ser dedicadas e exerciam o amor ao próximo na sua plenitude.
Certamente foram inúmeras essas mães parteiras, que desde os primeiros aglomerados residenciais até quando as condições de melhores atendimentos em saúde foram implantadas com hospitais, postos e outros meios, exerceram seu trabalho voluntário em nossa terra. Tão distante no tempo quanto pouco reconhecido, foi em todos os momentos de nossa história, o trabalho desenvolvido pelas mães parteiras.
Desde o início do povoamento de Trairi e levando-se em consideração todas as precariedades do meio, como ausência de estradas, meios de comunicação,  indisponibilidade de atendimento médico, ausência de medicação e outros recursos necessários, as mães parteiras, treinadas ou não, realizaram formidável trabalho atendendo nascimentos de crianças. Assim como atualmente é inaceitável hospitais sem médicos, no passado era indispensável qualquer povoado sem uma mulher parteira.
 
Na impossibilidade de relacionar os nomes de todas as mães parteiras que atuaram em nosso Trairi, desde a sua povoação aos dias atuais, falaremos de duas que foram conhecidas pelas gerações mais recentes. Mas reconhecemos o papel nobre que todas desempenharam, às quais, dedicamos nossa homenagem.
Começamos com JOANA DIAS MOTA, conhecida por mãe Joaninha Mota. Seu ano de nascimento foi 1888, conforme nos disse sua filha Adail Mota. Era casada com Martins Veríssimo e residiram inicialmente em Guajiru. Na opinião de sua filha Adail, por volta de 1930 já exercia a profissão de parteira. Na década de 1940, já na sede, atendia o nascimento de crianças das famílias tidas como ricas da cidade; mas, com amor e empenho atendia também a todos que a procuravam. Não tinha hora para deslocar-se aos lugares mais próximos quando era solicitada. Muitas vezes a viagem era feita a pé numa distância de até 4 quilômetros ou
montada num jumento, burro e cavalo, quando mais distante.

Mãe Joaninha Mota era conhecida por todos e muito respeitada pela missão que
desempenhou em Trairi. Ainda nos dias de hoje seu nome é referência no âmbito das ações executadas como mãe parteira. Em seu tempo, poucas foram as famílias cujos filhos ao nascerem não passaram pelas mãos bondosas e milagrosas de mãe Joaninha Mota. O Trairi do passado ficou lhe devendo uma imensa gratidão. Seu nome não ficou em nenhum monumento ligado à sua grande missão humana, mas ficou gravado nas consciências e nos corações de todos aqueles que a conheceram no cumprimento de suas atividades. Ela e outras mães parteiras fizeram amavelmente o contrário do que muitos ainda hoje fazem. Enquanto estes muitos, usando meios diversos, se empenham em assassinar seres humanos, elas se empenharam pelo nascimento de vidas.
Outra mãe parteira, também conhecida por muitos em nossa cidade, foi MARIA MARLI DA SILVA. Sobre ela, transcrevemos na íntegra o relato seguinte, elaborado e apresentado por ocasião de uma homenagem que lhe foi prestada quando da inauguração da Sala de Parto do Hospital José Granja Ribeiro, de Trairi:

NOSSA JÓIA.


- Dedicou sua vida em prol de muitas vidas.
- Sempre trabalhou com muitas dificuldades.
- Dava plantão sozinha.
- Levava carão, mas dizia: “Só não faço tudo e bem direitinho porque eu sozinha neste hospital, não dá para atender a todos”.
- Era sensível às necessidades dos outros.
- Na sua residência sempre cabia mais um.
- Não limitou-se simplesmente à tarefa de aparar meninos, mas conduziu cada parto com amor
pela vida.
 
NOSSA JÓIA RECEBEU DIVERSOS ADJETIVOS POR SUAS COMPANHEIRAS.


- Generosa, amiga, solidária, afetiva, acolhedora, positiva, pontual, responsável, brincalhona,
alegre, disponível, sorridente, guerreira, dedicada, compromissada, determinada e humilde.
 
NOSSA JÓIA FEZ ESCOLA, dizia a Dona Celeste: “O primeiro parto que fiz foi você que me
ensinou e me encorajou na realização de um grande sonho que era de fazer um parto”.
 
 NOSSA JÓIA TINHA VISÃO DE FUTURO: Em suas visitas (que era de jumento), as parturientes, aos lugares mais distantes de Trairi, ela:
- Era sensível às necessidades dos outros.
- Dedicava sua vida em prol de muitas vidas.
- Não limitou-se simplesmente à tarefa de aparar meninos, mas conduziu cada parto com amor
pela vida.
 
- O parto de cócoras feito por ela aqui em Trairi, foi filmado pela Rede Globo e transmitido
duas vezes pela mesma emissora, servindo de exemplo para todo o Brasil.
 
NOSSA JÓIA RECEBIA NOMES CARINHOSOS.
1 - Comadre (pela Dona Celina)
2 - Mãe (pela irmã Regina).
3 - Neném (pela Dona Marilda).
 
HISTÓRIAS:
 
1968.


“O Sr. Pio Rodrigues, sabendo que em nossa terra, Trairi, morria muita mulher
de parto, convidou NOSSA JÓIA, que já tinha trabalhado na casa dele, recebendo moradia e salário, para estagiar na MATERNIDADE ESCOLA para ser parteira e depois de concluir, vir trabalhar em Trairi e amenizar as mortes das senhoras.
Ao chegar no Trairi, foi recebida pelo Prefeito Municipal MANOEL BARROSO
NETO e a banda de música, numa grande festa.


1968.


“Em uma de suas missões, de atender parturientes nos mais distantes locais de Trairi, levou uma queda de um jumento, a caminho para o JENIPAPEIRO – Deu um jeito no braço, mas foi em frente e concluiu sua missão”.
1971.
“Nossa amiga Zefinha Ferreira estava sentindo dores pra ganhar neném do 1º filho e nossa mãe também chamada Zefinha, que era muito amiga da mesma, foi levar um caldo para ela.
Nossa JÓIA que era moça nova, acompanhou e sentou-se no batente do quarto, onde se encontrava a parturiente, e mamãe dizia: Sai daí NOSSA JÓIA, a Zefinha pode ficar com vergonha! E ela respondeu: Não saio mamãe porque o próximo que ela tiver, eu é que vou pegar! NOSSA JÓIA não pegou apenas o próximo, mas os dois últimos filhos da Zefinha.
 
1979
 
“O Globo Repórter da Rede Globo, esteve neste Hospital em 12 de Março de 1979 filmando um parto de cócoras com a ajuda de um banquinho. A parturiente era a Dona Linete do Mundaú. Nasceu uma garota que recebeu o nome de Edilene Gomes Ribeiro. Este parto já passou duas vezes no Globo Repórter.  Quem fez este parto que serviu de estudo para todo o Brasil?
 
NOSSA JÓIA DEUS LEVOU
 
Acredito que a MÃE, NOSSA JÓIA, está gozando das delícias da PÁTRIA CELESTE, pela PÁTRIA que conquistou na Terra, principalmente a Pátria Trairiense. (Palavras da irmã Regina)
 
NOSSA JÓIA PERMANECE VIVA CONOSCO.
 
Graças à vida de NOSSA JÓIA e apoio do prefeito, este hospital está prestes a receber um título nacional – HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA.
Em 18 de Outubro de 1 976 nasceu aqui neste hospital com parto feito pela NOSSA JÓIA, um casal de garotos que recebeu o nome de Olga(homenagem a D. Olga) e Tomás (homenagem ao Pe. Tomás). Este Tomás é um grande profissional da área de saúde, principalmente na área de parto e já participou também aqui neste hospital de centenas e centenas de partos. Este profissional, esse homem, este Tomás é a presença viva da NOSSA JÓIA.


A NOSSA JÓIA é a DONA MARIA MARLI DA SILVA que, com uma salva de palmas, é a homenageada neste dia e para sempre, recebendo o nome da Sala de Parto, que ora inauguramos neste hospital.
Na verdade as mães parteiras em nosso Trairi foram centenas. E todas desempenharam seu papel de colher vidas novas com amor e dedicação. Bem que desejávamos registrar o nome de todas e homenageá-las em nosso livro. Mas pelo que conseguimos escrever sobre as mães pateiras Joaninha Mota que serviu às gerações mais antigas e Marli Silva às gerações mais recentes, serve.
 
15.2. INDUSTRIA DE AGUARDENTE DE TRAIRI.


Fábrica de Cachaça do Sítio Carrapicho. (Batista Santiago)
 
Conforme nos foi repassado verbalmente pelo Sr. Antônio Eduardo Ribeiro, a conhecida Fábrica de Cachaça do Sítio Carrapicho tinha como proprietário seu pai, Sr. José Eduardo Ribeiro, que foi o fundador da mesma.
José Eduardo morava no Acaraú, tendo se mudado para Trairi no início dos anos 1940. Aqui estabelecido, adquiriu o Sítio Carrapicho, cujas terras são cortadas ao meio pelo riacho Boa Esperança que, com suas águas permanentes se desloca ao encontro do Rio Trairi, no trecho conhecido como Lagamar do Carrapicho. As terras das laterais do riacho são excelentes para o plantio de cana de açúcar, mandioca, e outros produtos rurais. Foi quando teve a ideia de construir uma fábrica de aguardente. Comprou máquinas e equipamentos e começou a produção de cachaça.
O primeiro nome da cachaça produzida era “MEU PRAZER”, em cujas embalagens havia a foto de um homem segurando uma taça na mão. Com o passar do tempo, o nome da cachaça foi mudado para “BRANQUINHA DO SEU ZÉ EDUARDO”. Na época, o maior consumo da bebida era feito no próprio Município de Trairi, principalmente na região das praias. 
A fábrica não era destinada exclusivamente à produção de aguardente. No mesmo prédio, havia o espaço da Casa de Farinha, que gerava um produto de boa qualidade e da Casa de Moagem para feitio de rapaduras.  Não havia escassez dos produtos para funcionamento da fábrica, uma vez que além do Sítio Carrapicho, onde eram cultivados plantios de roça e cana de açúcar, o Sr. José Eduardo também possuía um sítio na Barrinha e outro na Ilha, todos excelentes no cultivo dos produtos que abasteciam o funcionamento da indústria, que ficou conhecida como “Alambique do Sr. José Eduardo”. Período em que muitas pessoas foram beneficiadas com algum tipo de oferta de trabalho, como, por exemplo, mulheres raspadeiras de mandiocas, torrador de farinha, cortadores de cana e operários internos.
De fato, o Alambique com sua cachaça MEU PRAZER e depois BRANQUINHA, além das maravilhosas rapaduras e farinha de qualidade, desempenhou, também, uma prestação de serviço à gente do Trairi de outrora. 
 
15.3. Fazenda Lages. (Batista Santiago)
 
 
Conforme as informações orais que me foram fornecidas por FRANCISCO DE CASTRO SALES, a fábrica de produzir farinha de mandioca da fazenda Lages, foi implantada no ano de 1.960, pelo então proprietário das terras, FRANCISCO AUGUSTO SALES, seu tio. Ele, Francisco Castro Sales, ainda jovem à época, participou como operário na construção da fábrica. Posteriormente, depois de concluída a construção e já em funcionamento, trabalhou como torrador de farinha.
Francisco Sales me contou que o processo de industrialização da mandioca em farinha consistia na colocação da mandioca em um instrumento giratório movido a motor, o qual procedia o descascamento; sendo que, essa descasca não se dava de forma completa, tendo que uma equipe de mulheres complementava o serviço. Depois a mandioca era colocada no serrador, que na sequência, enviava a massa à prensa, desta para a peneira e por fim para os fornos.  
A indústria de farinha da Fazenda Lages, que em sua modalidade foi a primeira em Trairi, não durou muitos anos, pois, o produto final não correspondeu à qualidade esperada.
No que se refere à existência, também ali, de uma fábrica de descaroçar algodão, Francisco Sales afirma não ter vivenciado e conhecido este empreendimento. Diz, no entanto, que provavelmente, a referência tem origem em um serviço de fiação de algodão que segundo seus parentes mais antigos, lá funcionou no decorrer dos anos 1940, sem caráter industrial.   
Para lembrar, Francisco Sales informou ainda, que seu tio Francisco Augusto Sales, foi prefeito do Município de Capistrano de Abreu por três mandatos e chegou, na condição de suplente, a assumir a cadeira de deputado estadual do Ceará em 1962. Nas comemorações deste acontecimento, na Fazenda Lages, no dia 23 de Junho de 1962, ao acender um foguete rojão com pólvora em um cano de ferro, este explodiu, ferindo com gravidade ao próprio Francisco Sales, que foi imediatamente levado a Fortaleza, onde recebeu medicação, já que em Trairi não havia nenhum recurso.
As informações de Francisco Sales relativas a esta fábrica da Fazenda Lages, foi para mim uma surpresa, já que também pensei que lá tivesse existido uma fábrica de descaroçamento de algodão. Pessoas mais velhas também falavam na bolandeira da Fazenda Lages.  
 

15.4. Os Tremembé de Almofala. O trabalho de Silva Novo. (J. Lucas Jr.)







Litoral norte cearense. A 260 Km de Fortaleza encontramos um distrito já desenvolvido, a procura de sua emancipação, cuja história, porém, alimenta passagens marcantes do povoamento indígena do Ceará.

Consta no livro “História da Província do Ceará”, de Tristão de Alencar Araripe, que o navegador Américo Vespúcio, italiano de Florença, a serviço de D. Manoel, teria avistado pela primeira vez, como representante de Portugal, o litoral cearense no dia 18 de agosto de 1501. Thomaz Pompeu Sobrinho foi mais além. Em “Grandeza Índia do Ceará”, diz que o florentino não apenas avistou como desembarcou nas praias, que segundo a latitude deveria tratar-se das barras do rios Curú (Paraipaba/Trairi), Mundaú (Trairi/Itapipoca) ou Aracatimirim (Itarema), onde se localizava a antiga aldeia tremembé, depois vila de Nossa Senhora dos Tremembés, e em seguida Nossa Senhora da Conceição de Almofala (1766), em contato com os índios locais.
 Sua origem continua sendo um mistério. Barão de Studart sugere “tronco dos cariris”, mas a maioria dos estudiosos acredita em originalidade, ilustres tapuias, fazendo parte da “terceira corrente migratória, oriunda da Sibéria, que alcançou o Novo Mundo pelo estreito de Bering” (Pompeu Sobrinho). Na América, largaram o Pacífico, estabelecendo-se, no Brasil, no Maranhão, entre São Luís e os Lenções (Tutóia). Fixaram-se no Ceará, das faixas litorâneas ao pé da Punaré (Ibiapaba) após lutas contra os grandes rivais tupinambás.
 Em janeiro de 1604, membros da primeira expedição portuguesa no Ceará, liderada pelo capitão-mor Pero Coelho, teve firme contato com os índios, conhecidos pelas crueldades frente a adversários e invasores, e pela desenvoltura para a pesca e confecção de machados de pedra, arcos e flechas. Provavelmente poupados da morte devido à figura do soldado Martim Soares Moreno, então com dezoito anos e já fluente nos dialetos tupi e tapuia, mestre em relacionamento fraterno com os silvícolas e apoiado pelo líder potiguara Jacaúna (fundador dos pitiguaras de Trairi), os portugueses conseguiram relativa sociedade com eles e com os vizinhos anacés, estes de origem tupi-potiguara. Na verdade uma aliança contra os serranos tabajaras-franceses de Ibiapaba.
 Foi em Almofala, contudo, ao redor do Rio Aracatimirim, então Acaraú CE, onde se desenvolveu uma autêntica aldeia Tremembé associada à religiosidade, após a chegada, em 1702, do padre missionário José Borges de Novais, que construiu, com a ajuda dos primitivos, uma capelinha de taipa, denominada de Nossa Senhora da Conceição, associada à Rosário, cuja imagem de 77 cm teria sido encontrada na praia por índios, provavelmente oriunda de um galeão espanhol naufragado. Os nativos se encantaram. Posteriormente, em dezembro de 1712 (atualmente 303 anos) a construção passou a se constituir por alvenaria, piso e forro de cedro, cuja matéria-prima, doada pela Rainha de Portugal, veio da Bahia através de carros de bois pelos caminhos da “chegada do gado” ao Ceará, usando rios que serviam às “Oficinas” (portos de fabricação e comércio de charque, carne seca).
 A partir de 1954 passou a pertencer à Paróquia de Itarema, aos cuidados do Padre Aristides Andrade Sales. O que não impediu os eu abandono, pois foi necessária a intervenção do IPHAN para a sua recuperação.
 Os encantos desse povo se tornaram evidentes a partir da publicação, em 1976, de “Almofala dos Tremembés”, de José Silva Novo, pela Gráfica Editorial Cearense. Natural de Trairi CE, o Maestro e Professor Silva Novo, enfrentando precariedades de toda ordem, notadamente logísticas, devido às dificuldades para se chegar à localidade, estudou aquele povo, de maneira presencial, a partir de 1964, aprendendo e traduzindo seus dialetos, além de publicar notas das músicas oriundas de suas danças, o “Torém”, a “Aranha”, e o “Coco Praieiro”. O primeiro com nítidas influências do canto gregoriano, portanto dos primeiros missionários. A “Aranha”, de ritmo mais lento, foi levada pelo padre Francisco Mossoró (RN), em 1954.
 Na época com cerca de trezentos habitantes, Almofala recebeu o visitante com receptividade. Silva Novo aproximou-se de Tia Chica, nativa, 99 anos, cega de catarata, de quem enriqueceu o seus conhecimentos sobre os tremembé. Dela vieram as lembranças dos quase 46 anos do soterramento da capela (a partir de 1897), do sumiço da Santa (e briga por ela), da lenda do Guajará e as reclamações sobre a “chegada da civilização”.
 Consta que “Guajará” era uma espécie mística como o Saci e a Caipora, que, embora “invisível”, morava nos mangues do Aracatimirim, “buliçoso” e às vezes “maléfico”. A velha dizia que o medo maior vinha quando ele usava “forças” que “segurava as pessoas”, impedindo-as de prestarem um serviço. Ela relatou ainda o testemunho, ao lado de sua neta, de visões de um navio enorme, com cerca de “duzentos metros”, que surgia na “risca do mar”, sob forte luminosidade: “o mar começava a rolar como que querendo devorar a nossa Almofala”, memoriza, e então ela rezava para Nossa Senhora dos Navegantes e a imagem desaparecia. Eis aí uma superstição que lembra a fé cristã, não fugindo à utopia do fanatismo, dos religiosos nordestinos.
 Encantado com o ineditismo daqueles índios, Silva Novo, que trabalhava em Itapipoca CE, conseguiu apoio do prefeito (Antônio Martins), para que os praianos conhecessem as ricas reservas turísticas do município, como a Pedra Lascada, além dos seus irmãos tremembé do interior (adeptos ao candomblé). Mais do que isso, preparou-os para um festival de dança patrocinado pela UFC e Secult CE em 1965. Na Concha Acústica lotada, tiveram a concorrência da Banda Cabaçal do Crato CE, Dança de São Gonçalo (do Amarante CE), Bumba Meu Boi, O Boi dos Reis e da alagoana O Coco. Pintados de urucum, e com poucas vestimentas tucuns, os tremembé, incluindo Tia Chica, adentraram no palco sob o silêncio do público curioso. Sucesso e aplausos intermináveis lhe deram a vitória. As quinhentas notas musicais do Torém que Silva Nova levaram foram disputados pela plateia, tendo o maestro resumido em seu livro: “Vitória”.
 Em 1992, com as terras invadidas por colonos (na época uma reserva de 4.000 ha registrada em cartório) os nativos enfrentaram o maior dos problemas (O anterior foi quando o pároco Padre Antônio Tomás teve que levar a imagem da Santa para Acaraú para impedir que a mesma fosse junto no soterramento da capela pelas dunas. Os índios trataram como “roubo”, embora o padre tenha justificado insistentemente durante as missas). Ameaçados de morte, notadamente o cacique João Venâncio, eles foram à luta contra os brancos, embora muitos tenham fugido. Foram necessárias as intervenções da CNBB, Funai e Ministério Público para contornar a desavença.
 Enfim, a perfeição do Dr. Adalberto Barreto (O Povo, 1/12/1992): “Tirar o índio de sua terra é como tirar o peixe da água, o cancão da mata, a aranha de sua teia. E enquanto ainda restam alguns índios resistindo a morrer, vamos emprestar-lhes nossa vozes, cantando com eles o Torém para lembrar ao homem caçador de homens que não pode haver vida, lá onde não há harmonia, lá onde o homem não se alia com a natureza”.
 E eu, nos meus sonhos, no navio de Tia Chica, sem ondas, iluminado sim. Luzes infinitas, a todos os índios, a todos os povos.
 

