"Notas de Viagem (Parte do Norte)" - Typographia Economica - 1889 - Antônio Bezerra de Menezes
Dr. Antônio Bezerra |
Antônio Bezerra de Menezes. Nascido em Quixeramobim, de origem caririense, bisneto de militares, do lado paterno participante da Confederação do Equador, sendo pelo lado materno da família Albuquerque, de Pernambuco. Estudioso em ciências naturais, médico, político, foi poeta e historiador, figura destacada da causa abolicionista no Ceará, e como membro da Sociedade Cearense Libertadora um dos fundadores do jornal Libertador, ao lado de Teles Marrocos e de Antônio Martins, filho de Trairi.
Em 1889, com a ajuda do presidente da Província do Ceará, Caio Prado, publicou suas anotações sobre a sua jornada pelos sertões cearenses entre 1884-85. Sua passagem por Trairi, vindo do Acaraú e Almofala, durante os primeiros meses de 1885, numa escrita digna de poeta, em primeira pessoa, destacamos aqui. Ao final, para maiores esclarecimentos, temos notas a respeito dos relatos:
Mundahú (Mundaú)
Assentado próximo à praia, cerca de 2 km da margem direita
do rio, este povoado se esconde em meio a coqueiros. Consta de uma extensa
irregularmente edificada, que se prolonga de leste a oeste, aqui mais larga,
ali mais estreita, e de outras em começo atravessando esta com direção ao mar.
Os prédios, à exceção
de um ou outro melhor, são de taipa ou de pobre aparência. No fim da rua
grande, próximo dos morros que ameaçam em futuro não muito remoto aterrar a
população, vê-se uma capelinha dedicada a São João. A pobreza desse templo
denuncia o estado de fortuna dos habitantes, em sua maioria pescadores.
A cadeia pública
sobressai entre os demais edifícios do lugar. É pequena, mas bem construída.
Fica no meio do povoado, ao lado setentrional da rua principal.
Tem uma escola para
meninos e nota-se que é regularmente frequentada.
Os coqueiros
erguem-se por toda parte, na praia, nos morros, nos quintais, pelo meio das
ruas, de sorte que o transeunte é ameaçado a cada passo de ser derrubado por um
dos seus frutos.
Mundaú. Segundo o autor, havia tantos coqueiros que temia-se ser derrubado por um fruto. Foto Natasha Mazzacaro |
Em sequencia de seu
magnífico ancoradouro, que é procurado pelos vapores das companhias do Maranhão
e de Pernambuco e outros barcos menores, para o fim de carregarem os algodões da Imperatriz e de pontos
adjacentes, e darem descargas das mercadorias importadas para o comércio dessas
localidades, o Mundahú apresenta por vezes uma certa animação. Os direitos
sobre exportação sobre as mercadorias que entram e saem por esse porto são
cobrados por um agente, que, no último ano, arrecadou quantia superior a três
contos de reis. Entretanto, apesar dos recursos que lhe vem da pequena lavoura,
acredito que tão cedo não passará de arraial de pescadores.
Dando por terminada a
minha comissão por essa localidade, agradeci aos amigos Manoel Joaquim
Carneiro, Antônio de Freitas Guimarães, Bernardo Soares de Almeida e Antônio
dos Santos Mello, os obséquios com que me haviam mimoseado e pus-me de partida
para Trahiry na manhã do dia 17.
Trahiry (Trairi)
Depois de galgarmos
elevados morros que se erguem ameaçadores à leste, viemos sair na costa, por
onde continuamos a viagem até cerca de 12 km sempre em rumo leste, e dali
pendendo para o sul por sobre os morros sobrepostos uns aos outros, descemos ao
vale ao cabo de 3 horas de marcha enfadonha.
A mata pouco difere da dos lugares vizinhos, notando-se, no
entanto, que a estrada era matizada de um e outro lado pelas flores da
verbenácea manacá (duranta bicolor), que em consequência das primeiras chuvas
esplendiam suas cores branca e roxa purpurina, embalsamando o ar com suavidade
de seu perfume. De vez em quando deixávamos ver à direita ou à esquerda uma agradável vivenda,
que anunciava sítios de recreio ou de plantações fruteiras.
Veio ao meu encontro
o sr. Raymundo Xavier de Sousa, apreciável cavalheiro, com quem eu havia
entretido relações no Mundahú, e que se encarregara de arranjar-me casa na
vila. Logo que constou a minha chegada, recebi o cartão do coronel Antônio
Barroso de Souza, que me cumprimentava e fazia empenho para me hospedar em sua
casa durante os dias que por aqui me demorasse. Agradeci-lhe cordialmente; já
estava a meu cômodo.
