Taba dos Anacés
Antônio Sales
Antônio Sales (13/06/1868 a 14/11/1940) |
Documentos jurídicos e
históricos dos municípios envolvidos revelam que a Lei Nº 1235, de 27 de
novembro de 1868, desmembrou Parazinho (Alto Alegre, depois Paracuru) de
Trairi. A data levou-nos a confrontar biografias às evidências peculiares, como o caso do poeta Antônio Sales, um dos fundadores do grêmio
literário Padaria Espiritual, ao lado do trairiense Álvaro Dias Martins.
Miguel Ferreira Sales,
natural de Soure (Caucaia), possuía parentesco com os Sales de Trairi,
inclusive fixando residência na comunidade das Lages antes do nascimento do
filho-poeta. Conseguiu do Senador Pompeu cargo público em Parazinho, onde foi
residir e abrir uma mercearia. Se faltou pouco para Antônio Sales nascer em
Trairi, não impede de se dizer que ele era trairiense, uma vez que veio ao
mundo no dia 13 de junho de 1868, antes da Lei (27 de novembro), quando as citadas
vilas eram subordinadas à terra do amigo de infância Alvarins (Álvaro Martins). Jamais, oficialmente, foi discutida essa realidade.
Parazinho de Pe. Rocha
Pe. João da Rocha. Fundador de Paracuru. Foto Lúcio Damasceno |
Com a invasão das
dunas e seu aterramento, achou relevante o padre local, João Francisco Nepomuceno da Rocha, em construir, a um quilômetro de Parazinho, uma vila que mais tarde se tornou a
progressiva cidade de Paracuru, que tinha entre os seus povoados Passagem do
Tigre, esta tempos depois tomada pelas cheias do rio Curu, surgindo então Paraipaba, hoje próspero
município do Vale do Curu.
Detalhe interessante, com a Lei Nº
1604, de 14 de agosto de 1874, todos passaram a se chamar Nossa Senhora do Livramento (Trairi), Paróquia e Vila, uma hegemonia que durou 16
anos. Época de profunda devoção à Santa portuguesa, cuja imagem chegou à
comunidade através da Sra. Maria Furtado de Mendonça. Muitos estudiosos
defendem essa data, 14 de agosto, como o dia do município de Trairi.
Neco Martins - Fundador de São Gonçalo do Amarante
Com a chegada do Sr.
Manoel Martins de Oliveira e de sua esposa, Dona Filomena, no início do Séc. XX, Anacetaba
começou a se desenvolver. Seu Neco, avô do ex-prefeito Maurício Brasileiro
Martins e tio-avô de Salvador Martins, ex-coletor de Trairi, cedeu o terreno onde foi
construída a capela que levou o nome do Santo de sua devoção, São Gonçalo, e em
torno dela nasceu a vila de São Gonçalo. Como a maioria das famílias que se
fixaram no Vale do Curu, os Martins têm origem do Sertão Central,
especificamente de Quixadá, de onde muitos migraram durante a praga da varíola durante a seca de 1877 e após a crise do algodão, ou
mesmo antes, no auge das charqueadas, nas ribeiras dos grandes rios, como
Acaraú, Mundaú, Siupé e Aracati.
Ig. de São Gonçalo do Amarante. Fundada por Neco Martins |
Artigos:
São Gonçalo do Amarante - Por Overlan Gomes
Correia:
Paracuru - Por Rodolfo Spínola:
Numa antiga e pequena povoação a beira mar,
habitado quase que exclusivamente por pescadores, mas que um dia foi tragado
pelas areias amareladas das dunas de Paracuru, obrigando os moradores a
construir uma nova vila em um local mais alto e seguro.
E foi assim que o Padre João Francisco Nepomuceno da Rocha, nascido no Parazinho, deu início a construção da igreja, edificando ao seu redor as primeiras casas, sendo por esse motivo considerado o “Fundador de Paracuru”.
Em 27 de novembro de 1868, a Lei de nº. 1.235, elevou a categoria de vila à povoação do Parazinho com a denominação de Vila do Paracuru, e território desmembrado de Trairi.
Após a instalação do município já com a denominação de Parazinho, sua história passou a ser marcada por muitas idas e vindas da sede municipal, travando brigas políticas ferrenhas com Trairi e posteriormente com São Gonçalo do Amarante (ex - São Gonçalo e Anacetaba), de acordo com o poder político dos coronéis, que mandavam e desmandavam em seus redutos.
E assim podemos constatar esse tremendo jogo de poder. Em 14 de agosto de 1874, de conformidade com a Lei 1.604, o município de Paracuru foi suprimido, transferindo-se a paróquia e a sede municipal para Trairi que doravante recebeu a denominação de Nossa Senhora do Livramento.