Torém de Almofala . Música de José Silva Novo



15.5. Inauguração da Ponte (J. Lucas Jr.).
 

16 de julho de 1961. Naquele domingo, a cidade amanheceu festiva, com seu povo eufórico, caprichando na roupa e no calçado, para subir o “Alto”, rumar para o Campo de Aviação e aguardar o governador. No caminho, porém, uma parada no monumento que tanto reivindicara, a ponte sobre o exuberante rio que a dignifica. Daquela edificação branca, com sessenta metros de comprimento por oito de largura, em concreto e com fundações em estacas premoldadas, as lembranças das travessias difíceis, das grandes cheias, contemplando os coqueirais e os morros que os cercavam.


1961. Governador Parsifal Barroso inaugura a ponte. (O Estado)



Pouso Complicado


A ventania estava forte quando, às nove horas, avistou-se o “teco-teco”, que dava voltas em torno da pista improvisada, pois tinha dificuldades para aterrissar no “piper” de piçarra, a qual, apesar do susto, felizmente foi concluída sem acidente. Na comitiva, as maiores autoridades eram o governador do Estado, Parsifal Barroso, e o vice-presidente do Departamento Autônomo de Estrada e Rodagens (DAER), Caio Studart. Na recepção, o vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, o prefeito, Antônio Silva, e o chefe político de Trairi. Resolve-se, contudo, evitar as formalidades e um verdadeiro cortejo humano, autoridades e a comunidades, caminharam até o centro da cidade.
Passeata pela Cidade
Sempre ao lado de Padre Alberto Viana e do presidente da Câmara dos Vereadores, José Granja Ribeiro, o chefe do Executivo estadual inaugurou a Ponte Deputado Vilmar Pontes, alusão ao político, de origem de Massapê, que encaminhou o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa, viabilizando a obra, embora outros também trabalharem por recursos, como Eritides Martins e Perilo Teixeira, ainda que com divergências políticas. Lembrando que o médico Dr. Auricélio Pontes representou a família do deputado homenageado.
O Governador Ora na Igreja
Após a inauguração, a passos rápidos, dirigiram-se à Matriz do Livramento, onde o governador orou, segundo o próprio pedindo “por ele e pelo município”, terra em que estivera, quando, aos 25 anos, iniciava as carreiras de advogado e professor do Liceu do Ceará. Depois de ouvir os pedidos de Padre Alberto, constaram visitas ao Grupo Escolar Raimundo Nonato Ribeiro e à velha Cadeia Pública, em precárias condições, do lado direito do casarão dos Granja.
 
Recitação e Reivindicações


Já na residência de José Granja, o coral do Grupo Escolar recepcionou a comitiva com cânticos ensaiados por Dona Olga Ribeiro, Maestro Silva Novo, e pelas professoras. Algumas reivindicações foram feitas ao governador, que retribuiu os manifestos de carinho, prometendo reformar a Cadeia Pública (na verdade foi construída outra), reequipar a escolar e melhorar o acesso até o vizinho município de São Luís do Curu. Já a pequena Ângela Freire Ribeiro, filha de Zé Granjinha e de Olga Nunes Freire Ribeiro, recitou um belo verso, recebendo o carinho de Parsifal Barroso.


Promessas


O governador solicitou da prefeitura a indicação de uma área a ser doada e onde se instalaria uma unidade sanitária dentro das características propostas pela Secretaria de Saúde do Estado. Completou: “Não sabia que jamais havia estado em Trairi um governador. Somente agora posso medir esta alegria que, de fato, senti em todos os semblantes, esse abrir de corações que, por toda a parte, palpitou bem perto mim, fazendo-me o vosso contentamento. Assim, a data de hoje é histórica, porque é a primeira vez que um Chefe do Executivo vem a Trairi. E por que é  essa data é histórica? Deve ser porque, como disse o vigário, Padre Alberto, a data que marca um nova vida , abrindo uma nova perspectiva, dando a todos a confortadora certeza de que os problemas de Trairi começaram a ser conhecidos e atendidos. Estabeleçamos aqui um pacto cordial e sagrado, de sempre marcharmos juntos para a conquista dos benefícios de que necessita esta terra generosa”.
Tempos difíceis antes da ponte
Conforme o historiador, Professor Batista Santiago, “havia um aparato artesanal com estrutura apenas de madeira. Era um grande jirau de carnaúbas. Sobre elas as pessoas atravessavam o rio, usando todo seu equilíbrio e com muito medo de facilitar e cair, principalmente quando o rio estava cheio. Era um risco tremendo. Imaginem como era complicado. Mas muita gente passava, levados por determinadas necessidades. Quem no inverno tivesse que apanhar transporte no outro lado do rio, tinha que caminhar pela antiga Rua dos Cururus (hoje Tolentino Chaves) até o local desejado. Muitos paravam na casa do saudoso Cortiço, cuja casa era a última da citada rua, nas proximidades do atual posto de gasolina. Cortiço era homem hospitaleiro e prosador. Dava gosto chegar à casa dele”.
“Nesse tempo, grandes invernos em Trairi causavam transtornos. Quando algumas carnaúbas caíam danificando o processo de travessia, alguns passavam nadando ou segurando em uma longa corda amarrada de um lado a outro do rio, principalmente quem não tinha dinheiro para pagar aos donos de canoas. Contudo, existia pelo menos duas ou três canoas a serviço de quem podia pagar pela travessia. Imagino que os senhores José Florêncio (Zé Mugango) e Fransquim Maneco, eram donos de canoas que faziam esse serviço”.
“Durante o período do verão, não precisava de ponte; o rio baixava o nível e até ficava seco naquele trecho, facilitando os pedestres, cargas de animais e algum jeep ou caminhão misto passarem tranquilamente. Já no inverno, nenhum veículo chegava às ruas de nossa cidadezinha. Todo veículo ficava do outro lado, precisamente nas proximidades da casa do Sr. Zeca Tibúrcio, onde, no período ficava localizada a Agência de venda de passagens. Que velho tempo!”
Fontes: Jornais Correio do Ceará, Unitário, O Estado e Tribuna do Ceará.
 

15.6. Sindicalismo. (Batista Santiago)


 
No Trairi antes dos anos 1960 pouco se falava em atividades sindicais. O que era comum na maioria das cidades nordestinas do seu mesmo porte. A população interiorana desses pequenos municípios não havia despertado o interesse pelo sindicalismo.
No início da mesma década, intensificou-se de forma surpreendente, um grande movimento de trabalhadores na zona canavieira de Pernambuco e em algumas cidades paraibanas, unidos e agindo contra determinadas ações exploradoras dos donos de canaviais. Esse movimento foi chamado de “Ligas Camponesas” e seu chefe principal era o advogado pernambucano Francisco Julião, que sonhava implantar no meio rural do Nordeste brasileiro, as bases sólidas de uma revolução camponesa.
A criação das Ligas Camponesas por Francisco Julião e suas ações sequenciadas em defesa dos camponeses, tiveram repercussão imediata no resto do Brasil e no exterior, sobretudo nos Estados Unidos e outros países de regimes capitalistas. Tornou-se necessário na visão do governo americano, haver uma contra partida. O medo maior era o surgimento de uma nova célula comunista e sua expansão pela América Latina, a exemplo do que recentemente tinha ocorrido em Cuba. 
Enquanto isso, a Igreja Católica brasileira até então por demais conservadora, assumiu compromisso com o governo norte-americano na implantação do programa “Aliança para o progresso”; no qual estavam incluídos caminhos e estratégias para enfraquecer ou até eliminar as ações das Ligas Camponesas. Um desses caminhos era a criação dos Sindicatos Rurais, com a colaboração da Igreja.
Em 13 de Outubro de 1963, a Paróquia de Trairi, cujo pároco era o saudoso padre Alberto Viana, recebeu a visita do radialista Everardo Sobreira, da Rádio Assunção cearense, para fundar nosso Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Antes, porém, o acontecimento fora bem divulgado, de tal sorte que se esperava boa participação de homens do campo. De fato compareceram muitos. Mas vale destacar a presença maciça de camponeses da localidade de Barrinha do Norte, que mobilizados pela professora Adail Mota, compareceram em peso. Assim e nesta data foi criado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Trairi. Evidentemente, que a partir desse dia os trabalhadores rurais sócios, possuindo seu próprio Sindicato, não mais estariam expostos em aderir ao possível movimento das Ligas Camponesas, que nem aqui haviam chegado. 
Como era de se esperar, com a criação dos Sindicatos Rurais e as ações da Aliança Para o Progresso com parceria da Igreja Católica e setores sociais conservadores e capitalistas de nosso país, as Ligas Camponesas enfraqueceram. Logo a seguir surgiu a revolução de 31 de março de 1964. O líder das Ligas, advogado Francisco Julião foi preso e deportado para o México, onde viveu até a morte.
No exílio Francisco Julião escreveu sobre suas Ligas Camponesas e movimentos de resistência social no Nordeste brasileiro; destacando-se o livro “LA CARA OCULTA DE BRAZIL”. Uma leitura aconselhável para quem tem interesse por relatos do passado recente do nosso país.
O sindicalismo em nossa terra nasceu e cresceu sob os reflexos dos fatores originados no sistema dominante.  Adaptou-se às circunstâncias. Sofreu modificações, nem sempre conservadas.
Em 1974, em pleno florescer das Comunidades Eclesiais de Base, quando a consciência do coletivo e princípios da prática de justiça começaram a inquietar no meio rural, um movimento dos trabalhadores com a participação do então pároco da Matriz de Nossa Senhora do Livramento, padre Tomás Feliu, mobilizou a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará - FETRAECE, que diante de queixas e denúncias apresentadas contra possíveis desmandos da gestão sindical, decretou intervenção no Sindicato e nomeou uma Junta Governativa. 180 dias depois, foi realizada nova eleição, quando foi eleita uma diretoria formada por camponeses natos.
Em fase posterior o Sindicato Rural para contemplar a participação da mulher camponesa, mudou seu nome para “Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Trairi”.
Prática e vivência do sindicalismo em Trairi se expandiram com a criação de outros sindicatos:
SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS NA AGRICULTURA FAMILIAR DE TRAIRI/CEARÁ – SINTRAF-TRAIRI-CEARÁ. 
Fundado em 29 de Novembro de 2006.
É uma organização associativa de caráter classista, autônoma e democrática, cujos fundamentos caracterizam-se pelo compromisso com a defesa e promoção dos interesses imediatos e históricos dos agricultores familiares na luta por melhores condições de vida, trabalho e cidadania, integrando-se na luta pelos interesses históricos da classe trabalhadora em todo o mundo. É uma entidade Sindical de agricultores e agricultoras familiares organizada no Sistema FETRAF-CEARÁ – Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Ceará, a FETRAF CEARÁ/CUT, está organizada em 11 regiões do Ceará, com Sindicatos de base regional, municipal e associações sindicais, defendendo um formato de organização sindical de base regional, pensando no fortalecimento da categoria na ótica do território de identidade que está inserida. Federação ligada a CONTRAF – BRASIL/CUT. Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil. Filiada à Central Única dos Trabalhadores do Brasil – CUT-BRASIL.
O Município de Trairi conta ainda com outros Sindicatos em funcionamento, que são: a) SINDICATO DOS PESCADORES E PESCADORAS PROFISSIONAIS E ARTESANAIS DAS ÁGUAS DOCES E SALGADAS DO MUNICÍPIO DE TRAIRI. A sede provisória desse Sindicato está localizada no povoado de Canabrava, sob a atual direção do senhor Manoel Cordeiro dos Santos. Sua fundação ocorreu em 21 de Fevereiro de 2010 e tem um quadro social de 70 associados.
b) SINDICATO DOS PESCADORES E PESCADORAS DE TRAIRI, da mesma categoria, cuja sede está no Distrito de Flecheiras e também foi fundado em 2010.
C} SINDICATO DOS UNCIONÁRIOS PÚBLICOS MUNICIPAIS.
D) SINDICATO DOS MOTOTAXISTAS E TRANSPORTES ALTERNATIVOS.
Registramos ainda, na área do associativismo, que há em Trairi a Colônia de Pesca Z – 4, com sede em Mundaú, fundada em 1.922; sendo portanto, a mais antiga das organizações de associativismo existente no Município. 
No entanto, percebe-se que, é muito fraca a articulação entre esses Sindicatos em torno de pôr em prática seus princípios doutrinários, bem como soerguer o crescimento do sindicalismo local, tornando-o forte e combativo, de forma unificada. 
 
15.7. CONVERSAS AVULSAS. DOM JOSÉ DELGADO. CORREIO DO CEARÁ, 28/11/1967 (Batista Santiago)
 
Região tipicamente praiana, esta da Paróquia de Trairi, por onde passaram inúmeros sacerdotes cearenses, incluídos Dom Raimundo de Castro e Silva, atual bispo auxiliar de Fortaleza, Cônego Francisco Pereira, hoje vigário de Messejana e Pe. Alberto Viana, agora Coordenador da Pastoral Arquidiocesana, para lembrar apenas estes. Ultimamente cá esteve o Pe. Antonildo Saraiva que daqui saiu de maneira muito repentina para quantos o estimam.
Que Deus o acompanhe. É difícil mudar de sacerdote, acostumado a tratar com o divino imediato e cotidianamente, para outro estado de vida e nele firmar-se com toda a alegria e espontaneidade com as quais se preparou alma e coração durante longos anos de estudo eoração. Dentro da alma de quem o fizer, ficarão as ressonâncias daqueles anos. Sonhos longamente alimentados não morrem de um para outro dia. Uma paixão humana jamais substituirá um ideal de infância e na juventude acalentado, regado de graças, vivido com entusiasmo. A experiência o atesta de modo fortíssimo. Conheço casos antigos e novos que advertem disto a quantos queiram parar e refletir sobre o assunto sem certas superstições psicológicas, psicanalíticas, sociológicas e pseudo-moral.
As decepções da vida comum da vida conjugal, para a qual não foi preparado e na qual se entrou pela janela, agravadas pela ideia de usurpação que a mulher, queira ou não queira, plantará dentro de si, quando tirou alguém do lugar sagrado, do altar de Deus, aumentarão em fim, as vezes desesperadoramente a tristeza dos sacerdotes desertores do sacerdócio. De começo, a referida tristeza traduzir-se-á em queixas ora contra o Seminário, ora contra a Igreja, ora contra os pais, ora contra sombras imaginosas, mas, no final, não tendo mais do que se alimentar, poder-se-á voltar contra o próprio Deus. É previsível a amargura que, então causará a um antigo enamorado dos mistérios divinos, tantas vezes objeto de pregações ardentes e cheias de zelo inflamado. Duras perspectivas. Dura vida... As dificuldades da vida sacerdotal, entre nós, de fato bem penosas, numa Paróquia como Trairi, penosíssimas, passarão a segundo plano, comparadas com as novas dificuldades que se aninharão no mais profundo do ser desenraizado do sagrado, para viver no mundo, enredado com problemas delicadíssimos.
Certo que Deus está em toda parte. Certo que Deus é misericordioso. Certo que Deus não abandona os que a Ele vão seja qual for a circunstância que se entregam. Certo, certíssimo, mas quem garantirá tais disposições em almas arrebatadas pela paixão sentimental e, derepente entregue a remorsos interiores?
NÃO RESISTO a ideia de contar três casos de deserção de que me fiz profundo conhecedor.
Duas no Maranhão, anteriores a minha chegada lá em 1952. O terceiro no Piauí. Esta
acrescida de circunstância de se tratar de um sacerdote que esteve, como eu, em Roma, onde se doutorou em Direito Canônico.
Dos primeiros somente ligeiras informações. Do último mais pormenores. Tratei de obter para todos as graças do bondoso Papa João XXIII que me atendeu com lágrimas nos olhos. “Sim, mandarei absolvê-los das censuras e das penas. Poderão voltar a comungar. De começo e só o que lhes poderei dar. Depois virão outros favores. Anime-os”. Fiquei, durante o Concílio, a pensar comigo a dizer: com João XXIII a Igreja reformará o modo de tratar os sacerdotes desertores. Nem tudo já foi visto. Outras medidas virão com o tempo.
Os dois primeiros ultimamente optaram, talvez sem maior entusiasmo, pelo casamento. Encontram-se consorciados. De um, porém, ouvi, no mês de março deste ano, no Rio: “quem me dera poder voltar atrás”. O outro continua no Maranhão. Creio que entre o Maranhão e Brasília. É deputado Federal. Duvido muito do seu estado de espírito. Meu conhecimento como ele data de alguns anos antes de sua deserção, quando esteve uma temporada em uma Paróquia, também no Rio, onde nos encontramos, durante uns dez anos, antes de ele abandonar a batina e contratar-se civilmente no Maranhão.
A história do último é mais rica de dados. Após a deserção, seguida de contrato civil, no Piauí, o jovem desertor bacharelou-se em Direito, o que também os outros dois fizeram a seu tempo. Ocupou cargos importantes. Foi inclusive chefe de escritório comercial na Alemanha e na Itália. Sua mulher deu-lhe três filhos. Estão todos formados e são uma joias. Doença constante purificou-lhe a fiel companheira de aventura, como ele dona de uma fé ardente e, por isto mesmo, sempre martirizada pela situação moral que por longos anos a afastou dos sacramentos. Esta doença e a nostalgia do altar, a saudade dos tempos de padre, levaram os dois a se resolverem viver debaixo do mesmo teto, mas como simples irmãos, junto dos filhos, conscientizados por eles sobre as angústias morais que os acompanhavam pela vida inteira.
A dita situação melhorou consideravelmente após o favor concedido pelo S.P João XXIII em 1959. Não foi tudo, porém. Após o Concílio cheguei a falar com meu velho amigo sobre a possibilidade do casamento dos dois. “Eu espero coisa maior” respondeu sem titubear.
Continuava a sonhar os seus sonhos de criança e de jovem, os sonhos um dia transformados em realidade. A realidade de um outro estado de vida no qual estava mergulhado havendo mais de trinta anos, não tinha substituído a do sacerdócio para o qual fora formado e pelo qual ficou eternamente marcado.
Em maio passado encontramo-nos mais uma vez no Rio. “E agora, perguntou-me ele, será que posso fazer novo apelo no sentido de voltar ao altar?”. Respondi-lhe imediatamente, nada impede tentar. Recomendei-o a um bispo do Sul, nortista como eu, pedindo encaminhar o recurso dele ao S.P. Paulo VI. Em julho recebi duas cartas admiráveis. Escreveram-me o bispo e ele. O S.P. Paulo VI atendeu a súplica. “O altar é novamente minha vida, dizia-me o perseverante servo de Deus. Estou como se tivesse me tornado jovem. Minha família está também feliz”. O sol não se há de pôr até os seus últimos dias.
Brilhou novamente e com todo o esplendor, tal qual brilhara em tempos idos. Sabe que irá morrer venturoso. Os filhos viram desanuviarem-se as almas queridas dos que lhe deram avida.
O nosso querido herói trabalha com entusiasmo. É auxiliar imediato do bispo que acabou de o conduzir ao altar. Espero vê-lo no fim de novembro, quando for participar da reunião da Comissão Central da Conferência dos Bispos no Rio.
 