À tarde, saí a passeio para o fim de conhecer a vila e os
subúrbios. Notei que o terreno do lado do sul, desde o lagamar que a circunda a
pouca distância, e entra pela nascente, até quase o poente, vai-se elevando
pouco e pouco para o norte. Esta depressão, por onde se intromete o mar,
apresenta nas marés altas vista agradável pela porção d’água, e não menos pela
presença do coqueiral dos sítios do lado oposto dessa espécie de golfo. Por
ocasião da retirada das águas, apanha-se no solo, grande quantidade de sal sem
que se precise de empregar, como em outros lugares, o processo dos poços.
A vila contém 161
casas, sendo 134 de telha e 27 de palha distribuídas em diversas ruas em
começo, das quais a principal e mais extensa corre de sul ao norte. As ruas são
tortuosas e irregularmente traçadas. Ao poente, banhando os quintais das casas
e formando magníficos sítios, pela variedade de fruteiras, passa o ribeiro
Trahiry na mesma direção da rua principal. Numa pracinha ao sul fica a igreja
matriz, templo pequeno erigido a Nossa Senhora do Livramento, que se conserva
com o devido asseio. Está situado na légua de terra doada por Maria de Jesus e
José.
Para o lado norte, encontra-se
o prédio que serve de cadeia e quartel, o qual precisa ainda de serviços para a
sua conclusão. É talvez o melhor da vila.
Notas de Viagem |
Além do ribeiro, rumo
de poente, está construído o barracão de peixe muito abundante nesse ramo de
negócio, em consequência da aproximação da costa que fornece de instante e
instante o alimento preciso da maior parte da população. Uma buzina de contínuo
anuncia a chegada de novo carregamento mais fresco, mais apetitoso. Além do que
se consome diariamente, exporta o Trahiry porção de peixe para o mercado da
capital.
Como o Acarahú,
dispõe também de terrenos apropriados ao plantio de cereais e algodão, e todos
os anos saem do seu município para mais
de cinco mil fardos da valiosa malvacea. A cerca da origem dessa localidade,
sabe-se que foi seu primeiro o povoador
Desidério da Costa Araújo de Mattos, ignorando-se a época em que por
aqui veio morar.
Há na vila duas escolas, uma para o sexo masculino e outra
para o feminino. Em Mundahú para o sexo masculino, e Paracuru um para meninos e
outra para meninas.
Cria-se no município
porção de gado, e o dízimo produziu no último ano a quantia de 1:728$000 reis.
O dízimo do
pescado importou em 1:521$000 reis.
A população é
calculada em 8 mil almas.
Aos cofres do tesouro provincial fez recolher a coletoria a
quantia de 8:466$330 reis, apenas 636$927 reis menos que a estação do Acarahú,
que dispõe de muito mais recursos, não se podendo concluir desse confronto senão que as rendas da província aqui mais
zelosamente arrecadadas.
A vila, hoje cidade, e o rio, que resiste às secas. (Acervo Marcelo Barbosa) |
Na distância de 18 km à leste da vila acha-se a grade lagoa das Almécegas, formada naturalmente pelas areias dos morros que fecharam-lhe o sangradouro. Até 1860, os moradores da circunvizinhança abriam a barra para o escoamento das águas, mas afinal tiveram que ceder ante a teimosia dos ventos que lhes neutralizavam o trabalho e daí a inundação estendeu seu domínio por largos espaços de terreno, destruindo as habitações das margens e atraindo outras, onde hoje termina a sua circunscrição.
Há por ali sítios
famosos. Nos anos da última seca, serviu o lugar de refúgio de milhares
emigrantes que desciam o sertão acossados pela fome, e em consequência a
fertilidade e abundância de peixe escaparam a calamidade. Pessoa fidedigna
afirmou que viu apanhar-se traíra de tamanho extraordinário, algumas das quais
mediam pouco menos de um metro.