O município voltou a ser restaurado, de acordo com o Decreto nº. 73, de 1º de outubro de 1890, tendo sua sede instalada dia 25 de outubro daquele ano. Em 1921 perde sua autonomia sendo sua sede transferida para São Gonçalo.
Já em 30 de julho de 1926 a sede do município volta a Paracuru, sendo São Gonçalo rebaixado à condição de povoado com a denominação de Anacebata.
Já em setembro de 1828, a Lei nº. 2.589 leva a sede novamente para São Gonçalo, mas em 20 de maio de 1931, Paracuru passou novamente a sede, perdendo mais uma vez essa condição para São Gonçalo em 7 de agosto de 1935.
Foi Paracuru, o local escolhido para observação do eclipse total do Sol, ocorrido em 15 de abril de 1893.
A Paracuru veio duas comissões científicas, uma da Real Sociedade Astronômica de Londres e outra brasileira, chefiada pelo cientista Dr. H. Moritze.
Origem do Topônimo: Primitivamente Paracuru denominou-se Alto Alegre e Parazinho. O nome Paracuru é tupi e significa Lagarto do Mar.
E foi assim que o Padre João Francisco Nepomuceno da Rocha, nascido no Parazinho, deu início a construção da igreja, edificando ao seu redor as primeiras casas, sendo por esse motivo considerado o “Fundador de Paracuru”.
Em 27 de novembro de 1868, a Lei de nº. 1.235, elevou a categoria de vila à povoação do Parazinho com a denominação de Vila do Paracuru, e território desmembrado de Trairi.
Após a instalação do município já com a denominação de Parazinho, sua história passou a ser marcada por muitas idas e vindas da sede municipal, travando brigas políticas ferrenhas com Trairi e posteriormente com São Gonçalo do Amarante (ex - São Gonçalo e Anacetaba), de acordo com o poder político dos coronéis, que mandavam e desmandavam em seus redutos.
E assim podemos constatar esse tremendo jogo de poder. Em 14 de agosto de 1874, de conformidade com a Lei 1.604, o município de Paracuru foi suprimido, transferindo-se a paróquia e a sede municipal para Trairi que doravante recebeu a denominação de Nossa Senhora do Livramento.
O município voltou a ser restaurado, de acordo com o Decreto nº. 73, de 1º de outubro de 1890, tendo sua sede instalada dia 25 de outubro daquele ano. Em 1921 perde sua autonomia sendo sua sede transferida para São Gonçalo.
Já em 30 de julho de 1926 a sede do município volta a Paracuru, sendo São Gonçalo rebaixado à condição de povoado com a denominação de Anacebata.
Já em setembro de 1828, a Lei nº. 2.589 leva a sede novamente para São Gonçalo, mas em 20 de maio de 1931, Paracuru passou novamente a sede, perdendo mais uma vez essa condição para São Gonçalo em 7 de agosto de 1935.
Foi Paracuru, o local escolhido para observação do eclipse total do Sol, ocorrido em 15 de abril de 1893.
A Paracuru veio duas comissões científicas, uma da Real Sociedade Astronômica de Londres e outra brasileira, chefiada pelo cientista Dr. H. Moritze.
Origem do Topônimo: Primitivamente Paracuru denominou-se Alto Alegre e Parazinho. O nome Paracuru é tupi e significa Lagarto do Mar.
Almanach do Ceará 1908 traz curiosidades sobre Paracuru: Sede como Alto Alegre; mantém Parazinho como porto; distâncias em léguas e milhas; malotes dos correios da capital às quintas feiras e retorno de Trairi aos domingos. |
Sede de São Gonçalo do Amarante em 1976 |
Excelente, Lucas Júnior. Penso como você e, inclusive, considero ser Antônio Sales trairiense, pois, na verdade, o lugar onde nasceu, por lei, era na época, território de Trairi. Parabéns por seu maravilhoso trabalho.
ResponderExcluirGrato, meu colega de pesquisas e personalidade cultural de Trairi.
ResponderExcluirBoa noite, tem algum documento que retrata os primeiros nativos entre paracuru e trairi? Se possível eu queria, podasse mim enviar, tenho interesse de escrever sobre o assunto. Estou escrevendo um livro sobre os anacés, sou muito grato se podesse mim ajudar, Meu E-mail/; etinan.com@gmail.com
ResponderExcluirOlá. Pesquiso a origem dos Sales. Você teria mais informações sobre as ascendências de Miguel Ferreira Sales?
ResponderExcluirmeu e-mail é bernardosaguiar@gmail.com.