15. 8. Centenário de Nossa Senhora do Livramento.

Trairi, 14 de agosto de 1974. O Centenário de Livramento. (J. Lucas Jr.)
 
O momento foi por demais aguardado. Nas missas, Padre Tomás Féliu ministrava os preparativos para a solenidade tão aguardada. Católicos, irmandades, o bispado do Ceará, o conjunto em torno da veneração por uma Santa estava mobilizado. Um pedaço da história do Estado traçava mais algumas linhas para o futuro. Dificilmente haveria um trairiense que não soubesse o que se passava. No mercado, no comércio, nas praias, escolas e comunidades do sertão a conversa era única: a Paróquia de Nossa Senhora do Livramento estava completando cem anos.
 Aquele 14 de agosto caiu numa quarta-feira, fato que não tirou o brilho de um evento histórico. Uma verdadeira massa de fiéis presente, lembrando os festejos religiosos do fim de ano, com representações de todas as comunidades. Autoridades de diversas esferas sociais presentes, como  o ex Bispo Auxiliar de Fortaleza, D. Raimundo de Castro e Silva; do Pe. Windemburg Santana (Superior Provincial da Companhia de Jesus), de vários ex vigários da paróquia; do vigário de Baturité, Pe. Hugo Furtado, descendente de Dona Maria Furtado; do presidente da Assembleia Legislativa, Almir Pinto, além de representantes das classes operárias, agrícolas e empresariais do município e do Ceará.
 Mas acima de todos estava o povo, os fiéis procedentes daqueles que levantaram a imagem da milagreira desde a sua origem. À meia noite a deslumbrante missa, na qual o devoto beija-mão perdurou quase uma hora. Seguindo-se os cânticos acompanhados da banda do Colégio Piamarta, atos litúrgicos e declamações de poemas, destacando-se a fiel Maria Pia de Salles. 
 Muitos ainda chegavam de longínquos municípios quando se iniciou o grande cortejo. Estudantes e fiéis, pessoas do povo, da fé, carregavam as imagens dos demais santos que ornamentam a Igreja, sendo a de São Pedro aos cuidados dos pescadores.
Nossa Senhora do Livramento abençoou o seu povo. Chorou quando ali chegou após cruzar  o Atlântico;  chorou quando a viu paróquia, com o Pe. José da Silva Carvalho, em 1874, surgindo ao seu lado, triunfante, rumo ao templo idolatrado. E chorou no centenário, durante uma festa católica da qual o povo trairiense  jamais esquecerá, emocionando os visitantes. E mais do que isso, nunca a abandonou. Assim conta um povo tão católico, fiel, sabedor do seu destino, que é amar a Deus e por ele ser perdoado. Assim conta a História.


15.9. COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE. (Batista Santiago)

Sabe-se que a criação das Comunidades Eclesiais de Base no Brasil, em outros países da
América Latina e outras partes do mundo ocidental, teve como inspiração adequar as
estruturas da Igreja Católica às resoluções Pastorais do Conselho Vaticano II realizado em
1.962 e 1.965.
Os bispos latino-americanos que se reuniram em Puebla (México) em 1.979, assumiram o
compromisso de promover, orientar e acompanhar as Comunidades Eclesiais de Base após
implantadas, de acordo com os critérios de Medellin e do Evangelii Nuntiandi. Favorecer o
descobrimento e a formação gradual de ANIMADORES para elas.
No Brasil as CEBs surgiram como um meio de evangelização que correspondesse aos desafios
de uma prática libertária no contexto sócio - político dos anos da ditadura militar.
A opção dos bispos brasileiros pela implantação e organização das Comunidades Eclesiais de
Base data de 1.966.
No Trairi o movimento de implantação das Comunidades Eclesiais de Base ainda não havia
chegado nos anos finais da década de 60. A Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, nessa
época, estava sem pároco titular e suas ações religiosas eram ministradas pelo Padre José
Sinval Facundo, pároco de São Luís do Curu.
Em 29 de Junho de 1.970, o sacerdote espanhol Tomás Feliu Amengual, assumiu como pároco
da Matriz de Trairi, cuja subordinação ainda pertencia a Arquidiocese de Fortaleza. Quase dois
anos depois, em 25 de Junho de 1.972, D. Paulo Eduardo Andrade Ponte foi nomeado como
primeiro bispo da recém criada Diocese de Itapipoca; passando a Paróquia de Trairi a compor a
nova Diocese.
D. Paulo Ponte em comunhão com a decisão dos bispos da América Latina, estabeleceu
prioridade na implantação das CEBs nas Paróquias de sua Diocese. Nesse sentido encontrou
em Padre Tomás um dos aliados mais fortes.
Sendo entusiasta das CEBs, Padre Tomás foi informado que nas Dioceses de Coroatá e
Bacabau, no Estado do Maranhão a experiência já estava sendo implantada. No início de
Dezembro de 1.972 viajou às duas cidades maranhenses, onde após a visita somada a uma
longa conversa com o então bispo de Bacabal, D. Pascário, retornou a Trairi motivado e
decidido transformar a Paróquia de Nossa Senhora do Livramento de Trairi, na mais atuante da
Diocese na promoção das organizações comunitárias.
Diocese de Itapipoca e Paróquia de Trairi deram início ao mais autêntico dos movimentos
comunitários que esta região conheceu.
A diocese formou uma equipe de especialistas em organização comunitária e deu início o
treinamento de pessoas voluntárias das paróquias, preparando-as para a missão de
Animadores de Comunidades. No primeiro treinamento Trairi participou com 30 voluntários,
no curso de Animadores. O treinamento foi nas dependências da diocese.
Na Paróquia de Nossa Senhora do Livramento os Animadores treinados, promoviam reuniões
mensais e repassavam as propostas comunitárias a novos voluntários. No ano de 1.976 Trairi já
contava com 120 Animadores.
Altamente gratificante foi ver e sentir o espírito de dedicação, envolvimento e amor que
reinava de forma coletiva entre os Animadores e dos seguidores, de forma geral. Incalculável
foi o valor do conteúdo fraternal absorvido pelos Animadores e muitos habitantes das
Comunidades organizadas. Foi a experiência que mais unificou anseios coletivos de nossa
gente simples e humilde. Em regime de mutirão construíram Capelas, Salões Comunitários,
barragens, roçados, pequenas estradas, entre muitas outras ações. Optaram corajosamente
pela permanência do homem simples e pobre na terra, em desacordo com o latifúndio.
Todas as ações comuns das Comunidades Eclesiais de Base eram sempre frutos das reflexões
bíblicas entre essas Comunidades e seus animadores.
Descrever com fidelidade sobre o espírito genuinamente cristão e coletivo que reinou no seio
das CEBs, é uma tarefa quase que impossível. O saudoso D. Aloisio Lorscheider expressou essa
cidadania comunitária desta forma: “A CEB NO BRASIL É IGREJA – UM NOVO MODO DE SER
IGREJA”. 


15.10. Trairi Cidade Anos 1960. Por Batista Santiago.

 Era diferente de hoje?

Era sim, em quase tudo.
Começamos pela iluminação da cidadezinha. Ainda não tinha energia de Paulo Afonso. Um motor grande com gerador, instalado nas proximidades do antigo Olinda Bar (Rua Manoel Teixeira com Fortunato Barroso), iluminava nossa ainda pequena cidade, no horário entre 18 e 23 horas.
Às 22, 30 horas, era dado um sinal, indicando que meia hora depois, as luzes seriam apagadas, ficando tudo às escuras. Nas casas residenciais as pessoas cuidavam logo de acender suas candeias, velas, lamparinas, se quisessem ficar por mais algum tempo acordados realizando alguma atividade. Apesar desse problema do horário da luz, mesmo no escuro o resto da noite, havia muito sossego e tranquilidade, pois era muito raro ocorrer algum roubo ou assalto. Nem se falava nisso.
Na madrugada, já ao cântico dos galos e dos passarinhos, algumas pessoas se levantavam para irem ao trabalho da roça, às pescarias nos lagamares e às praias comprar peixes para revender no velho “Barracão” construído no tempo do Império. Eram os saudosos marchantes.
Não nos enganemos. Trairi nesse tempo já era uma maravilha.
Por que não amar esta terra além das nossas forças?
 
O Comércio
 
Sem dúvida, nosso comércio nessa época ainda era muito pequeno. Facilmente você contava as poucas casas comerciais. No Centro, nossa recordação começa pela loja de fazenda do Sr. Carlos Almeida, quase frente ao antigo Barracão. Próximo, a barbearia do Sr. Antônio Barbeiro, seguida pela loja de calçados do Sr. Assis Lagoa. Nesta casa também não faltavam as gostosas roscas de D. Zilca. Do outro lado da Rua Padre Romualdo, na esquina, estava a loja comercial do Sr. José Veras. Para o poente, pela Rua Manoel Teixeira, ficava a loja do Sr. Manoel Soldado e encerrava com a casa comercial da família do Sr. Antônio Joaquim Barbosa. Do outro lado da Rua Manoel Teixeira, tinha o comércio do Sr. Pompilio Moreira, seguido pelas casas comerciais dos senhores Edgar e Raimundinho Maneco. Seguindo a Rua Padre Romualdo para o Norte, na esquina com a Rua Dr. José DA Silveira, tinha o comércio do Sr. Francisco e Dona Doca. Na saída para o lado do Carrapicho, tinha o comércio do Sr. Vicente Neri, o macaxeira. Esses comerciantes com suas casas comerciais mencionadas movimentavam nosso comércio nos anos 60. A maioria deles se abasteciam de mercadorias em Fortaleza, pois já existia os caminhões mistos que faziam nosso transporte para a capital. Diferente de 20 ou 30 anos atrás quando os comerciantes locais levavam e traziam suas mercadorias em comboios de animais. Às vezes, uma viagem com animais de ida e volta de Trairi a Fortaleza, demorava mais de uma semana. Mas não havia outra alternativa.
Saudoso é lembrar que na Rua Manoel Teixeira, frente ao comércio do Sr. Pompilio, havia uma frondosa árvore sob a qual, todas as manhãs, cedinho, D. Raimunda Pereira estava lá com seu gostoso café, servindo aqueles que chegavam cedo à cidade e, também, aqueles que mesmo morando na sede, acordavam cedo e queriam tomar um cafezinho, antes do café matinal (breakfast), em suas próprias casas. Tudo isso nos causa uma inesperada saudade.
Existiam outras árvores nas proximidades, entre as quais algumas mangueiras, onde as pessoas que vinham do interior em animais, os prendiam nelas, criando, na curiosidade de alguns de nós, um clima de velho oeste americano, onde os caubóis chegavam e prendiam seus animais nas árvores.
Sim, mas as recordações também se vão. E estas estão, a cada dia se distanciando.


15.11.  Cinquenta e dois anos da Cooperativa. Por Batista Santiago.

 Trairi-CE, 24 de Outubro de 1.971. Trairi-CE, 24 de Outubro de 2023.

52 anos, né? Meio século mais dois anos, se completam hoje daquela reunião na Casa Paroquial de TRAIRI realizada em preparação para fundar a Cooperativa Agropecuária do TRAIRI Ltda. Uma manhã maravilhosa, um momento histórico. Pena que, como outros notáveis fatos históricos, poucos lembram e que terminam levados para o esquecimento.
Para quem participou, como esquecer a presença e o entusiasmo pela fundação da Cooperativa, de Padre Tomás Feliu, Dr. Celso Barroso, Sr. Nilo Paixão, Sr. Mario Cila Rola, Sr. Valter Pereira Sales, Sr. Pedro Freire Filho, jovem André Fayos, Sr. Antônio Joaquim Barbosa, entre outros já falecidos; aos quais, presto minhas respeitosas e saudosas homenagens póstumas.
Nas discussões sobre a importância da futura Cooperativa, o Sr. Antônio Joaquim Barbosa lembrava que aquela reunião era a terceira vez que se tentava fundar uma Cooperativa em Trairi e nunca tinha dado certo. Confiava que agora daria certo.
André Fayos (espanhol) ainda seminarista e secretário da reunião, lembrava que naquela data, o mundo comemorava o vigésimo quarto aniversário de fundação da Organização das Nações Unidas - ONU, em São Francisco da Califórnia (E U.A). Que esse dia seja também para TRAIRI a criação de um novo caminho para sua redenção econômica.
A palavra mais aguardada do encontro era a do Dr. Celso Barroso. Quando usou a palavra, entre outras úteis informações, disse: "A fundação da Cooperativa será uma forma, através da qual, posso ajudar o povo trabalhador de nossa terra. Disponibizo CR$300.000.000,00 ( trezentos milhões de cruzeiros)para esse empreendimento, com a liberação imediata de CR$50.000.000,00 ( cinquenta milhões de cruzeiros). Mas só faço uma exigência: que Padre Tomás seja o primeiro Presidente".
Infindáveis aplausos!
As palmas quase não tiveram fim.
Que dia maravilhoso!
Imediatamente foi formada a Diretoria provisória, cujos nomes que a formaram estão registrados no Diário Oficial de Padre Tomás.
Muito legal que esta Cooperativa ainda esteja funcionando, quando muitas outras de sua época já deixaram de existir. Torcemos por sua continuidade, por muito tempo, sob o empenho das novas gerações.
 

                                                                                          

Cap. 16. Datas

 

20/08/1900: Pe. Epifânio recebe orientação de D. Joaquim Vieira que com os três contos de réis arrecadados com venda de terra da Santa use parte para melhoramentos da paróquia e o restante envie para o bispado.
01/10/1900: D. Joaquim comunica ao Padre Epifânio que aplicou o dinheiro da venda de terras de Nossa Senhora do Livramento (a propósito, doadas por Maria Furtado de Mendonça), em apólices da dívida pública na Casa Albano & Irmãos. Ou seja, se justificou a venda com base em dívidas da Paróquia.
15/10/1900: CMT. Francisco Ribeiro da Cunha eleito intendente. Vereadores: Anastácio Tabosa Braga, Joaquim Rodrigues Chaves, Raymundo Nonato da Paixão, Miguel Ferreira da Cunha Gangorra, Paulino Tolentino Chaves e Anaceto da Costa Jatahy.
19/12/1900: Bando de infelizes sedentos, esfomeados invadem Mundaú e outros lugares para mendigarem. (Monitor Campista CAMPOS, RJ)
12/11/1901: CMT: Anastácio Tabosa Braga (presidente), Joaquim Rodrigues Chaves, Anacleto de Castro Jathay, Raimundo Nonato da Paixão, Paulino Tolentino Chaves, José Thomás de Paula. Francisco Ribeiro da Cunha, entre coletor e primeiro renuncia ao segundo. Antônio Ribeiro da Cunha eleito intendente.
24/12/1901: Anastácio Tabosa Braga (presidente), Joaquim Rodrigues Chaves, Paulino Tolentibo Chaves, Anacleto de Castro Jatahy, Miguel Ferreira da Cunha Gangorra e José Thomas de Paula.
03/09/1902: Já como pároco de Pedra Branca, Pe. Epifânio, indagado por D. Joaquim sobre o quem comprou terras da Santa em 1900, responde que um dos compradores foi Manoel Jorge Vieira.
24/02/1902: Anexação a Itapipoca/ Pe. Maurício Bezerra de Arruda deixa Trairi e entra João Casemiro Viana.
19/04/1902: História da criança devorada por um porco que sobreviveu após a mãe clamar por São Francisco. (A Cidade)
07/10/1902: Pe. João Casemiro Viana vende apólices de terras a 3 contos de réis cada, mas não aceita oferta pela metade do preço do coronel Antônio Barroso de Souza, deixando a decisão para o bispo.
28/10/1902: Dona Maria Xavier de Sousa viaja para Fortaleza e de lá para Rio onde se alistará para Irmã de Caridade/ Chegam de Fortaleza as normalistas Argentina Ribeiro da Cunha, filha do coronel Francisco Ferreira da Cunha, e Raymunda Barroso Cordeiro, filha do major Fortunato Barroso Cordeiro/ Continua animada a escola paroquial de São Vicente de Paulo fundada em julho, atualmente com 76 alunos. Entre os vicentinos, Fortunato Barroso, Aristides Galdino da Silva. Quanto aos estudantes, Domingos Barroso de Souza Filho e Bertholdo Barroso Cordeiro, sob comando do Pe. Vianna.(A Cidade)
28/10/1903: Major Liberato Barroso é absolvido por júri pela morte de Orlando Bastos.
02/09/1904: Pe. José Romualdo reclama de “povo ruim” de Mundaú, que aceita orações de protestantes e quer capelão na capela de São Miguel.
27/11/1905: CMT: José Joaquim de Gouveia (presidente), José Fernandes Braga, Manoel Teixeira da Costa, José Thomas Braga, Joaquim Rodrigues Chaves, Raimundo Nonato da Paixão, Miguel Ferreira da Cunha Gangorra e Anacleto Castro Jathay.
28/02/1907: Rodolfo Teófilo diz que vacinou Georgina, filha de Manoel Teixeira. (Jornal do Ceará)
06/07/1910: Noticia falecimento do Dr. Fortuna Pessoa, que foi juiz substituto de Trairi.
30/10/1910: CMT. José Joaquim de Gouveia anuncia que o vereador José Thomaz de Paula não presta serviço há mais de um ano, e que Raimundo Nonato da Paixão havia renunciado. Pede ao presidente do Estado a indicação para as vagas. Presidente João Ferreira da Cunha Gangorra.
03/04/1913: Novo intendente, Francisco Januário da Silva.
21/03/1914: CMT. José Joaquim de Gouveia (presidente), Antônio Barroso Cordeiro, Francisco da Costa Veras, Galdino Lopes de Castro, Raymundo Nonato Ribeiro. Comarca de Itapipoca. Intendente eleito: Major Liberato Barroso de Souza, morador de Conceição. Raymundo Nonato Ribeiro protestou contra a assembleia ilegalíssima do Sr Marcos Franco Rabello, que acintosamente suprimiu o município, um ato nulo, pois o Cel. Setembrino de Carvalho já havia assumido o governo.


02/031915: Presidente da Câmara, José Joaquim de Gouvêa, participa de reunião com outros presidentes na Câmara Municipal de Fortaleza (Jornal A Noite)
 
21/06/1916: Provisão do Bispo concede autorização para a construção do novo cemitério de Mundaú, uma vez que o velho já não comporta mais corpos.
Foto
02/08/1917: No Rio, o Dr. Osório de Almeida propões nomes de povoados no lugar dos navios alemães, agora do Lloyde Brasileiro incluindo Trahiry. (A Província PE).

13/07/1919: Pref Raymundo Nonato Ribeiro pede a construção da estrada Trairi a Itapipoca, aproveitando a intenção da União de construir a estrada Fortaleza - Sobral via Itapipoca. Diz que não recebeu nada de ajuda para a seca e cita o dispositivo constitucional de 21 de fevereiro. (A Noite)

27/11/1920: Comunica ao governador Justiniano de Serpa que em 11/10/1920 Trairi havia sido anexado a Itapipoca, e que os 250 eleitores protestaram. Os nove vereadores são do Partido Democrata.