Ilustre figura do Estado do Ceará |
Se o governo não botasse tanta má vontade a tudo o que pertence a esta província, poderia aproveitando as disposições naturais do local e com pequeno dispêndio. Dotar-nos com um magnífico reservatório que tem prestado e há de prestar grande auxílio a uma parte da população. Apesar do abandono em que permanecemos, a natureza se compadece de nós, e com pequenos recursos que nos fornece em tempos regulares erguemo-nos sempre, tirando da adversidade incontestável vantagem sobre outras províncias, que se ufanam de ricas e de privilegiadas. Abençoado desprezo esse que dá motivo para alevantarmo-nos contando somente com o próprio esforço!
Este município foi
criado com os limites da freguesia de Parasinho pela Lei 1068, de 12 de
novembro de 1863, suprimida pela de 12 de novembro de novembro de 1864,
restaurado pela Lei 1235, de 27 de novembro de 1868, tendo por sede Paracuru. A
sede do município e freguesia ainda foi transferida para Trahiry com a
denominação de Nossa senhora do Livramento pela Lei 1604, de 14 de agosto de
1874, passando a ter a primeira denominação de Trahiry pela Lei 1669, de 19 de
agosto de 1875. Desanexado da comarca da capital, passou a pertencer a da
Imperatriz pela Lei 1408, de 9 de agosto
de 1875. Seus limites têm sido alterados do modo seguinte: com Pentecoste, Lei
1283 de 29 de setembro de 1869, combinada com a Lei 1542, de 23 de agosto de
1873: com são Francisco, Lei 1641, de 19 de setembro de 1874, alterada pela Lei
2041, de 5 de novembro de 1883.
O distrito de
Mundahú, que a Lei 1771, de 19 de novembro de 1878 anexou à Imperatriz,passou ultimamente
a pertencer ao Trahiry pela Lei 2045, de 9 de novembro de 1883.
Como freguesia, foi
criada pela Lei 1020, de 14 de novembro de 1862, cuja sede era a igreja de
Nossa senhora dos Remédios do Parasinho,a qual foi transferida para o Trahiry
pela Lei 1604 de 14 de agosto de 1874. A Lei que criou a freguesia marcou os
limites atualmente regulado com a freguesia de Soure, Lei 1361 de 15 de
novembro de 1870,com a do Pentecoste, Lei 1283, de 19 de setembro de 1869; de
são Francisco, Lei 1641, de 19 de setembro de 1874; a de Imperatriz, Lei 1020,
de 14 de novembro de 1862.
Tem quatro distrito
de paz: o do Trahiry, restaurado pela Lei 253, de 19 de novembro de 1842; o do
Parasinho, criado pela Lei 1027, de 21 de dezembro de 1862; o de siupé,
restaurado pela Lei 1836 de 17 de setembro de 1879, e o do Mundahú, criado pela
Lei 831, de 22 de setembro de 1857, que
lhe traçou os limites: pela Lei 1771, de 17 de novembro de 1878 foi desmembrado
do termo do Trahiry e anexado a Soure pela Lei 2045, de 5 de novembro de 1883.
O Trahiry tem também o
seu solo ensanguentado pela brutalidade dos sicários. Foi durante muito tempo
covil de assassinos e desertores, que aqui encontravam proteção e amparo. Felizmente
mudou-se a face das coisas, e hoje o município acompanha aos outros no
desenvolvimento material na proporção das suas forças.
Conflitos e Barbaridades
Entre muitos fatos,
alguns para dar uma cópia da fereza dos antigos habitantes. Pelo ano de 1840,
Antônio Thomé travou razões com Francisco Castro Aranha, seu irmão. Intrigou-se
com ele e jurou matá-lo. Numa tarde, diversos indivíduos, a mando de Thomé,
apresentam-se no lugar Sant’Ana, onde habitava o irmão e o intimidaram que
saísse para morrer. Castro resiste o quanto é possível, fazendo esforço para
segurar bem as portas. Mas os assassinos deitam fogo na casa e nas chamas
acabam todos que se achavam dentro: o próprio Castro, sua senhora e seu filho
de nome Sancho, afilhado de Antônio Thomé.
O português José
Ferreira Pinto de Carvalho, habitava coma sua família a fazenda Barreiras, a 30
Km da vila. Em consequência de roubos praticados em bens de sua propriedade,
por Pedro Felix de Moura e Carlos Rodrigues da Costa, Ferreira levou-os aos
tribunais. Dali por diante, tornaram-se aqueles criminosos seus inimigos
figadais e não cessaram de ameaçá-lo de morte, até que na noite de 20 de agosto
de 1872, pelas 7 horas, Pedro Felix, auxiliado por três sicários, assaltaram a
casa de Ferreira e o assassinaram, bem como a sua senhora, um filho, um neto e
o vaqueiro Antunes Paz, que ali compareceu na ocasião. Este lutou como um herói
e só caiu aos golpes por achar-se calçados com peneiras e gibão. Mesmo assim
feriu gravemente um dos assassinos. Os matadores foram presos e condenados à
galé, sendo Pedro remetido para o presídio de Fernando de Noronha, onde se supõe exista nos tempos atuais.
Liberato Barroso,
filho de pai ilustre pela estima pública, revelou desde a infância má índole, a
despeito dos esforços empregados para corrigi-lo. Por ferimentos graves na
pessoa de um companheiro de viagem ao Arraial, foi levado a júri e absolvido. O
prestígio do seu pai fazia pender sempre a sorte a seu favor.
Um ano depois de
casado, achando-se sua esposa, D. Paulina de Pontes Franco em casa do pai na
fazenda Alto Alegre, ali se apresentou Liberato, trazendo no semblante a mais
afável expressão de contentamento. Seu sogro, que o conhecia vantajosamente e se arreceiava do
seu caráter refalsado, à sua chegada dá ordens aos fâmulos que não se ausentem
e emprega-os em serviços ao derredor da casa. Liberato pouco se demora,
despedindo-se de todos promete voltar dentro de poucos dias. Uma tarde, D.
Paulina, em conversa com as irmãs, diz-lhes que não sabe o que está para
suceder-lhe, pois que lhe pressagiava o coração uma grande desgraça. Mal
terminava a palavra, ouve-se o ruído das patas de um cavalo: era Liberato que
acabara de chegar. Ela o recebe com carícia, e depois de conversarem alguns
minutos ele lhe pergunta se está disposta a acompanhá-lo. Obtida a resposta
afirmativa, pede-lhe em seguida um pouco de água. Dona Paulina dirige-se ao
ângulo da sala e enquanto introduz a caneca na talha, Liberato dá-lhe três
punhaladas pelas costas e se retira, limpando o ferro homicida na sola do
sapato. A mãe da vítima, que entra na ocasião, exproba o procedimento bárbaro
do genro, chamando-o de malvado e é intimada para calar-se sob pena de
caber-lhe igual sorte. Afluindo à sala diversas pessoas da família, deixa o
marido assassino o lugar do crime com a indiferença de Antônio Gasparoni. Preso
afinal e submetido a julgamento foi absolvido unanimemente, sentença esta que
ainda hoje cobre de rediento o júri desta localidade.
A par destes feitos
tão tristemente célebres, que a maioria da gente honesta deplora e estigmatiza,
há muito de que ufanar-se a nascente vila do Trahiry.
Antônio Dias Martins Jr.
No movimento abolicionista,
por exemplo, que há de trazer a melhor porção de glória para esta província,
cabe boa parte a um de seus filhos, que na cruzada civilizadora, apresentou-se
cavaleiro armado de tanto patriotismo e abnegação, quanta tenacidade e denodo. Quero falar de Antônio Martins, o moço
sertanejo, que teve alma bastante para, cerrando os ouvidos para os reclamos da
conveniência negreira, verberar em estrofes incandescentes o crime dos retardatários, e avançar entre os
primeiros o estandarte branco da igualação dos direitos dos homens nas ameias
do escravagismo, ávido de ver surgir da elaboração desse esforço titânico da
mocidade generosa do começo de uma nova pátria digna dos brasileiros.
De obscuro empregado
do comércio aldeão fez-se tribuno, jornalista e poeta , e secundado do prestígio
de seu belo talento colocou-se à frente do movimento reacionário que devia, por
enérgica transformar em Terra da Luz a região caluniada pelo ódio dos vencidos.
Foi dos dez cognominados libertadeiros que juravam vencer ou cair na luta
travada contra inveterados preconceitos, e antes que o desânimo o abatesse em
das dificuldades das forças contrárias, viu coroados seus esforços e
sacrifícios com mais grata das compensações: a paz na consciência de haver
cumprido o seu dever. E todo o plano de progresso, cuja realização possa fazer
algum bem para a terra natal, ei-lo pressuroso ao serviço de boa causa, como
patriota que é, já concorrendo com o fulgor da sua pena, já com a franqueza de
sua bolça.
Antônio Martins: o
intransigente soldado das ideias novas, tem demais um coração magnânimo que o
torna ainda simpático por atos de generosidade, e apesar da modéstia em que se
esconde, faz parte da plêiade valente que se ilustra nas letras e não escolhe
meios para desbravar os tropeços que se antepõem à marcha triunfante dos
pioneiros do futuro.