17/08/1921: Paracuru passa a pertencer a São Gonçalo.
24/09/1921: Numa lagoa a 1 km de Trairi falece o correspondente do O Jornal RJ, Luiz Silva. (A Lucta)
05/04/1922: Censo do Ceará: Trairi com 6993 habitantes.
07/09/1923: Nomeação de juízes substitutos: Antônio Furtado, José Ferreira de Souza e Antônio Martins de Goes. (Correio da Manhã RJ)
17/10/1924: Falece Aristides Galdino Silva. (A Imprensa - Sobral)
08/01/1926: Eleições no 2° Distrito. Eleição do deputado Olavo Oliveira teria sido fraudado em Trairi, Ubajara e Campo Grande. Atualpa Barbosa Lima teria vencido.
30/07/1926: Governador José Moreira da Rocha reestabelece Paracuru município, conforme a Lei n° 2368, sendo São Gonçalo seu distrito, agora com o nome de Anacetaba.
02/03/1928: Em Fortaleza com a filha Mirta, o Sr. José Silveira, destaque da sociedade de Trairi. (A Esquerda)
28/10/ 1928: Coronel Luiz Ferreira da Cunha, democrata, recebe o apoio de João Alves da Silva, acciolino, que seguia as bases de José de Borba, para a prefeitura.  O chefe do Partido Democrata, Anastácio Braga saudou ao dep Borba. (A Imprensa - Sobral)
1929: Havia uma lenda de que uma traíra fora encontrada sob o altar da Matriz de Nossa Senhora do Livramento. E quando o piso começou a levantar os fiéis fugiram com medo da cabeça do peixe.
30/01/1929: Leonardo Mota, em “Cantadores”: Entrevista com Joaquim Caetano da Costa, nascido em 1875, em Assunção, termo de Trairi. Negro, foi chamado por Raimundo Nonato Ribeiro para o Batalhão do Interior. (Por Humberto de Campos para Correio da Manhã RJ).
25/04/1929: Capitania dos Portos faz campanhas contra currais de peixes, proibidos por lei, em Paracaru, Mundaú e Chaval e por isso destruídos. (Datas e Fatos - Leonardo Mota)
28/05/1929: Falece Luisinha Ferreira da Cunha, irmã de Padre Rodolfo e esposa de Francisco Rodrigues de Oliveira, tesoureiro da RVC. (Datas e Fatos. Leonardo Mota)
17/06/1929: Em Itapipoca, falece Antônio Tabosa  Braga tio do monsenhor homônimo. (Datas e Fatos - Leonardo Mota)
29/07/1929: Ministro da guerra declara aos delegados fiscais do tesouro no CE não haver inconveniente no aforamento de terreno no lado direito do rio Mundaú, autorizando concessão de título a José Araujo Filho. (A Noite)
 
12/12/1929: Prefeito Zeca de Araújo diz que o Partido Democrata local indica nome e está a disposição para qualquer emergência. (Diário da Manhã)
20/07/1930: Inaugurou-se a nova estação telegráfica de Trahiry. (O Jornal RJ)
11/06/1931: Comarca de Itapipoca: São Bento, Trairi Arraial, Pentecoste, Paracuru, Uruburetama. (Brazil Livre - Sobral)
09/04/1932: Min. da Viação indefere requerimento de José Granja Ribeiro, ex condutor de malas da extinta linha postal de Itapipoca a Trahiry. (O Jornal RJ)
26/07/1934: Sobre o falecimento de Pe. Cícero, biografia diz que ele passou dois meses em Trairi. (O Jornal RJ)
1937: Trairi e Pentecoste termos de Paracuru. (Clodoaldo Pinto  - Revista do Inst do CE)
08/04/1949: Tripulantes de navio misterioso compram todo o estoque de peixe. (Diário de S. Luiz)
26/12/1969: Governador Plácido Aderaldo Castelo e o prefeito Manoel Barroso Neto inauguram a energia de Paulo Afonso.
09/06/1986: Questão de terras acaba na chacina de três rabalhadores rurais e do tratorisa da Fazenda Vieira dos Carlos, proximo a Jandaíra. Faleceram o pai, Manoel Veríssimo Neto, 72, e os filhos Francisco Verrismo Carlos e Raimundo Veríssimo Mano. Ato liturgico no dia 15 de junho contou com a presença de D. Aloisio Lorcheider e de outros 4 bispos e 33 padres.
29/03/1999. Criação da Área de Proteção Ambiental (APA) no Estuário do Rio Mundaú, abrangendo 1596,37 ha. Na mesma, o IPHAN confirmou a originalidade do conjunto artefatual da época pré-colonial designada como Papeba, artesanatos cerâmicos de origem indígena-tremembé.


Cap. 16.2. Datas na Igreja

 

01/01/1900: Matriz de Trairi. Paulino Tolentino Chaves e Rozalina Xavier Chaves pedrinhos de nascimento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

25/02/1900: Matriz de Trairi. Francisco Januário da Silva e Euclides Leopoldina da Silva padrinhos de nascimento.  Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

15/04/1900: Matriz de Trairi. João Januário da Silva e Emília de Moura padrinhos de nascimento.  Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

02/05/1900: João Alves da Silva e Raimunda Pereira da Cunha e Silva padrinhos de nascimento.

25/05/1900: Matriz de Trairi. Batizado de José (27/02/1900), filho de Tibúrcio Francisco de Moura e de Ana do Nascimento. Padrinhos: Manoel Felício Maciel e Izabel Thomé de Moura. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

02/06/1900: Matriz de Trairi. Francisco Ribeiro da Cunha Filho e Argentina Ribeiro da Cunha padrinhos de nascimento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

09/06/1900: Belém. Francisco Ribeiro da Cunha Filho e Josefa Xavier Ribeiro padrinhos de nascimento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

24/06/1900: Matriz de Trairi. Batizado de Joaquim (09/04/1900), filho de Francisco de Castro Moura e de Maria Francisca de Freitas. . Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães

18/06/08/1900: Matriz de Trairi. Batizado de Izabel (04/07/1900), filha de João Furtado de Mendonça e de Arquina Maria de Jesus. Padrinhos: Israel Maurício de Souza e Cândida Maria de Jesus. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.


Família Furtado de Mendonça


26/06/1900: Matriz de Trairi. Galdino Lopes de Castro e Joaquina Maria de Andrade padrinhos de nascimento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

06/08/1900: Matriz de Trairi. Francisco Thomaz da Cunha e Luiza Barroso da Cunha padrinhos de nascimento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

22/08/1900: Francisco Ferreira da Cunha e Maria Carneiro da Cunha padrinhos de nascimento.

26/08/1900: Matriz de Trairi. Batizado de Josepha (14/07/1900), filha de Felisberto Moreira de Souza e de Luiza Maria de Jesus. Padrinhos: Jovino de Souza Machado e Raimunda Pereira da Cunha. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

02/09/1900: Matriz de Trairi. Batizado de Firmino (07/07/1900), filha de Raimundo Furtado de Mendonça e de Felismina Maria de Jesus. Padrinhos: Raimundo Nonato Ribeiro e Emília Maria Simões Ribeiro. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

29/09/1900: Mundaú. Liberato Barroso de Souza e Raimunda Pinto Barroso padrinhos de nascimento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

29/09/1900: Mundaú. Batizado de Antônia (13/06/1900), filha de Severiano Felix dos Reis e de Rita Rosa Viterbo. Padrinhos: Liberato Barroso de Souza e Raimunda Pinto Barroso. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

10/10/1900: Lavagem. Batizado de José (26/06/1900), filho de José Bezerra de Menezes e de Francisca Bezerra de Menezes. Padrinhos: Raimundo Ferreira da Cunha Gangorra e Joana Maria de Abreu Gangorra. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

08/11/1900: Belém. Batizado de Antero (05/03/1900), filho de José Antônio de Moura e de Francisca de Moura Rolim. Padrinhos: Francisco das Chagas Gonçalves das Chagas e Rita de Moura Rolim. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.


08/12/1900: Matriz de Trairi. João Alves da Silva e Raimunda Pereira da Cunha padrinhos de nascimento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

09/12/1900: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (06/10/1900), filho de João Gomes da Silva e de Luíza Tolentinho Chaves. Padrinhos: João Epifânio de Freitas Guimarães e Nossa Senhora do Livramento. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

30/12/1900: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco (13/07/1900), filho de José Furtado de Mendonça e de Francisca Teixeira. Padrinhos: Liberato Barroso de Souza e Raimunda Pinto Barroso. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

30/12/1900: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (13/07/1900), filho de João Furtado de Mendonça e de Maria Felicíssima de Jesus. Padrinhos: Antônio Furtado Junior e Sebastiana Pereira de Souza. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

16/06/1901: Matriz de Trairi. Batizado de Maria (16/11/1900), filha de Francisco Thomaz da Cunha e de Luiza Barroso da Cunha. Padrinhos:  Eduardo Salgado e Amélia Barroso Salgado. Pe. João Epifânio de Freitas Guimarães.

21/07/1901: Matriz de Trairi. Manoel Teixeira da Costa e Anna Teixeira da Costa padrinhos de nascimento. Pe. José Pereira dos Santos Alencar.

28/09/1901: Mundaú. Batizado de Rosalina (20/03/1901), filha de Raimundo Xavier de Souza e de Francisca Maria da Conceição. Padrinhos: Manoel Rodrigues de Souza e Benvinda Francisca de Moura. Pe. Macário Bezerra de Araújo.

01/11/1901: Matriz de Trairi. Batizado de Joaquim (05/08/1901), filho de Vicente Martins dos Santos e de Eugênia Maria da Conceição. Padrinhos: Francisco Ribeiro da Cunha e Josefa Xavier Ribeiro. Pe. Macário Bezerra de Araújo.

18/12/1901: Matriz de Trairi. Batizado de Manoel (27/09/1901), filho de Francisco Barroso Filho e de Maria Thereza de Jesus. Padrinhos: Antônio de Oliveira Rola e Maria Pereira de Oliveira. Pe. Macário Bezerra de Araújo.

31/08/1902: Matriz de Trairi. Batizado de Maria, filha de Lucas Barbosa de Amorim e de Francisca Barbosa de Amorim. Padrinhos: Joaquim Barbosa e Eliza Barbosa de Amorim. Pe. João Casimiro Viana.

08/11/1902: Córrego. Batizado de Sebastiana (21/10/1902), filho de Bento Furtado de Mendonça e de Joaquina Angélica de Jesus. Padrinhos: Custódio Furtado de Mendonça e Sebastiana Furtado de Mendonça. Pe. João Casimiro Viana.

30/08/1903: Matriz de Trairi. Batizado de Eularia (dúvida) (14/08/1903), filha de ...Galdino da Silva e de Rita Galdino da Silva. Padrinhos: ...Galdino da Silva e Francisca Galdino da Silva. Pe. José Gonçalves Ferreira.

06/09/1903: Lavagem. Batizado de Josefa (03/10/1902), filha de José Vigínio de Paiva e de Francisca Paiva. Padrinhos: Liberato Barroso de Souza e Raimunda Pinto Barroso. Pe. José Gonçalves Ferreira.

13/07/1904: Matriz do Trairi. Batizado de Júlia (19/06/1904), filha de Joaquim Theodózio Nery e de Maria Barbosa. Padrinhos: Antônio da Costa Nery e Thereza da Costa Nery. Pe. José Romualdo de Souza..

07/08/1904: Capela de Belém. Batizado de José (09/11/1903), filho de Manoel de Moura e de Maria José de Moura. Pe. Manoel José de Moura e Maria Joanna de Moura. Padre José Romualdo de Souza.

07/08/1904: Capela de Belém. Batizado de Altina (06/12/1903), filha de José Antônio de Moura e de Maria Santanna de Jesus. Padrinhos: Raimundo Nonato Ribeiro e Emília Simões Ribeiro . Padre José Romualdo de Souza.

26/11/1904: Lavagem: Batizado de Raimundo (29/09/1904), filho de José Barbosa Sobrinho e de Maria Francisca da Conceição. Padrinhos: Liberato Barroso de Souza e Raimunda Pinto Barroso. Pe. José Romualdo de Souza.

26/11/1904: Lavagem: Batizado de Maria (20/01/1904), filha de José Thomé de Oliveira e de Luiza Pires de Souza. Padrinhos: Liberato Barroso de Souza e Raimunda Pinto Barroso. Pe. José Romualdo de Souza.

17/07/1904: Matriz de Trairi. Batizado de Manoel (03/07/1904). Filho de Raimundo Teixeira da Costa e de Isídia Helena da Costa. Padrinhos: Manoel Teixeira da Costa e Anna Teixeira Barbosa. Pe. José Romualdo de Souza.

31/07/1904: Matriz de Trairi. Nascimento de Custódio (01/05/1904), filho de Pedro Furtado de Mendonça e de Antonina Maria da Conceição. Padrinho: Custódio Furtado de Mendonça e Sebastiana Furtado de Mendonça. Padre José Romualdo de Souza.

07/08/1904: Capela de Belém. Batizado de Altina (06/12/1903), filha de José Antônio de Moura e de Maria Santanna de Jesus. Padrinhos: Raimundo Nonato Ribeiro e Emília Simões Ribeiro . Padre José Romualdo de Souza.

26/11/1904: Lavagem: Batizado de Maria (20/01/1904), filha de José Thomé de Oliveira e de Luiza Pires de Souza. Padrinhos: Liberato Barroso de Souza e Raimunda Pinto Barroso. Pe. José Romualdo de Souza.

03/12/1904: Matriz de Trairi: Batizado de Virgílio (25/10/1904), filho de Antônio Ribeiro dos Santos e de Maria da Cunha Oliveira. Padrinhos: Raimundo Nonato Ribeiro e Emília Simões Granja. Pe. José Romualdo de Souza.

07/12/1904: Nascimento de Ambrozina, filha de João Furtado de Mendonça e Arquina Furtado de Mendonça. Padrinhos (Matriz de Trairi, 28/03/1905): Luiz Furtado de Mendonça e Raimunda Maria da Conceição. Pe. José Romualdo de Souza. Casou-se a 29/11/1929 em Trairi com ( ) Alexandre de Souza.

19/12/1904: Matriz de Trairi. Nascimento de Neomézia, filha de Luiz Furtado de Mendonça e Francisca Nunes de Castro. Padrinhos (29/12/1904): Francisca Nunes de Castro e Sebastiana Furtado de Mendonça. Padre José Romualdo de Souza.

01/01/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Emílio (08/08/1904), filho de Antônio Francisco de Moura e de Anna Maria da Conceição. Padrinhos: Manoel Simplício Damasceno e Francisca Barbosa Sobrinho. Pe. José Romualdo de Souza.

26/02/1905: Matriz de Trairi: Batizado de José (14/01/1905), filho de Justino Francisco Rodrigues e de Idalina Francisca de Freitas. Padrinhos: Alexandre Barbosa Muribeca e Antonina Tolentino Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.

26/02/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Francisca (08/01/1905), filha de Tibúrcio João de Moura e de Anna Batista do Nascimento. Padrinhos: João Januário da Silva e Antônia Emília de Moura. Pe. José Romualdo de Souza.

12/03/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Maria (21/10/1904), filha de Jovino de Souza Machado e de Avelina Ribeiro de Souza. Padrinhos: Raimundo Nonato Ribeiro e Josefa Acácio. Pe. José Romualdo de Souza.

16/04/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Francisca (04/10/1904), filha de Severiano Teles dos Reis e de Rita Rosa de Vitello. Padrinhos: Virgílio Xavier de Souza e Rosa Xavier de Farias. Pe. José Romualdo de Souza.

23/04/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Angélica (28/02/1905), filha de André Furtado de Mendonça e de Thereza Cândida da Costa. Padrinhos: Antônio Paulo da Costa e Maria Paula da Costa. Pe. José Romualdo de Souza.

29/04/1905: Matriz de Trairi: Diogo Barbosa de Amorim e Luiza Rodrigues dos Santos padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

10/05/1905: Campestre:  José de Castro Moura Filho e Joaquina de Castro Moura padrinhos de casamento.

21/05/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Izabel (15/03/1904), filha de Francisco Custódio de Mendonça e de Mariana Izabel de Moura. Padrinhos: Raimundo Francisco de Moura e Nossa Senhora do Livramento. Pe. José Romualdo de Souza.

28/05/1905: Capela de Belémi: Batizado de Manoel (02/03/1905), filho de Francisco Ferreira Lima e de Francisca Maria da Conceição. Padrinhos: João Thomaz da Cunha e Carolina Maria de Menezes. Pe. José Romualdo de Souza.

22/06/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Raimundo (12/06/1905), filho de Lucas Barbosa de Amorim e de Francisca Barbosa de Amorim. Padrinhos: Diogo Barbosa de Amorim e Luiza Rodrigues Barbosa. Pe. José Romualdo de Souza.

29/06/1905: Matriz de Trairi. João Barbosa de Amorim e Francisca Barbosa de Amorim padrinhos de nascimento

29/06/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco (29/06/1905), filho de Sebastião Barbosa de Amorim e de Maria Barbosa da Conceição. Padrinhos: Diogo Barbosa de Amorim e Francisca Barbosa de Amorim. Pe. José Romualdo de Souza.

09/07/1905: José Moreira Simões Granja e Jozepha Moreira da Silva padrinhos de nascimento.

20/07/1905: Aristides Galdino da Silva e Maria Rodrigues Pimenta padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

20/08/1905: Matriz de Trairi. Cordulino Lopes de Freitas e Francisca Lopes de Castro padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

10/09/1905: Matriz de Trairi: Batizado de Manoel (08/06/1905), filho de Francisco José Rodrigues e de Filomena Francisca do Nascimento. Padrinhos: Antônio Furtado Junior e Sebastiana Furtado de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

19/09/1905: Sítio Estrela: Batizado de Maria (14/07/1905), filha de Virgílio Xavier de Souza e de Rosa Gomes de Farias Souza. Padrinhos: José Gomes Barbosa e Luiza Ferreira dos Santos Xavier. Pe. José Romualdo de Souza.

19/09/1905: Matriz de Trairi. Apolinário Dias de Sena e Emília Dias de Sena padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

27/09/1905: Mundaú: Batizado de Bernardo (27/07/1905), filho de José Januário Figueira Linhares e de Francisca Soares Linhares. Padrinhos: Francisco Alves da Castro Lavor e Anna Xavier de Castro  Lavor. Pe. José Romualdo de Souza.

01/10/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Pedro (20/05/1905), filho de João Machado de Paiva e de Rosa Barbosa de Amorim. Padrinhos: João Barbosa de Amorim e Francisca Barbosa de Amorim. Pe. José Romualdo de Souza.

15/10/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Benedito (04/09/1905), filho de Alexandre Barbosa de Amorim e de Francisca de Souza Lima. Padrinhos: Joaquim Pinto Cordeiro e Elízia Barbosa Cordeiro. Pe. José Romualdo de Souza.

15/10/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (23/06/1905), filho de Francisco da Costa Gadelha e de Francisca Barbosa de Amorim . Padrinhos: Sebastião Barbosa de Amorim e Francisca Rodrigues dos Anjos. Pe. José Romualdo de Souza.

15/10/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Manoel (19/05/1905), filho de Raimundo Moreira de Souza e de Maria Francisca da Conceição. Padrinhos: Anacleto de Castro Jathay e Antônia Francisca de Salles . Pe. José Romualdo de Souza.

01/11/1905: Matriz de Trairi. Pe. José Romualdo de Souza e Joaquina Pereira da Cunha padrinhos de nascimento.

02/11/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Francisca (04/10/1905), filha de Raimundo Furtado de Mendonça e de Felizmina Maria de Souza. Padrinhos: José Furtado de Mendonça e Arquina Furtado de Mendonça. Pe. José Romualdo de Souza.

09/11/1905: Matriz de Trairi. Antero de Oliveira Rola e Maria da Cunha Rola padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

31/12/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Maria (04/10/1905), filha de José Barbosa de Amorim e de Jozepha Barbosa de Amorim. Padrinhos: Pe. José Romualdo de Souza e Francisca Barbosa de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

31/12/1905: Matriz de Trairi. Batizado de Maria (22/10/1905), filha de Antônio Francisco de Magalhães e de Joanna Barbosa de Amorim. Padrinhos: João Alves da Silva e Raimunda Pereira da Silva. Pe. José Romualdo de Souza.

01/01/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Antônio (05/09/1905), filho de Manoel Hilário de Oliveira e de Maria Thomé de Oliveira. Padrinhos: Hilário Thomé de Oliveira Cabrinha e Maria Thomé Rola. Pe. José Romualdo de Souza.

01/01/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco (26/11/1905), filho de João Alves da Silva e de Raimunda Pereira da Silva. Padrinhos: José Alves da Silva e Nossa Senhora do Livramento. Pe. José Romualdo de Souza.

20/01/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco (03/12/1904), filho de Manoel Dias Filho e de Maria de Souza Lima. Padrinhos: Manoel Dias de Sena e Rita Maria de Jesus. Pe. José Romualdo de Souza.

25/02/1906: Matriz de Trairi. Francisco Ribeiro da Cunha e Thereza Xavier Ribeiro padrinhos de nascimento.

06/03/1906: Matriz de Trairi: José Moreira Simões Granja e Jozepha Moreira (Souza) padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

06/03/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Messias (15/12/1905), filho de Jovino de Souza Machado e de Avelina Barroso de Souza. Padrinhos: Sergio Barroso Cordeiro e Emília Simões Ribeiro. Pe. José Romualdo de Souza.

29/04/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (23/01/1906), filho de Pedro Furtado de Mendonça e de Antonina Angélica do Espírito Santo. Padrinhos: Manoel Rodrigues da Costa e Agostinha Angélica do Espírito Santo. Pe. José Romualdo de Souza.

29/04/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (23/01/1906), filho de Pedro Furtado de Mendonça  e de Antônia Angélica do Espírito Santo. Padrinhos: Manoel Rodrigues da Costa e Agostinha Angélica do Espírito Santo. Pe. José Romualdo de Souza.

22/07/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Rocilva (14/06/1906), filha de Manoel Tolentino Chaves e de Emília Dias de Sena. Padrinhos: Apolinário Dias de Sena e Margarida Maria de Jesus. Pe. José Romualdo de Souza.

27/08/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Francisca (17/07/1906), filha de Antônio Francisco Pereira e de Francisca Batista de Menezes. Padrinhos: Antero de Oliveira Rola e Maria Pereira da Cunha. Pe. José Romualdo de Souza.

27/08/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Francisca (17/07/1906), filha de Antônio Francisco Pereira e de Francisca Batista de Menezes. Padrinhos: Antero de Oliveira Rola e Maria Pereira da Cunha. Pe. José Romualdo de Souza.

14/09/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco (08/09/1906), filho de José Joaquim Bernardo e de Rita Galdino da Silva. Padrinhos: Manoel Barbosa Chaves e Francisca Barbosa Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.

15/09/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Izabel (04/07/1906), filha de Miguel Furtado de Mendonça e de Cândida Maria da Conceição. Padrinhos: Luiz Furtado de Mendonça e Arquelina Furtado de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

20/09/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco (24/07/1906), filho de João Furtado de Mendonça e de Arquina Maria de Jesus. Padrinhos: Sérgio Barroso Cordeiro e Benvinda Xavier de Souza Cordeiro. Pe. José Romualdo de Souza.

30/09/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (07/06/1906), filho de João Furtado de Mendonça e de Argentina Furtado de Mendonça. Padrinhos: Raimundo Furtado de Mendonça e Felizmina Maria de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

04/10/1906: Matriz de Trairi. Casamento de Manoel Francisco de Moura (29) e Josefa Batista de Souza (19). Testemunhas: Aristides Galdino da Silva e Francisco Januário da Silva. Pe. José Romualdo de Souza.

27/10/1906: Matriz de Trairi. Casamento de Raimundo de Souza Souto (24) e Francisca Tolentino Chaves (24).

25/12/1906: Capela do Mundaú. Batizado de Maria (07/12/1906), filha de Manoel José do Nascimento e de Maria Barroso. Padrinhos: José Thomé de Oliveira e Raimunda Thomé de Oliveira. Pe. José Romualdo de Souza.

25/12/1906: Capela do Mundaú. Batizado de Maria (23/10/1906), filha Silveira da Paixão e de Maria Henrique da Paixão. Padrinhos: Henrique Pereira de Azevedo e Maria Ferreira da Paixão. Pe. José Romualdo de Souza.

10/03/1907: Mundaú. Batizado de Francisco (04/02/1907), filho de José Januário Figueira Linhares e de Francisca Hercilda Linhares. Padrinhos: Valdivino Cavalcante e Raimunda Mendes Cavalcante. Pe. José Romualdo de Souza.

13/04/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Clarinda (25/01/1907), filha de Luiz Furtado de Mendonça e de Francisca Mendes de Castro. Padrinhos: Raimundo José Rodrigues e Jozepha de Oliveira Castro. Pe. José Romualdo de Souza.

28/04/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Antônio (10/03/1907), filho de Antônio Barbosa de Moraes e de Izabel Bezerra de Menezes. Padrinhos: Tristão Barroso de Souza e Francisca Carneiro de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

28/04/1907: Mundaú. Sítio Gangorra. Batizado de Rita (18/04/1907), filha de José Thomé de Oliveira e de Luiza Pires da Luz. Padrinhos: Raimundo Ferreira da Cunha Gangorra e Joanna Carneiro de Abreu. Pe. José Romualdo de Souza.

22/07/1906: Matriz de Trairi. Francisco Januário da Silva e Raimunda Leopoldina da Silva padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

22/07/1906: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco (31/07/1906), filho de Francisco Januário da Silva Irmão  e de Luzia de Oliveira Castro. Padrinhos: João Januário da Silva e Antônia Emília de Moura. Pe. José Romualdo de Souza.

25/08/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Petronilha (31/05/1907), filha de Francisco da Costa Galdino e de Francisca Barbosa Galdinho. Padrinhos: Virgílio Xavier de Souza e Luiza Xavier de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

16/09/1906: Matriz de Trairi. Francisco Januário da Silva e Euclides Leopoldina da Silva padrinhos de nascimento. Pe. José Romualdo de Souza.

06/10/1907: Matriz de Trairi. Casamento de Thomaz de Souza Filho (20 anos) e Maria José Teixeira (19 anos). Ele, filho de Thomaz de Souza Machado e de Thereza Maria de Jesus. Ela, filha de José Furtado da Costa e de Francisca Teixeira da Costa. Testemunhas: Manoel Teixeira da Costa e Abel Francisco de Paiva. Pe. José Romualdo de Souza.

13/10/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Agostinho (28/08/1907), filho de André Furtado de Mendonça e de Thereza Maria da Conceição. Padrinhos: José Cândido de Oliveira e Francisca Maria da Conceição. Pe. José Romualdo de Souza.

13/10/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Felix (03/09/1907), filho de Manoel Francisco de Moura e de Jozepha Batista de Souza. Padrinhos: José Cândido de Oliveira e Francisca Maria da Conceição. Pe. José Romualdo de Souza.

13/10/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (23/03/1907), filho de Alfredo Francisco de Moura e de Thereza Maria de Jesus. Padrinhos: João Januário da Silva e Francisca Araújo da Silva. Pe. José Romualdo de Souza.

18/10/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Raimundo (23/03/1907), filho de Antero de Oliveira Rola e de Maria Pereira da Cunha. Padrinhos: Francisco Ribeiro da Cunha e Argentina Ribeiro da Cunha. Pe. José Romualdo de Souza.

01/11/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Rita (21/09/1907), filha de Raimundo de Souza Souto e de Francisca Tolentino Chaves. Padrinhos: Francisco Tolentino Chaves e Maria Elias de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

09/11/1907: Matriz de Trairi. Batizado de Emília (03/11/1907), filha de Tibúrcio Francisco de Moura e de Anna Batista do Nascimento. Padrinhos: José Romualdo de Souza e Argelina Martins de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

12/11/1907: Matriz de Trairi: Francisco Januário da Silva e Euclides Leopoldina da Silva padrinhos de nascimento

1908: Matriz de Trairi: Ignacio Barroso de Souza testemunha de casamento.

26/01/1908: Matriz de Trairi. Manoel Thomé Rodrigues

26/01/1908: Matriz de Trairi. Batizado de Jozepha (08/11/1907), filha de Jovino de Souza Machado e de Avelina Ribeiro de Souza. Padrinhos: José Alves da Silva e Joanna da Costa Veras. Pe. José Romualdo de Souza.

14/02/1908: Matriz de Trairi. Batizado de Valdemiro (22/01/1908), filho de Vicente de Salles Sobrinho e de Raimunda Xavier Pereira. Padrinhos: Antônio Barroso Cordeiro e Maria Amélia Pereira. Pe. José Romualdo de Souza.

28/02/1908: Matriz de Trairi. Casamento de Joaquim Pinto Cordeiro, 39, viúvo, e Eliza Barbosa de Amorim, 24, filha de João Barbosa de Amorim e de Maria Barbosa de Amorim. Testemunhas: Francisco Ribeiro da Cunha e Francisco Januário da Silva. Pe. José Romualdo de Souza.

07/03/1908: Matriz de Trairi. Batizado de Anna (22/01/1908), filha de Raimundo Nonato Ribeiro e de Emília Simões Ribeiro. Padrinhos: Raimundo Teixeira da Costa e Georgina Teixeira da Costa. Pe. José Romualdo de Souza.

03/05/1908: Matriz de Trairi: Aristides Galdino da Silva e Olivia Maria da Silva padrinhos de nascimento.

17/05/1908: Matriz de Trairi: José Moreira Simões Granja e Jozepha da Silva padrinhos de nascimento.

24/05/1908: Matriz de Trairi. Batizado de Francisco, filho de Domingos Alves Pereira e de Joana Bernardina do Nascimento. Padrinhos: Manoel Alves Pereira e Joana de Moura Castro. Pe. José Romualdo de Souza.

30/05/1908: Matriz de Trairi. Casamento de Joventino de Souza Machado, 26, e Rita Rodrigues Barbosa (Rita Rodrigues Vinuti), 18. Ele, filho de Luiz de Souza Machado e de Modesta Tolentino Chaves. Ela, filha de Bemernuto Rodrigues Pereira, falecido, e de Maria Barbosa de Amorim. Padrinhos: Antônio Barroso Cordeiro e Francisca Moreira de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

23/08/1908: Matriz de Trairi. Batizado de Emília (15/06/1908), filha de Manoel Tolentino Chaves e de Emília Dias de Sena. Padrinhos: Antônio Dias de Sena e Francisca de Sena. Pe. José Romualdo de Souza.

11/09/1908: Matriz de Trairi. Batizado de Valdimiro, filho de José de Castro Moura e de Maria Pereira de Moura. Padrinhos: Francisco Izaías Ferreira e Francisca Ferreira de Jesus. Pe. José Romualdo de Souza.

23/09/1908: Capela do Mundaú Batizado de Rodolpho (20/03/1909), filho de João Thomé de Souza e de Laurinda Ferreira Ronin. Padrinhos: Rvdo Rodolpho Ferreira da Cuna e Luiza Ferreira da Cunha. Pe. José Romualdo de Souza.

28/10/1908: Capela do Mundaú. Casamento de João Rodrigues Vianna, 30, e Antônia Soares de Almeida, 35. Ele, filho de João Rodrigues Vianna, falecido, e de Francisca Gomes do Nascimento. Ela, filha de Bernardo Soares de Almeida, falecido, e de Joanna Soares de Almeida. Padrinhos: Raimundo Nonato da Paixão e Pedro Ferreira de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

29/10/1908: Capela do Mundaú. Casamento de Antônio Miguel Porto e Luiza Rodrigues dos Santos. Ele, filho de Miguel Carlos Porto e de Helena Gabriel Porto. Ela, filha de Bernardo José Rodrigues e de Pacífica Rodrigues dos Santos. Testemunhas: Antônio Bezerra Neto e Afonso de Albuquerque Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

07/11/1908: Casa de Antônio Furtado Junior. Casamento de Luiz Furtado de Mendonça, 27, e Arquelina Furtado de Souza, 22. Parentescos de 2° e 3° graus. Ele, filho de Antônio Furtado de Mendonça e Raimunda Maria de Jesus. Ela, filha de Antônio Furtado Junior e Sebastiana Furtado de Souza. Testemunhas: Manoel Antônio de Souza e Francisco Antônio Furtado. Pe. José Romualdo de Souza.

21/11/1908: Capela do Mundaú. Casamento de Francisco Tolentino Chaves, 52, viúvo, e Francisca Amélia de Gouveia, 30. Ele, viúvo de Joanna Rodrigues da Cunha Chaves . Ela, filha de José Joaquim Gouveia e de Maria Amélia de Gouveia. Testemunhas: Antônio Barroso Cordeiro e Francisco José Cordeiro. Pe. José Romualdo de Souza.

21/11/1908: Galdino Lopes de Castro testemunha de casamento.

18/08/1909: Matriz de Trairi. Batizado de Maria (19/06/1909), filha de Joventino de Souza Machado e de Rita Rodrigues Barbosa. Padrinhos: Pedro Rodrigues Pereira e Olivina de Souza Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.

08/09/1909: Matriz de Trairi. Casamento de Manoel Furtado Teixeira, 24, e Maria Emília Pereira, 21. Ele, filho de José Furtado da Costa e de Francisca Teixeira Furtado. Ela, filha natural de Ângela Pereira de Andrade. Testemunhas: Manoel Teixeira da Costa e José Furtado Filho. Pe. José Romualdo de Souza.

18/09/1909: Matriz de Trairi. Casamento de Alexandre Barbosa de Amorim e Maria Barbosa Veras. Parentes de segundo grau. Ele, filho de Francisco Barbosa de Amorim e de Luzia Rodrigues Barbosa. Ela, filha natural de Francisca da Costa Veras e de Catharina da Costa Veras. Testemunhas: Francisco Ribeiro da Cunha e Antero de Oliveira Rola. Pe. José Romualdo de Souza.

20/11/1909: Matriz de Trairi. Casamento de José Francisco de Moura, 24, e Rufina Maria da Conceição, 13. Parentesco de segundo e terceiros graus. Ele, filho de Francisco José de Moura e de Maria Joaquina da Conceição, 21. Ela, filha de José de Moura Filho e de Maria Francisca da Conceição.  Testemunhas: Manoel Tabosa Braga e Antônio José de Moura. Pe. José Romualdo de Souza.

20/11/1909: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Vicente Ferreira, 25, e Luiza Maria do Espírito Santo, com parentesco de terceiro grau. Ele, filho de Francisco Vicente Ferreira e de Luiza Maria dos Anjos. Ela, filha de José de Moura Filho e de Maria Francisca da Conceição.  Testemunhas: Bento Correia do Nascimento e Antônio Teixeira de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

26/12/1909: Matriz de Trairi. Batizado de João (25/09/1909), filho de Manoel Furtado Junior e de Luiza Quitéria Barbosa. Padrinhos: Pe. João Furtado de Mendonça e Arquelina Furtado de Mendonça. Pe. José Romualdo de Souza. João faleceu a 23/08/1974.

26/12/1909: Matriz de Trairi. Batizado de João (25/09/1909), filho de Antero de Oliveira Rola e de Maria Pereira da Cunha. Padrinhos: Pe. José Romualdo de Souza e Joaquina Pereira da Cunha. Pe. José Romualdo de Souza.

05/02/1910: Patos, em casa particular. Casamento de Luiz Barroso de Souza e Petronilla Barroso de Carvalho, parentes de terceiro grau. Ele, filho de Liberado Barroso de Souza e de Raimunda Ferreira Pinto. Ela, filha de Antônio Barroso de Carvalho e de Anna Cordeiro de Carvalho. Testemunhas: Pedro Barroso de Souza e Domingos Barroso de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

05/02/1910: Matriz de Trairi. Casamento de Hermano Gordiano do Nascimento e Antônia de Oliveira Castro. Ele, filho de Gordiano do Nascimento e de Preciliana Batista do Nascimento. Ela, filha de Florindo de Oliveira Castro e Maria de Oliveira Castro.  Testemunhas: Raimundo Nonato Ribeiro e Francisco Januário de Oliveira. Pe. José Romualdo de Souza.



Manoel de Oliveira Castro - Maneco


01/05/1910: Matriz de Trairi. Batizado de Alvina (30/08/1909), filha de Jovino de Souza Machado e de Avelina Ribeiro de Souza. Padrinhos: Riche Martins Ribeiro e Francisca Barbosa Chaves Pe. José Romualdo de Souza.

24/05/1910: Matriz de Trairi. Casamento de Cordolino Francisco de Freitas e Francisca Pereira de Jesus. Ele, filho de Manoel Francisco de Freitas e de Maria Theodora da Conceição. Ela, filha de Izaías Francisco Pereira e de Maria Pereira da Glória.  Testemunhas: Antônio Freitas Junior e Francisco de Castro Moura. Pe. José Romualdo de Souza.

24/05/1910: Matriz de Trairi. Casamento de José Furtado Filho, 26, e Maria de Castro Motta, 21. Ele, filho de José Furtado da Costa e de Francisca Teixeira da Costa. Ela, filha de João da Motta Leitão e de Luzia Lopes de Castro.  Testemunhas: Miguel Furtado Teixeira e Antônio Barroso Cordeiro. Pe. José Romualdo de Souza.


16/07/1910: Matriz de Trairi. Casamento de Simeão Cardoso de Lima, 22, e Josefa Barbosa da Costa, 17. Ele, filho de José Cardoso Sobrinho e de Maria Clara da Silva. Ela, filha de Sebastião Barbosa de Amorim e de Jardilina da Costa Barbosa. Testemunhas: José Pedro da Rocha e Pedro Gomes da Silva. Pe. José Romualdo de Souza.


16/07/1910: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Monteiro de Santiago e de Francisca de Oliveira Castro, parentes de terceiro e quartos graus. Ele, filho de Antônio Monteiro de Santiago e de Maria Antônia de Santiago. Ela, filha de Florindo de Oliveira Castro e de Maria de Oliveira Castro.  Testemunhas: Hermano Gordiano do Nascimento e Manoel Tolentino Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.


16/07/1910: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Monteiro de Santiago e de Francisca de Oliveira Castro, parentes de terceiro e quartos graus. Ele, filho de Antônio Monteiro de Santiago e de Maria Antônia de Santiago. Ela, filha de Florindo de Oliveira Castro e de Maria de Oliveira Castro.  Testemunhas: Hermano Gordiano do Nascimento e Manoel Tolentino Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.

01/10/1910: Matriz de Trairi. Batizado de Joaquina (15/05/1910), filha de Antônio Francisco Braga e de Maria Rodrigues Braga. Padrinhos: Joaquim Tabosa Braga e Antônia Francisca Braga. Pe. José Romualdo de Souza. Casou em Batalha com Geraldo Ezequiel Moreira e faleceu a 16/04/1975.