Quando a pátria reconhecida
tiver de refletir aos posteros os feitos mais gloriosos dos seus filhos pela
estabilidade de sua legítima grandeza, seu nome avultará entre os mais queridos
e mais respeitáveis. Há muito tempo que me habituei a prezá-lo como benemérito
e como herói.
Assim comentou Leon Dennis, célebre discípulo de Alan Kardec,
sobre amorte de Bezerra de Menezes, em
11 de abril de 1900:
"Quando tais homens deixam de existir, enluta-se não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo".
Notas do Blog:
O autor não cita Dona
Maria Furtado como doadora das terras de Nossa Senhora do Livramento e sim o seu nome adotivo, “Maria
de Jesus e José”, beata.
Almécegas: lagoa
natural, sempre existiu. Como se lê, a movimentação das dunas causa vazantes e
inundações.
A população de “8 mil
almas” (1885) chegou a 9 mil em 1875, quando, cinco anos antes, muitos fugiram dos grandes centros do interior, como Quixeramobim e Sobral, para evitar convocação para a Guerra do Paraguai. Milhares de trairienses e de “forasteiros”, que em suas terras buscavam comida diante da fome no sertão, morreram em decorrência
de secas e pestes entre 1877-79. Foi fundado um cemitério, com mão de obra
retirante, em 1877, no hoje bairro do Pici. No Dicionnario Geographico do Ceará
1908, o autor, Álvaro de Alencar, cita 4937 habitantes no censo de 1890. Apenas
na década de 1930 voltou a superar 9 mil habitantes.
A Enciclopédia dos
Municípios Brasileiros, de Jurandyr Pires Ferreira, que é adotada pelo IBGE,
diz na edição de 1959: “Pela primeira vez o município foi criado de acordo com
a Lei n° 1068 de 12 de novembro de 1863”.
Liberato Barroso: Liberato Barroso de Souza na verdade era sobrinho, filho de criação do antigo intendente, coronel Antônio Barroso de Souza, e por curiosidade, o autor hospedou-se na sua residência. Dona Maria Pia conta que no dia do julgamento em fato do assassinato da esposa, sua mãe adotiva, Dona Cazuza, dos Francisco Braga (Itapipoca), ameaçou cortar a cabeça de cada jurado caso o filho fosse condenado. (Não confundir com o político Benjamim Liberato Barroso, da rua de Fortaleza)
Aos dez libertadeiros (abolicionistas), referia-se aos fundadores da Persverança e Povir (1879), por onde partiu a bandeira pela libertação dos escravos: Antônio Martins, João Cordeiro, Justiniano de serpa, Isaac do Amaral, Juvenal Galeno, Rodolfo Teófilo, Francisco José do Nascimento, Frederico Borges, Teles Marrocos e ele, Bezerra de Menezes, que pela modéstia não se citou
Liberato Barroso: Liberato Barroso de Souza na verdade era sobrinho, filho de criação do antigo intendente, coronel Antônio Barroso de Souza, e por curiosidade, o autor hospedou-se na sua residência. Dona Maria Pia conta que no dia do julgamento em fato do assassinato da esposa, sua mãe adotiva, Dona Cazuza, dos Francisco Braga (Itapipoca), ameaçou cortar a cabeça de cada jurado caso o filho fosse condenado. (Não confundir com o político Benjamim Liberato Barroso, da rua de Fortaleza)
Aos dez libertadeiros (abolicionistas), referia-se aos fundadores da Persverança e Povir (1879), por onde partiu a bandeira pela libertação dos escravos: Antônio Martins, João Cordeiro, Justiniano de serpa, Isaac do Amaral, Juvenal Galeno, Rodolfo Teófilo, Francisco José do Nascimento, Frederico Borges, Teles Marrocos e ele, Bezerra de Menezes, que pela modéstia não se citou
Antônio Martins:
Antônio Dias Martins Junior. Filho do coronel Antônio Dias Martins e de Francisca Xavier de Albuquerque,
foi um dos mais brilhantes jornalistas cearenses do século XIX, destacando-se
pelo trabalho abolicionista no seu jornal Libertador. Irmão, por parte de pai,
do poeta Álvaro Martins, um dos fundadores do grêmio literário Padaria
Espiritual, e de outros, e membro da Academia Cearense de Letras.
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