22/10/1910: Capela do Mundaú. Casamento de Henrique Pereira de Azevedo, 24, e Maria Soares de Almeida, 25. Ele, filho natural de Josefa Maria de Jesus. Ela, filha de Bernardo Soares de Almeida e de Joanna Soares de Almeida. Testemunhas: José Silveira da Paixão e Raimundo Nonato da Paixão. Pe. José Romualdo de Souza.


22/10/1910: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Lopes de Andrde, 24, e Maria Amélia de Castro, 22, parentes de segundo e terceiro graus. Ele, filho de Ernesto Francisco de Andrade e de Mariana Lopes de Castro. Ela, filha de Galdino Lopes de Castro e de Joaquina Maria de Andrade, falecida. Testemunhas: José Gomes de Castro e Antônio Barroso Cordeiro. Pe. José Romualdo de Souza.


29/10/1910: Matriz de Trairi. Casamento de João Domingues de Moura e Francisca Marques de Moura. Ele, filho de Domingos Francisco de Moura e de Francisca Teixeira da Silva. Ela, filha de Antônio José de Moura e de Inez Marques de Moura.  Testemunhas: João Tabosa e Luiz Alves Teixeira. Pe. José Romualdo de Souza.

29/10/1910: Matriz de Trairi. Casamento de Pedro Rodrigues de Souza, 22, e Maria Teixeira de Moura, 24. Ele, filho natural de Paulina de Moura. Ela, filha de Domingos Francisco de Moura.  Testemunhas: Manoel Antônio de Souza e Abel de Paiva. Pe. José Romualdo de Souza.


15/01/1911: Matriz de Trairi. Casamento de José Maria da Rocha, 22, natural de Granja, e Oliveira de Souza Chaves, 25. Ele, filho de Luiz Segundo da Rocha e Maria Perpétua da Rocha. Ela, filha de Luiz de Souza Machado e de Modesta Tolentino Chaves.  Testemunhas: Jovino de Souza Machado e Ignacio Maria de Campos. Pe. José Romualdo de Souza.

02/02/1911: Matriz de Trairi. Batizado de Francisca (30/12/1910), filha de André Furtado de Mendonça e de Thereza Cândida da Costa. Padrinhos: Manoel Barbosa Chaves e Francisca Barbosa Chaves Pe. José Romualdo de Souza. Faleceu a 22/05/1975

19/02/1911: Matriz de Trairi. Batizado de Laura (12/01/1911), filha de Francisco Januário Irmão e de Luzia de Oliveira Castro. Padrinhos: Aristides Galdino da Silva e Antônia de Oliveira Castro. Pe. José Romualdo de Souza.

25/04/1911: Matriz de Trairi. Casamento de José Joaquim de Gouveia, natural da Paraíba, viúvo de Maria Amélia de Gouveia, e Umbelina Emília da Cunha. Ela, filha de Domingos Rodrigues da Cunha e de Guilhermina Emília do Espírito Santo. Testemunhas: Francisco Ribeiro da Cunha e Francisco Januário da Silva. Pe. José Romualdo de Souza.

10/06/1911: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Vieira do Nascimento e Francisca Barbosa Chaves. Ele, filho de João Vieira do Nascimento e de Luiza Angélica de Jesus. Ela, filha de Antônio Barbosa de Amorim e de Albina Barbosa Chaves, falecidos. Testemunhas: Manoel Teixeira da Costa e Francisco Januário da Silva. Pe. José Romualdo de Souza.


30/06/1911: Matriz de Trairi. Casamento de José Izaías Pereira, 29, e Raimunda Sabino da Costa, 21. Ele, filho de Izaías Francisco Pereira e de Maria Pereira da Glória. Ela, filha natural de Antônia Sabina da Silva. Testemunhas: José Moreira Simões Granja e Raimundo Pe. José Romualdo de Souza.


15/11/1911: Matriz de Trairi. Casamento de Manoel Barroso de Oliveira e Francisca Barroso Cordeiro, com parentesco de segundo e terceiro graus. Ele, filho de Raimundo Barroso Cordeiro e de Maria Thereza de Jesus. Ela, filha de Furtunato Barroso Cordeiro e Benvinda Xavier de Souza. Teste. Pe. José Romualdo de Souza.


23/11/1911: Matriz de Trairi. Casamento de João Tamboril de Souza, 28, e Luiza Barbosa Veras, 24. Ele, filho de Manoel Tamboril de Souza, falecido, e de Antônia Maria da Conceição. Ela, filha de Francisco da Costa Veras e de Catharina Barbosa Veras. Testemunhas: Antônio Barroso Cordeiro e Antônio Dias de Sena.

30/12/1911: Matriz de Trairi. Batizado de Raimunda (29/12/1911), filha de Antônio Barroso Cordeiro e de Aureliana Xavier de Castro. Padrinhos: Manoel Barroso de Oliveira e Francisca Barroso de Oliveira. Pe. José Romualdo de Souza.

31/03/1912: Matriz de Trairi. Batizado de Libério (25/04/1911), filho de Manoel Dias de Sena e de Francisca Luzia de Salles. Padrinhos: Manoel Tolentino Chaves e Emília Tolentino Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.

27/04/1912: Matriz de Trairi. Casamento de Galdino Lopes de Castro Filho, 23, e Eulina Pereira de Menezes, 16, parentes de quarto grau. Ele, filho de Galdino Lopes de Castro e de Joaquina Maria de Andrade. Ela, filha de Antônio Francisco Pereira e de Francisca Pereira de Menezes. Testemunhas: Antônio Barroso de Souza e Manoel Barbosa Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.

24/05/1912: Matriz de Trairi. Casamento de Galdino Lopes de Castro, viúvo de Joaquina de Moura Castro, e Joanna de Moura Castro. Ele, natural de São Francisco da Uruberetama (Itapagé). Ela, filha de João Francisco de Moura e de Rosalina de Oliveira Castro. Testemunha: Antônio Barroso Cordeiro e . Pe. José Romualdo de Souza.

25/05/1912: Matriz de Trairi. Batizado de Maria (15/03/1912), filha de Francisco Tolentino Chaves e de Firmina Gouveia Chaves. Padrinhos: Francisco da Silva Cavalcante e Júlia Gouveia. Pe. José Romualdo de Souza.

13/10/1912: Batistério de Maria, filha de João Thomaz da Cunha e de Carolina Paulina da Cunha. João Thomaz da Cunha, o sexto filho de Joaquim Thomaz da Cunha. Carolina Paulina a primeira esposa de João Thomaz. Padrinhos: Manoel Barroso de Oliveira e Francisca Barroso de Oliveira. Padre José Romualdo de Souza.

26/01/1913: Matriz de Trairi: Batizado de Dornisço (04/09/1912), filho de Joventino de Souza Machado e de Avelina Ribeiro de Souza. Padrinhos: Manoel Barbosa Chaves e Maria Teixeira Barbosa. Pe. José Romualdo de Souza.

16/03/1913: Matriz de Trairi. Batizado de Emília (31/12/1912), filha de Joventino de Souza Machado e de Rita Rodrigues Pereira, filha de Raimundo Rodrigues Vinuti e de Izabel Feitosa de Souza. Padrinhos: Joaquim de Souza Machado e Rozalina de Souza. Pe. José Romualdo de Souza.

16/03/1913: Matriz de Trairi. Batizado de Manoel (24/07/1906), filho de Pedro Furtado de Mendonça e de Antonina Ignacia de Jesus. Padrinhos: Antônio Paulo da Costa e Francisca Rodrigues dos Santos. Pe. José Romualdo de Souza.

29/06/1913: Matria de Trairi: Antônio Francisco de Mora e Antônio Galdino de Moura testemunhas de casamento.

27/07/1913: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Xavier de Souza e Francisca Ferreira da Cunha, parentes de terceiro e quarto graus. Ele, viúvo de Maria Bernardina de Jesus. Ela, filha Manoel Raimundo da Cunha e de Arquelina Ferreira da Cunha. Testemunhas: Antônio Barroso Cordeiro e Raimundo Lopes . Pe. José Romualdo de Souza.

11/10/1913: Matriz de Trairi. Casamento de Antônio Mariano dos Reis, 25, e Antônia de Castro Moura, 24. Ele, filho de Mariano dos Reis e de Maria José da Conceição. Ela, filha de Francisco de Castro Moura e de Maria Francisca de Freitas.  Testemunhas: José de Castro Moura e Francisco de Castro Filho. Pe. José Romualdo de Souza.

11/10/1913: Matriz de Trairi. Casamento de Pedro Isidoro dos Reis, 21, e Luiza de Castro Moura, 19. Ele, filho de Mariano José dos Reis e de Maria José da Conceição. Ela, filha de Francisco de Castro Moura e de Maria Francisca de Freitas.  Testemunhas: José Augusto de Salles e Raimundo Simões Granja. Pe. José Romualdo de Souza.

05/12/1913: Matriz de Trairi. Casamento de Raimundo Thodózio Nery e Maria Monteiro da Costa. Ele, filho de Vicente Ferreira Nery e de Luzia da Costa Nery. Ela, filha de Damião Monteiro e de Anna Monteiro. Padrinhos: Raimundo Lopes dos Santos e Francisco Matheus. Pe. José Romualdo de Souza.

20/06/1914: Matriz de Trairi. Casamento de Raimundo Tolentino Chaves, 23, e de Arminda Barroso de Souza, 15. Ele, filho de Francisco Tolentino Chaves e de Joanna Rodrigues da Cunha, falecida. Ela, filha de Liberato Barroso de Souza e de Raimunda Teixeira Pinto. Padrinhos: José Simões Granja e José Joaquim de Gouveia. Pe. José Romualdo de Souza.

25/07/1914: Matriz de Trairi. Casamento de José Carneiro Filho, 23, e Maria dos Santos Ferreira, 25, parentes de segundo, terceiro e quarto graus. Ele, filho de José Carneiro da Cunha e de Maria Ferreira dos Santos. Ela, filha de Manoel Ferreira da Cunha e de Joanna Ferreira da Cunha. Padrinhos: Antônio Barroso Cordeiro e João Ferreira Pinto. Pe. José Romualdo de Souza.

30/07/1915: Matriz de Trairi. Casamento de Manoel Silvério do Nascimento, 25, e Francisca Dias de Sena, 20, parentes segundo e terceiro graus. Padrinhos: Apolinário Dias de Sena e Margarida Maria de Jesus. Ele, filho de Silvério Manoel da Conceição e de Maria Francisca da Conceição, falecida. Ela, filha de Francisco Dias de Sena, falecido, e de Maria Thereza de Santiago. Testemunhas: Júlio Marcos Santiago e José Florindo de Souza.  Pe. Isaac Antero Soares.

30/07/1914: Matriz de Trairi. Casamento de Miguel de Souza Machado, 24, e Antônia Furtado de Souza, com parentesco de quarto grau. Ele, filho de Luiz de Souza Machado e de Modesta Tolentino Chaves. Ela, filha de Antônio Furtado Junior e de Sebastiana Furtado de Souza. Padrinhos: Francisco Henrique Cordeiro e Manoel Barbosa Chaves. Pe. José Romualdo de Souza.

1915: Nascimento de Antônio, filho de Pedro Barroso de Souza e Francisca Castro.

1915: Nascimento de José, filho de Antônio Barroso de Souza.

28/06/1915: Matriz de Trairi. Casamento de Joaquim da Costa Veras, 21, e Raimunda Barbosa de Amorim, 20. Parentes de terceiro grau. Ele, filho de Francisco da Costa Veras e Catharina da Costa Veras. Ela, filha natural de Francisca Lira da Penha. Testemunhas: Manoel Teixeira da Costa e Raimundo Teixeira da Costa Sobrinho. Pe. Izaac Antero Soares.

28/06/1915: Matriz de Trairi. Casamento de Anacleto de Castro Salles Filho, 20, e Diolinda de Castro da Assunção, 20, parentes de segundo grau . Ele, filho de Anacleto de Castro Jatahy e de Antônia de Castro Salles. Ela, filha de Antônio de Casto Jathay, falecido, e de Josefa de Castro Moura. Testemunhas: José Augusto de Salles e Joaquim Jorge de Salles. Pe. Izaac Antero Soares.

29/07/1915: Matriz de Trairi. Francisco Januário da Silva e Francisco Galdino da Silva testemunhas de casamento de Miguel de Salles Medeiros, 40, com Maria Ignacia de Souza, 45. Pe. Isaac Antero Soares.

29/07/1915: Matriz de Trairi. Francisco Januário da Silva e Francisco Galdino da Silva testemunhas de casamento de Miguel de Salles Medeiros, 40, com Maria Ignacia de Souza, 45. Pe. Isaac Antero Soares.

30/07/1915: João Tibúrcio de Moura testemunha de casamento. Pe. Isaac Antero Soares.

12/08/1915: Matriz de Trairi. Casamento de Joaquim da Costa Veras, 21, e Raimunda Barbosa de Amorim, 20. Parentes de terceiro grau. Ele, filho de Francisco da Costa Veras e Catharina da Costa Veras. Ela, filha natural de Francisca Lira da Penha. Testemunhas: Manoel Teixeira da Costa e Raimundo Teixeira da Costa Sobrinho. Pe. Izaac Antero Soares.

06/11/1915: Matriz de Trairi. Casamento de Antônio de Castro Moura, 25, e Maria Raimunda Furtado de Souza, 20. Ele, filho de Francisco de Castro Moura e Maria de Castro Moura. Ela, filha de Raimundo Furtado de Mendonça e de Felismina Maria de Souza. Testemunhas: Francisco de Castro Filho e Antônio Firmino Furtado. Pe. Izaac Antero Soares.

1915: Nascimento de Júlia, filha de Manoel Castro Moura.

/11/1915: Capela de Lavagem. Casamento de Anastácio Lopes de Castro, natural de Pentecoste,  20, e Delmira Ferreira da Cunha, 20 anos. Ele, filho natural de Alexandrina Lopes de Castro, falecida. Ela, filha de Luiz Ferreira Neto, falecido, e Maria Ferreira da Cunha. Testemunhas: José Breno da Cunha e Manoel Barroso de Oliveira. Pe. Izaac Antero Soares.

1916: Nascimento de Teodósio, filha de João Castro Moura.
1916: Nascimento de Antônio, filho de Pedro Souza Machado.
1916: Nascimento de Oscarina, filha de José Dias Neri.

02/02/1916: Matriz de Trairi. Casamento de Manoel Cândido de Oliveira, 24, e Raimunda de Oliveira Machado, parentes do segundo e do terceiro graus. Ele, filho de José Cândido de Oliveira e de Francisca Rodrigues dos Anjos. Ela, filha de Severiano Felix Machado e de Rita Rosa do Viterbo. Testemunhas: Manoel Tolentino Chaves e Raimundo Simões Granja. Pe. Izaac Antero Soares.

07/10/1916. Casamento em Trairi. Joaquim Moreira de Sousa (28 anos) e Maria Dias de Senna (25 anos). Pais: Bernardino Moreira de Sousa (falecido) e Maria Ferreira dos Santos. Pais: Manoel Dias de Senna e Rita Maria de Jesus. Testemunhas: Antônio Furtado Junior e João Dias de Senna. Padre Isaac Antero Soares.

03/11/1916: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Martins de Souza, 29, e Francisca Teixeira de Moura, 26. Ele, filho natural de Raimunda Martins. Ela, filha de Domingos Francisco de Moura e de Francisca Teixeira da Silva. Testemunha: João Domingos de Moura e Vicente de Moura. Pe. Izaac Antero Soares.

17/01/1917. Casamento em Lavagem. José Silveira da Paixão (30 anos, viúvo), e Maria Ferreira das Mercês (16 anos).Pais: José Antônio da Paixão (falecido) e Mariana Ferreira da Paixão. Pais: Antônia Ferreira da Cunha e Anna Ferreira da Cunha. Testemunhas: Raimundo Nonato da Paixão. Padre Isaac Antero Soares.

19/05/1917: Matriz de Trairi. Casamento de João Raimundo de Souza, 22, e Júlia Francisca de Paiva . Ele, filho de Raimundo Xavier de Souza e de Francisca Maria da Conceição. Ela, filha de Manoel Francisco de Paiva e de Francisca Maria da Conceição . Testemunhas: Francisco Antônio Barbosa e Manoel Teixera Netto. Pe. Izaac Antero Soares.

1917: Nascimento de Emília filha de Julia Lucas Teixeira.

04/11/1917. Casamento em Trairi. Francisco Batista de Sousa (22 anos) e Alice Gouveia Machado (20 anos). Pais: João Domingos de Sousa e Francisca Maria de Andrade (falecidos). Pais: João Batista da Guerra e Raimunda Amélia Gouveia. Padre Isaac Antero Soares.

1918: Mundaú. Nicolau Miguel Porto e Francisca Carneiro padrinhos de nascimento.

01/01/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Francisca, nascida a 29/10/1917, filha de Galdino Lopes de Castro e de Joanna Moura de Castro. Padrinhos: José Barroso da Cunha e Luiza Francisca Bruno. Pe. Isaac Antero Soares.

07/01/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Manoel, nascido a 02/12/1917, do Córrego, filho de Luiz Furtado de Mendonça e de Francisca Nunes de Castro. Padrinhos: Manoel Nunes de Castro e Maria da Conceição.  Pe. Isaac Antero Soares.

11/02/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Manoel, nascido a 13/01/1918, do Córrego, filho de Pedro Furtado de Mendonça e de Antonina Ignacia de Jesus. Padrinhos: Francisco Furtado e Maria das Neves. Pe. Isaac Antero Soares.

11/02/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Josepha, nascida a 24/12/1917, filha de Raymundo Nonato Ribeiro e de Emília Simões Ribeiro. Padrinhos: Sinval de Borba e Maria Claudina de Carvalho.  Pe. Isaac Antero Soares.

17/02/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Raymundo (27/12/1918), filho de Francisco Januário da Silva Irmão e de Luiza Oliveira Castro. Padrinhos: Ataliba Barroso de Souza e Maria Barroso da Cunha. Pe. Isaac Antero Soares.

15/03/1918: Capela do Mundaú: Abrahão Ferreira da Cunha e Beatriz Ferreira da Cunha padrinhos de nascimento.

1918: Lavagem. João Furtado de Mendonça e Quitéria Maria de Jesus padrinhos de nascimento.

24/03/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Vicente (06/01/1918), filho de Raymundo de Souza Souto e de Francisca Tolentino Chaves. Padrinhos: Sebastião Felix Damasceno e Maria Vieira. Padre Isaac Antero Soares.

15/08/1918: Matriz de Trairi: Manoel Tolentino Chaves e Emília Tolentino Chaves padrinhos de nascimento.

15/08/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Maria, nascida a 26/06/1918, filha de Antônio Felisberto de Souza e de e de Raimunda Tolentino Chaves. Padrinhos: Joaquim de Souza Machado e Maria Ferreira da Cunha. Pe. Isaac Antero Soares.

20/09/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Odilon, nascido a 24/06/1918, filho de Jovino de Souza Machado e de Avelina Barroso de Souza. Padrinhos: José Augusto de Salles e Antonina Nunes de Salles. Pe. Isaac Antero Soares.

17/11/1918: Matriz de Trairi. Batizado de José (30/09/1918), filho de Luiz Furtado de Mendonça e de Arquilina Furtado de Souza. Padrinhos: (Manoel) Furtado Junior e Luiza Quitéria de Jesus. Padre Isaac Antero Soares.

17/11/1918: Matriz de Trairi. Batizado de Francisca (28/07/1918), filha de João Furtado de Mendonça e de Arquilina Furtado de Mendonça. Padrinhos: Canuto Pereira de Souza e Thereza Maria de Jesus. Padre Isaac Antero Soares.

20/12/1918: Matriz de Trairi. Casamento de Luiz Barroso de Oliveira, 19, e Clodomira Tolentino Chaves. Ele, filho de Raimundo Barroso Cordeiro e de Anna Thereza de Jesus. Ela, filha de Francisco Tolentino Chaves e de Joanna Rodrigues da Cunha. Testemunhas: Manoel Barbosa Chaves e Humberto Gouveia Machado. Pe. Isaac Antero Soares.

12/02/1919: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Antônio Furtado, 28, e Maria Firmina das Neves, 21, com parentesco de segundo e terceiro graus. Ele, filho de Antônio Furtado Junior e de Sebastiana Furtado de Souza. Ela, natural de Pentecoste, filha de Antônio Firmino de Souza e de Thereza Maria do Nascimento. Testemunhas: Manoel Francisco Barbosa e Antônio Silvério Furtado. Pe. Isaac Antero Soares.

15/02/1919: Matriz de Trairi. Casamento de Raimundo Nunes de Paula, 23, e Raimunda Barroso Cordeiro, 36. Ele, filho de Joaquim de Paula Moura e de Luiza Nunes da Silva. Ela, filha de Fortunato Barroso Cordeiro, falecido, e de Benvinda Xavier Cordeiro. Testemunhas: Vicente Januário de Souza e Tobias Martins Loyola. Pe. Isaac Antero Soares.

15/02/1919: Matriz de Trairi. Casamento de Renato Alves da Silva, 21, e Josefa Barroso de Oliveira. Ele, filho de João Alves da Silva e de Raimunda Thomaz da Cunha, falecida. Ela, filha de Raimundo Barroso Cordeiro e de Anna Thereza de Jesus. Testemunhas: Francisco Galdino da Silva e Antônio Barroso Cordeiro. Pe. Isaac Antero Soares.

22/03/1919: Matriz de Trairi, 8h da manhã, sábado. Casamento de Miguel Furtado Teixeira, 24, e Georgina Teixeira, 24, com parentesco de segundo grau. Ele, filho de José Furtado da Costa e de Francisca Teixeira da Costa. Ela, filha de Manoel Teixeira da Costa e de Neomézia Moreira Teixeira. Testemunhas

05/11/1919: Matriz de Trairi. Casamento de Algusto Djalma da Silva, 26, e Antônia Ribeiro. Ele, filho de Raimundo Demógenes da Silva e de Joanna Sosa da Silva. Ela, filha de Raimundo Nonato Ribeiro e de Emília Moreira Simões Ribeiro. Testemunhas: Antônio Teles de Carvalho e Joaquim Barroso Moreira. Pe. Isaac Antero Soares.

10/12/1919: Matriz de Trairi. Casamento de Antônio Francisco de Andrade, 21, e Josefa Bernarda da Silva, 19. Ele, filho de José Francisco de Andrade, falecido, e de Cosma de Andrade. Ela, filha de José Joaquim Bernado e de Rita Gaudina da Silva. Testemunhas: José Augusto de Salles e José Soares Pinto. Pe. Isaac Antero Soares.

26/12/1919: Matriz de Trairi. Casamento de João Tamboril de Souza, 33, viúvo de Luiza Barbosa Veras, e Rita Barbosa Veras, 21, parentes de primeiro grau. Ela, filha de Francisco Barbosa Veras e de Catharina Barbosa Veras. Testemunhas: Francisco Galdino da Silva e Raimundo Xavier de Paula. Pe. Isaac Antero Soares.

26/12/1919: Matriz de Trairi. Casamento de João Tamboril de Souza, 33, viúvo de Luiza Barbosa Veras, e Rita Barbosa Veras, 21, parentes de primeiro grau. Ela, filha de Francisco Barbosa Veras e de Catharina Barbosa Veras. Testemunhas: Francisco Galdino da Silva e Raimundo Xavier de Paula. Pe. Isaac Antero Soares.

24/01/1920: Capela de Paracuru. Casamento de Antônio Furtado de Paiva, 24, e Elvira Pereira dos Santos, 24, parentes de segundo e terceiro graus. Ele, filho de Francisco José de Paiva e de Quitéria Maria de Jesus. Ela, filha de Manoel José de Paiva e de Maria Moreira da Conceição. Testemunhas: Joaquim Moreira de Souza e José Pereira de Souza. Pe. Isaac Antero Soares.

24/07/1920: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Lopes das Chagas, 26, Isabel Furtado de Souza, 21. Ele, filho de Galdino Lopes de Castro, falecido, e de Joaquina Lopes de Castro, falecida. Ela, filha de João Furtado de Mendonça e de Quitéria Maria de Jesus. Testemunhas: Antônio Barroso e Raimundo Nunes. Pe. Marcondes Cavalcante.

20/10/1920: Matriz de Trairi: Melchiades Thomé de Oliveira testemunha de casamento.

01/10/1921: Matriz de Trairi. Casamento de Joaquim do Carmo, 22, e Maria Francisca de Moura. Ele, filho de Francisco do Carmo e de Feliciana Maria da Conceição. Ela, filha de Antônio Francisco de Moura e de Anna Maria da Conceição. Padrinhos: Manoel Teixeira da Costa e Raimundo Lopres dos Santos. Pe. Francisco Lima Freitas.

01/10/1921: Matriz de Trairi. Casamento de Joaquim do Carmo, 22, e Maria Francisca de Moura. Ele, filho de Francisco do Carmo e de Feliciana Maria da Conceição. Ela, filha de Antônio Francisco de Moua e de Anna Maria da Conceição. Padrinhos: Manoel Teixeira da Costa e Raimundo Lopres dos Santos. Pe. Francisco Lima Freitas. (Obs: Maria Pia não cita esse Antônio Francisco de Moura comp da família de João Verônica)

01/10/1921: Matriz de Trairi. Casamento de José Francisco de Andrade e Josefa Veríssimo dos Reis. Ele, filho de José Francisco de Andrade e de Cosma de Andrade. Ela, filha de Antônio Francisco dos Reis e de Antônia Carolina de Souza. Testemunhas: Joaquim Moreira Barroso e Raimundo Nunes de Paula. Pe. Francisco Lima Freitas.

05/11/1921: Casamento de Leovigildo Barbosa dos Santos, 22, e Cândida Baptista de Andrade, 22. Ele, filho de Manoel Barbosa de Amorim e de Apolônia Maria da Conceição.  Ela, filha de Cândido Baptista de Queiroz, falecido, e de Francisca Cândida de Jesus. Testemunhas: Francisco Cipriano Moreira e Jossué Ferreira Pontes. Pe. Francisco Lima Freitas.

26/11/1921: Matriz de Trairi. Casamento de Antônio Joaquim Barbosa,25, e Maria Alves da Silva. Ele, filho de Joaquim Barbosa dos Santos e de Idalina Baptista de Oliveira. Ela, filha de João Alves da Silva e de Raimunda Pereira da Cunha. Testemunhas: Raimundo Nunes de Paula e Bernardino Barbosa dos Santos. Pe. Francisco Lima Freitas.

05/07/1922: Matriz de Trairi. Casamento de José da Silva Alves e Raimunda Ribeiro, 17. Ele, filho de Luiz Alves da Silva e de Anna Tolentino, viúvo de Francisca Alves da Cruz. Ela, filha de Raimundo Nonato Ribeiro (Mundoco Ribeiro) e de Emília Simões Ribeiro (Mirosa). Testemunhas: Antônio Gualberto de Salles e João Alves da Silva. Pe. Francisco Lima Freitas.

30/09/1922: Matriz de Trairi. Casamento de Francisco Barbosa de Moura, 22, e Mariana Barbosa das Neves, 21. Ele, filho de Manoel Francisco de Moura e de Maria Ferreira do Nascimento. Ela, filha de Francisco da Costa Veras e de Catharina da Costa Veras. Testemunhas: Manoel Barbosa e Luiz de Moura.

25/11/1922: Matriz de Trairi. Casamento de Manoel Alves da Costa, 22, e Olivina Francisca de Moura, 21. Ele, filho de Torquato Alves da Silva e de Cândida Maria de Jesus, falecida. Ela, filha de Antônio Francisco de Moura, falecido, e de Anna Maria da Conceição. Testemunhas: Manoel Teixeira da Costa e Siríaco Vicente da Costa.

25/11/1922: Matriz de Trairi. Casamento de Raimundo Acácio de Araújo, 26, e Anna Jacobina de Sousa. Ela, filha de Francisco Tolentino Chaves e de Joanna Rodrigues da Cunha. Testemunhas: Henrique Carlos da Rocha e Manuel Tolentino Chaves.

25/11/1922: Matriz de Trairi. Casamento de Manoel Alves da Costa, 22, e Olivina Francisca de Moura, 21. Ele, filho de Torquato Alves da Silva e de Cândida Maria de Jesus, falecida. Ela, filha de Antônio Francisco de Moura, falecido, e de Anna Maria da Conceição. Testemunhas: Manoel Teixeira da Costa e Siríaco Vicente da Costa.

26/11/1922: Matriz de Trairi. Casamento de João Ludovico de Paiva, 23, Maria de Oliveira Machado. Ele, filho de Raimundo Ludovico de Paiva e de Rosa Maria da Conceição. Ela, filha de Severiano dos Reis e de Rita Rosa de Viterbo. 

23/05/1924: Trairi. Hilda. Nascimento. Pais: Jovino de Souza Machado e Avelina Ribeiro de Souza. Padrinhos: 22/07/1924: Antônio Nery e Izabel Nery. Padre Francisco Lima de Freitas.

24/05/1930: Itapipoca. Dia 5 de maio, Bodas de Ouro (1880) de Francisco Ribeiro da Cunha e Josepha Xavier Ribeiro da Cunha. Presentes: Augusto Martins, Carlile Martins e Antonio Thomé de Oliveira Rola.

1933: Francisca de Castro de Moura madrinha.

1933: Raymundo Severiano de Oliveira e Eudócia Severiano de Oliveira padrinhos.

02/1941: Casamento de Waldemar Furtado de Mendonça 23, e Maria Furtado de Castro. Ele, filho de André Furtado de Mendonça e Tereza Cândido Castro. Ela, filha de André Furtado de Castro e Francisca Isadora de Souza.

1942: João Furtado de Mendonça testemunha de casamento.

1943: Casamento de José Furtado de Mendonça 23, e Ana Maria de Souza, 19. Ele, filho de Luiz Furtado de Mendonça e Angelina Furtado de Mendonça. Ela, filha de Antônio Moreira da Silva e Margarida Cordeiro de Souza.
 

17. Óbitos.
 
Janeiro de 1910: São Luís MA. Antônio Barroso de Souza Sobrinho, 48, capitão ajudante do 48° Batalhão de Caçadores. Alistou-se ao Exercito em 1878, sendo promovido para aquele posto em 1903. Era casado com Maria da Gloria Rabelo, filha do falecido capitão do Exercito Francisco Rabelo.
25/05/1910: Paracuru: Falecimento de Antônio Barroso de Souza.
10/06/1927: Trairi: Falecimento de Liberato Barroso de Souza.
05/08/1930: Trairi: Falecimento de Luiz de Souza Machado, 90 anos (1840), esposo de Modesta Tolentino Chaves. Sepultado no dia seguinte.


Mundaú, 1935. Convite missa de Velisbella Soares Pereira



11/04/1942: Mundaú. Falecimento de Maria Tereza de Jesus, 75,  viúva de Canuto Carneiro Marizeira.
29/08/1942. Trairi. Óbito. Antônio, 6, filho de João da Costa Neri e de Osearina Lima Neri . Pe. Demétrio Lima.
03/01/1943. Óbito. Córrego dos Furtados. Maria, 1,  em consequência de uma queda. Filha de Abel Furtado de Mendonça e de Augustinha Rodrigues Furtado. Pe. Demétrio Lima.
05/01/1943. Óbito. Lavagem. Isabel, 58, esposa de Lucas Ferreira da Cunha. Pe. Demétrio Lima.
22/01/1943: Córrego dos Furtado: Falecimento de Maria, um ano, filha de Abel Furtado e Augustina Rodrigues Furtado.
09/03/1943. Córrego dos Furtados. Óbito. Maria, 3 meses. Filha de Antônio Furtado de Mendonça e de Maria Moreira. Pe. Demétrio Lima.
09/03/1943. Córrego dos Furtados. Óbito. Manoel, 1 ano. Filho de Pompilho Firminiano de Sousa e de Francisca Furtado de Sousa. Pe. Demétrio Lima.
28/03/1943: Falecimento de Manoel Teixeira da Costa, 70 (1873), esposo de Neomézia Moreira Teixeira. Congestão.

08/12/1943: Falecimento de Josefa Moreira Granja, 96 anos, viúva de José Moreira Simões Granja. Pe. Demétrio Lima.


1943. Falecimento de Josefa Moreira Granja com 96 anos.


02/06/1944: Jenipapeiro. Falecimento de Maria, três anos, filha de José de Souza Machado.
05/08/1944. Córrego dos Furtados. Óbito. Maria Furtado de Sousa, 22. Esposa de João Torquato de Sousa. Pe. Demétrio Lima.
1945: Vieira. Falecimento de Francisca de Souza, 78, filha de Alexandre Barbosa de Amorim.
26/02/1945: Gurguri, Falecimento de José, onze meses, filho de Domingos Dias de Sena.
06/03/1945. Córrego dos Furtados. Óbito. Maria, filha de Augustinho Furtado de Mendonça e de Francisca Furtado de Mendonça. Pe. Demétrio Lima.
02/08/1945: Riacho do Meio. Falecimento de Luiz Gonzaga Furtado, 56, filho de João Furtado de Mendonça e Quitéria Furtado.
25/09/1945: Falecimento de Tibúrcio Francisco de Moura, 79, casado com Ana de Moura, filha de Henrique Pereira de Azevedo (Praia da Lagoinha) da Guarda Nacional. O quarto filho de João Verônica.
15/12/1945: Falecimento de José de Castro Moura, 64, casado com Antônia Pereira de Castro.
07/11/1946: Falecimento de Maria Augustina, 35, esposa de Abel Furtado de Mendonça.
02/04/1947: Falecimento de Arquina Furtado, 65, esposa de João Furtado de Mendonça.
12/02/1948: Falecimento de Neomézia Moreira, 80, viúva de Manoel Teixeira da Costa.
22/04/1950: Falecimento de Galdino Lopes de Castro (Filho, Caboclinho Galdino), 67, casado com Eulina Pereira de Castro.
09/05/1950: Falecimento de Isabel Rodrigues da Silva, 22, casada com João Mulato da Silva. Filha de Raimundo Vinuto Barbosa e Verônica Rodrigues Barbosa.
20/12/1950: Falecimento de Emília Simões Ribeiro (Dona Mirosa), 71, esposa de Raimundo Nonato Ribeiro.


Dona Mirosa  e Raimundo Nonato Ribeiro. Album de família: Granja Ribeiro.


30/01/1951: Genipapeiro. Falecimento de João Martins Ribeiro, 100 anos, esposo de Ignacia Vitoniza de Souza.
19/02/1951: Córrego dos Furtado. Falecimento de João Furtado de Souza, 74, esposo de Argentina Furtado de Souza.07/03/1951: Flecheiras. Falecimento de Paulínia Vicente Castro, 39, casada com Vicente Lopes de Castro.

13/05/1951: Falecimento de Luiz Furtado de Mendonça, 73, esposo de Argentina Furtado de Souza.

24/11/1951: Córrego dos Furtados. Falecimento de Felismina Firmiano Furtado 87, esposa de Raimundo Furtado de Mendonça.
26/04/1952: Falecimento de Maria do Carmo, filha de Abel Furtado de Mendonça, esposo de Antonieta Oliveira, com seis meses.
24/07/1952: Falecimento de João Alves da Silva, 78, casado com Jorgina Teixeira da Silva.
24/07/1952: Campestre. Falecimento de Francisco de Castro Moura, 98, viúvo de Maria Freitas de Castro.
24/11/1952: Falecimento de Maria, comum mês de vida, filha de Francisco Furtado de Mendonça e Maria Furtado de Mendonça.
15/10/1953: Falecimento de Teresa, esposa de André Furtado de Mendonça. Doença ignorada. Sepultada no Cemitério de Trairi.
1954: Falecimento, por suicídio, de Francisco Furtado Junior, 66, esposo de Olívia Firmiana Furtado.
05/04/1954: Falecimento de Francisco, filho de José Furtado de Mendonça e Ana Maria Furtado.
09/04/1954: Falecimento de Miguel Furtado de Oliveira, filho de Abel Furtado de Mendonça e Antonieta de Oliveira.
1955: falecimento de Francisco, de quatro meses, filho de José Furtado de Mendonça e Ana Maria Furtado.
1955: falecimento de João Furtado de Mendonça, 93. (1862)
20/11/1956: Falecimento de Maria, filha de Abel Ferreira da Cunha e Antonieta Furtado.
20/01/1957: Falecimento de Maria Furtado de Mendonça, 60, filha de Raimundo Furtado de Mendonça.
11/04/1942: Mundaú. Falecimento de Maria Tereza de Jesus,75,  viúva de Canuto Carneiro Marizeira.
25/09/1945: Falecimento de Tibúrcio Francisco de Moura, 79, casado com Ana de Moura, filha de Henrique Pereira de Azevedo (Praia da Lagoinha) da Guarda Nacional. O quarto filho de João Verônica.
26/07/1948: Falecimento de Ana Batista do Nascimento, 70, viúva de Tibúrcio João Francisco de Moura.
22/04/1950: Falecimento de Galdino Lopes de Castro (Filho, Caboclinho Galdino), 67, casado com Eulina Pereira de Castro.
1973: Falecimento de Joventino de Souza Machado.
 

Cap. 18. Matérias da Imprensa

 

18.1. Unitário, 1 de julho de 1911.


Jornal mais lido de Fortaleza destaca o pedido de demissão de membros do partido dominante no Ceará contra o poder do major Liberato Barroso em Trairi e Paracuru, este, no caso, berço dos Meirelles e parcela considerável dos coronéis Barroso. Ambos pediram soldados para combaterem os crimes reinantes na região, mas Nogueira Accioly negou por falta, ou má vontade, de militares. O filho indicado por Liberato seria o homônimo do pai e avô, Antônio Barroso de Souza (Seutônio), que se tornou a maior autoridade de Paracuru, prefeito e deputado estadual:

Aguardou, nesta capital ,uma provisão de chefe do Partido Republicano Conservador, para o fim de conservar algumas vidas em Paracuru e em Trairi, um filho segundo de Liberato Barroso, visto como os senhores Meirelles e Pedro Barroso renunciaram as funções de alto cargo, aborrecidos de verem matar impunimente tanta gente por ali. Os dois chefes demissionários pediram soldados para a captura de criminosos, que está um formigueiro aquela terra, e o senhor Accioly lhes respondeu que não tinha soldados para andarem pelo mato à cata de matadores. Quem não possuísse cangaço também não podia ser chefe de partido. Lembrou que cada homem seu, do Cariri, arranjava um séquito, e que seria tolice sua mandar soldados para se meterem com a vida do senhor Quelé para lhe bifar um alferes. Voltando-se para o seu genro Raimundo, perguntou-lhe se queria ir para o Trairi e este lhe respondeu que mais serviço prestava aqui, arranjando as folhas, todas as semanas, pois que, sem estas, não se poderia engordar tanta lagarta. O senhor Accioly só hesitou em firmar a provisão pelo fato de o novo chefe contar apenas com 22 anos. Essa dificuldade, porém, foi sanada, exigindo-se que o respectivo juiz de órfãos conseguisse um suprimento de idade. Ao que nos dizem, o rapaz não é mau. Só se nota que, se os dois chefes de barbas brancas não se aguentaram com o desembestamento  dos republicanos conservadores daquelas paragens, mal poderia haver  relação deles com um rapazito a quem agora começa a apontar o buço. Enfim, como se trata de casa alheia, a nossa boca será um botão.




O Povo, 1932



18.2. O Povo, 12 de março de 1932.

Em Caucaia, Padre Romualdo revela o caso de uma carta na qual um antigo marujo francês o convida para dividir um caixão com ouro que enterrou numa praia de Trairi, após naufrágio de veleiro, no tempo em que o religioso era pároco de Trairi. Um Tesouro Perdido nas Praias de Trairi Então pároco de Caucaia, Padre José Romualdo recebeu uma carta com estranha proposta de um ex-marujo francês. 

Em épocas que vão de longe, os tesouros abandonados por terríveis corsários, em praias desconhecidas, serviram de temas a interessantes contos ou romances que sempre prenderam a atenção de numerosos leitores. Essas lendas corriam o mundo e eram apreciadas como produtos da fertilíssima imaginação de notáveis escritores. Nunca, porem, se pode admitir que tais lendas chegassem a ter como cenário o Ceará.

Há poucos dias, no entanto, em palestra com ilustre causídico, ouvimos interessados a narrativa da existência de um tesouro que teria sido escondido em uma das praias do litoral cearense por piratas franceses. A começo, não quisemos dar crédito ao que nos dizia o advogado, que já ouvira histórias de tesouros,  mas o nosso informante, demonstrando a veracidade do fato, afirmou que o Reverendíssimo Padre José Romualdo de Sousa, estimado vigário da Freguesia de Soure e sacerdote muito conhecido nesta capital, estava inteiramente a par do assunto, visto como recebera a revelação do local onde se deve encontrar um tesouro abandonado. O informe era precioso.

Resolvemos por isso viajar até Soure, no domingo ultimo, aproveitando como meio de transporte um auto ônibus que fazem a linha entre esta capital e aquela vila. Viagem rápida, com velocidade excessiva, dentro de menos de vinte minutos estávamos na pitoresca localidade. Procuramos imediatamente o Reverentíssimo padre José Romualdo de Sousa, indo encontra-lo em sua residência em frente à Matriz. Velhos amigos do distinto clérigo, estávamos, contudo, em dificuldade de abordá-lo sobre o assunto que nos levara até ali, pois poderia ser simples invencionismo. Mas jeitosamente iniciamos a palestra sobre outros assuntos para li, afinal, encontrarmos, com a maior naturalidade, no caso do tesouro.

O Padre Romualdo não se fez de rogado, porém se mostrou admirado por termos tido conhecimento do fato, aliás verdadeiro, mas que narrara apenas para poucas pessoas do seu conhecimento . Insistimos para que o vigário nos descrevesse o caso. O abnegado sacerdote disse-nos então que há tempos recebera uma carta da França, subscrita por um cidadão francês residente em Toulon, de cujo nome não se recorda, não nos podendo, por outro lado, fornecer no momento a missiva, por não saber onde se encontrava a mesma. 

Afirmou-nos, porem, que o autor da carta declarara eu, na sua mocidade, há muitos anos, fora marinheiro e fizera longas viagens, tendo algumas vezes percorrido, em frágeis embarcações, os mares do Brasil. De uma feita, quando navegava num veleiro carregando ouro em barras acondicionadas em grandes caixões, aconteceu que a embarcação foi apanhada por terrível tempestade nas proximidades do litoral do Ceará. Todos os esforços empregados pela tripulação para salvar o veleiro foram inúteis e atirado o mesmo o mesmo contra uns arrecifes veio a naufragar.

Na luta para salvar a vida, os membros da tripulação esqueceram o tesouro que se encontrava a bordo. O autor da carta, ajudado por alguns companheiros, retirou de bordo um dos grandes caixões de ouro e o conduziu para a praia, em direção a uma enorme pedra, e, contando com certo número de pessoas, abriu um profundo buraco onde depositou o tesouro. Depois de varias indagações, soube o marinheiro que a praia onde se encontrava era a de Trairi, no Estado do Ceará, precisamente no lugar denominado Bodes. Uma praia sem qualquer vestígio de habitação.

O francês declarava ainda, na citada carta, que mesmo em consequência dos constantes movimentos de dunas, o local onde enterrara o caixão contendo barras de ouro estivesse coberto pelo morro, seria fácil determina-lo, tais foram as anotações que tomara para não esquecê-lo. Dias depois de haver recebido a carta, o Reverendíssimo Padre José Romualdo de Sousa transportou-se à Praia de Bodes, que dista cerca de quatro léguas de Trairi e, uma vez ali, de acordo com as indicações do missivista, encontrou diversos arrecifes, dos quais um se destacava pela sua grande dimensão.

O local era positivamente o mesmo descrito admiravelmente pelo ex-marinheiro francês. Lá adiante, no mar, ainda de viam o resto da embarcação naufragada, e pessoas que há muitos anos residem em Trairi narram a história do mencionado desastre marítimo, sendo voz corrente que o veleiro continha grande carregamento de ouro.

O marinheiro que escreveu ao Padre Romualdo perguntou-lhe ainda se podia contar com o seu auxílio para, viajando até aqui, proceder o desenterramento do caixão de ouro, o que até então não tinha podido realizar. Prometia, também, ao padre a metade do tesouro porquanto a outra metade com que ficaria ainda representava uma fortuna vultosa.

O padre de Soure respondeu a essa carta declarando ao ex-marinheiro francês que deixava de prestar-lhe qualquer auxilio para recuperar o imenso valor há anos na Praia dos Bodes em Trairi por não julgar lícito o seu procedimento em haver, na ocasião do naufrágio, subtraído aquela fortuna da embarcação em que servia. Foi esse fato que nos narrou com admirável simplicidade aquele sacerdote e que transmitimos fielmente aos nossos leitores. 


18.3. Em janeiro de 1941, casal de Curralinho, no Mundaú, dirigiu-se à sede do jornal Gazeta de Notícias, denunciando o abandono policial do distrito e graves denúncias contra o delegado local, com pedido de investigação ao Secretário de Polícia do Estado sobre invasão ao seu cercado:

Distrito de Mundaú, no município de São Gonçalo, em completo abandono. Na redação da Gazeta, as vítimas de uma selvageria inqualificável – com vistas ao Capitão Cordeiro Neto. Estiveram ontem nesta redação Ana Maria de Sousa e Joaquim Rosa de Oliveira, proprietários domiciliados no lugar Curralinho, no distrito de Mundaú.

Contaram-nos os pobres sertanejos os martírios que vêm passando, vítimas que estão sendo de um ex chefe de Trairi, Joaquim Barroso Moreira, hoje transformado em verdadeiro assecla a soldo de interesses, inconfessáveis. Narraram que em 1877 Manoel Simão de Sousa, pai de Ana Maria de Sousa, comprou de Raimundo Ferreira da Cunha (genitor do Padre Rodolfo Ferreira da Cunha), 68 braças de terras, com uma casa de taipa no referido lugar Curralinho. 

Ali construiu cercado, fez plantio de coqueiros e de árvores frutíferas de diversas espécies. E viveu ali até 1935 quando faleceu na avançada idade de 96 anos, deixando duas filhas: Ana Maria de Sousa e Florência de Sousa Coelho, casada com Manoel Coelho do Nascimento. Antes de falecer, o velho vendeu ao sogro a metade da dita terra. 

Até o ano de 1940, os donos das terras viveram em paz, em perfeita harmonia com os demais condôminos de Curralinho, que possui mais de uma légua de terra. Acontece que, em dias de novembro do ano findo (1940), o indivíduo Damião Furtunato, de ordem de Joaquim Barroso Moreira, sem possuir posse de terra, entendeu edificar casa de taipa ao nascente do cercado que existia a mais de sessenta anos. Ana Maria, inconformada com a ofensiva ao seu direito, derrubou a casa que estava sendo construída.

E daí começou o seu sofrimento de maneira bárbara. O moço de Trairi zangou-se. Ordenou que o delgado de Mundaú a arrastasse à polícia. E porque a autoridade do distrito haja compreendido que a razão estava do lado da pobre mulher, deu o caso como liquidado. Mas o sr. Quincas Barroso (hoje do Tigre), não estava por isto. Queria satisfazer seus velhos intentos de mandorismo, e, no último dia de 1940, acompanhado de vários capangas, saiu de sua casa em Passagem do Tigre, a dez léguas de distância, numa demonstração de selvagem de um poderio que não pode ostentar na época atual, e ateou fogo no cercado de Manoel Simão. Pedimos ao ilustre capitão Cordeiro Neto tome as necessárias providências. Temos certeza de que a queixa dos pobres camponeses será devidamente considerada. Isso porque o secretário de polícia jamais transigiu com arbitrários.


18.4. Unitário, 6 de julho de 1957.

Correspondente Denilson Teixeira é mais uma voz pela emancipação do distrito de Mundaú. No ano do seu centenário, apela para os deputados estaduais, citando o caráter econômico e a sua importância histórica. A salina de Casemiro Montenegro & Filhos desponta  no primeiro cenário junto ao histórico centro pesqueiro. Também cita Padre Paixão como filho da terra, ao mesmo tempo em que cobra estrada digna para a sede de Trairi.




18.5. Jornal Correio do Ceará, 17 de novembro de 1965. Matéria do jornalista Helder Feitosa, com fotos de Vieira Queiroz, destaca as belezas e riquezas naturais de Trairi.

Trairi Rico. Existe no Ceará uma pequena cidade praiana digna de ser vista pelos mais exigentes turistas internacionais. Trairi foi beneficiada pela providência com um privilégio todo especial. Se o sertão agreste é vítima da calamidade da seca, aquela pequena comuna tem a proteção valiosa da natureza, constituindo-se num recanto altamente pitoresco e possuidor de um solo fertíssimo.

A paisagem encantadora que circunda o município trata-se de um espetáculo belo ainda não decantado pelos turistas porque é totalmente desconhecido pelos cearenses. Mas a fecunda terra não está recebendo o tratamento devido do homem, que a mantém inexplorada e relegada em incrível abandono. Trairi poderia ser não somente um polo de atração turística como também poderosa fonte de renda ao Estado. 

Os frutos que dela seriam colhidos, se bem cultivados, abasteceriam até mesmo Fortaleza. Acontece, entretanto, a cidade contemplada serve apenas para os moradores como “quadro belo e poético” necessário ao encantamento dos olhos. Ela é vista unicamente por esse lado. Ninguém ainda lembrou-se ou teve a iniciativa de vê-la pela face técnica.  Por outro lado, apesar dos pesares, e para que se tenha uma ideia das perspectivas das enormes vantagens do torrão trairiense, basta citar que se arranca dali uma média de 850 mil cocos anualmente como prova indiscutível do privilégio do solo daquela terra.

Se o Egito é um dom do Nilo, é porque souberam aproveitar a valiosa oferta do milagroso rio. Se o mesmo ocorresse com o trairiense ou com o cearense de modo geral, usando o privilégio da terra fértil proporcionada pela natureza, a pequena cidade do Trairi seria hoje um dos mais prósperos municípios do Estado, bem como um verdadeiro ponto turístico

 




 

18.6. Jornal O Povo, 12 de maio de 1966.
José Liberato Barroso (Xara)
 
Nasceu em Trairi em 20 de agosto de 1915. Filho do major da Guarda Nacional José Liberato Barroso, que o enviou ao Rio de Janeiro com 12 anos, onde estudou no Instituto Lafayette e em seguida entrou na Marinha. Com 25 anos, seu irmão Plácido o convenceu a abandonar a farda e retornar ao Ceará para lhe ajudar nos negócios. No caso na Agência Zenith, da Barroso & Irmão, residindo na casa de sua mãe, Raimunda Batista (do terceiro casamento do cônjuge, com quem teve onze filhos) na rua Bárbara de Alencar, 213, em Fortaleza, e trabalhando nas horas vagas de motorista num Ford 1941 financiado pelo irmão. Casou-se, em 1942, com Maria da Paz Rocha, que em seguida foi aprovada em concurso e o ajudou a fundar o Posto 9, aluguel de cinco automóveis Oldsmobile, associando-se em seguida ao Posto Manzine. Pensou alto, adentrando ao ramo imobiliário, do qual não entendia, passando a empresário endividado. Não desistiu e ousou mais: adquiriu financiamento e comprou ônibus, ganhando concessão para explorar a linha de Itapipoca e depois de Uruburetama. Chegou ao sistema de Fortaleza e conseguiu explorar as linhas Quitandinha e Parque Americano, na Vila Monteiro, região do Joaquim Távora da Rua Padre Valdivino próxima ao Colégio D. Bosco da Piedade. Montou fazenda e negociou no Rio de Janeiro, onde comprou mais veículos. E assim a representar o Simca do Brasil no Ceará, subsidiária da fábrica de automóveis franceses.
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18.7. Jornal O Povo, 22 de agosto de 1979.
 
Lagamar do Livramento: Dona Maria Monteiro da Costa, 52 anos, viajou para Fortaleza a fim de registrar a presença diária, à noite, de OVNI, luminosos, que se deslocam rapidamente em várias direções, chegando a planar no céu. Contou os fatos na Base Aérea e na redação do jornal. Segundo o astrônomo Cláudio Pamplona, os horários das aparições, entre 18:30 e 20:30h coincidem com os das formações dos satélites artificiais, mas que estes não emitem sinais luminosos.




 

18.8. Brinquedos da Memória. Livro de Celeste Cordeiro. FDR, 1996.

Volitz Rola de Souza. 

Mamãe tinha mais cuidado com as filhas; papai com os homens. A gente tomava banho no rio, era uma maravilha, mas ninguém ia só. Quando mamãe ia para Fortaleza, deixava uma senhora tomando conta da gente. Mamãe mandava a gente  ir lavar a cabeça no rio porque a água era boa. Iam só as mulheres. A água era fria. A gente ia como Deus fez, não tinha esse negócio de maiôzinho não...Toda a  tardezinha mamãe mandava a gente se arrumar, todos andavam arrumadinhos. Lá em casa tinha a semana de cada uma. A gente ajudava a lavar louça, engomar, lavar filtro...Isso era só para mulher, os homens aprendiam outras coisas. Para eu fazer a minha Primeira Comunhão, foi assim: eu tinha saído e, quando cheguei, me disseram: "Olha, a Mariinha vai comungar amanhã". Aí eu fui também sem me preparar para nada. Na festa da Padroeira, Nossa Senhora do Livramento, em janeiro, eu fui ser o anjo, acharam que eu tinha cara de anjo. Nós brincávamos como toda criança. Eu gostava muito de roda. Outra brincadeira era com banquinhos furados., que nós brincávamos em noite de luar: nós colocávamos a areia no fundo do banco e saía o desenho, era uma beleza! Brincávamos também de esconde-esconde. Eu era muito danada, corria muito; tinha o rio e a gente tirava uma tarde para correr lá quando ele secava, eu sempre passava na frente de todos. Uma vez eu ganhei uma calunga, que era uma boneca de louça. Bonecas de pano eu tinha muitas. A gente brincava também com boneca de milho e com cacos de vidro. Os grandes eram os pais  e os pequenos  as crianças. A gente se apegava com tudo que parecesse brinquedo. Osso também. Tinha uma parte do osso parecia um bonequinho, a gente pegava e brincava.


 Volitz Rola de Souza nasceu em Fortaleza em 23 de março de 1899, mas logo após o seu nascimento seguiu para Trairi, onde morava sua família, e ali passou parte da sua infância. Filha de Antero de Oliveira Rola e de Maria Pereira da Cunha Rola, estudou até o 5° Ano. Casou-se e teve dois filhos. Hoje é viúva e mora sozinha. 

Obs: O livro citado foi publicado pela Fundação Demócrito Rocha em 1996.


                                                        Volitz Rola

18.9. Jornal O Povo, 24 de agosto de 1981.


Em agosto de 1981, o governador Virgílio Távora e a primeira dama Luiza Távora visitaram Mundaú para inaugurações e presenciarem obras sociais. Na ocasião, o casal de professores José Ribeiro Damasceno (UFC) e Coema Escórcio Athayde Damasceno (UECE), tão logo o coral de estudantes saudou as autoridades, mostraram o Centro Comunitário Dona Nazita, idealizado em 1976 e em processo de aperfeiçoamento, e a Escola Zefinha Ribeiro Barroso, inaugurada em 1977, trabalho social que em 1980 deu o origem à Fundação Sócio Educacional Francisco Damasceno. Surgiria o Teatro Amador Mundauense (Tamund), o Clube das Mães em convênio coma LBA. O governador e a primeira dama do Ceará, entretanto, procurou conferir o projeto Ano da Guarda, voltados aos favelados, pessoas humildes desabrigadas, que sempre predominaram naquele distrito. Ao mesmo tempo, lideranças do município reivindicaram enrgias elétrica e estradas para as comunidades, como o Professor João Batista Santiago, por Canaan. Virgílio Távora prometeu para breve  Rodovia São Miguel, melhoras no ambulatório e serviço telefônico. 





 18.10. Diário do Nordeste, 1 de junho de 1993. Turismo em Mundaú.

 
 
 


Bibliografia:


Almanaque do Ceará
Arquidiocese de Fortaleza
História da Minha Terra - Salles, Maria Pia de. Gráfica LCR, Fortaleza, 1999.
 

 

Fotos



Lendário Barracão. Numa ponta o jovem Luquinhas, e na outra Zé Granjinha.



O Nordeste, 1925. Artigo de Pedro Carneiro de M. Sobrinho
destaca a chegada e as qualidades positivas
do padre Henrique Willebrod.



Eliseu Eli Barbosa e Maria Núbia Uchoa Barbosa




Eliseu Eli Barbosa




Lagoa do Criancó - Foto Antônio Joaquim


 

 

Rio Trairi. Gizélia Almeida, Helena Viana (irmã de Padre Alberto), Nenem Sales, Nilma Almeida
e uma sobrinha do padre.



1941. Falecimento de Padre Antônio Tomaz, ex pároco de Trairi

 

                                                                     

 

1933. Em Fortaleza, missa pela alma de José Rola, comerciante trairiense

 

1928. Pe. Rodolfo tem orelha cortada durante
atentado. Jornal O Nordeste



Eliane Barbosa ao lado da atriz Florinda Bulcão em Trairi





1966. Na ponte, Wilson de Araújo e as cunhadas Nilma e Gizélia Almeida







Anos 1980. Grupo de estudantes



1973. Mário Ribeiro. Jornal O Povo



Dona Maria Veras, filha Matilde e o prefeito Manoel Barroso









1968. Lagoa das Almécegas arromba. O Povo



Mundaú, 1975. Mãe Sinhá com 106 anos . Tribuna do Ceará



1974. Seleção de Trairi, a "Peñarol". Inesquecível.




Mundaú. Terceira geração da Família Soares Almeida.



1989. Ambulância do Hospital José Granja Ribeiro.
Foto: Diário do Nordeste.


1966. Gysélia Almeida e Maria José Teixeira no Alto.



1933. Gazeta de Notícias. 
José Silva defende cooperativa




1933. Filho de Leonardo Mota destaca
Álvaro Martins



1986. Passeata denuncia a chacina de Jandaíra. Jornal O Povo




1957. Fátima, filha de Nilo Paixão e Maria Pia.