sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Fortaleza E. C. - Gumercindo, As Cores da Charanga


Jogador de base do Leão (GN)

Ex-jogador, conselheiro e diretor-proprietário do Fortaleza Esporte Clube, Gumercindo fez de tudo pelo seu clube de coração, destacando-se nas contratações e ajudando na causa social, promovendo eventos na sede do clube ao lado do amigo Luiz Rolim Filho. Antônio Alberto Ramalho Rolim, nasceu no bairro do Benfica, em Fortaleza, onde fez estudos primários, logo partindo para os profissionais, no colégio Carlos de Carvalho, formando-se como contador na primeira escola do gênero da cidade, o Fênix Caixeiral, em 1959.


O Comerciante


Pick-up das tintas (GN)
  Cedo, 16 anos, foi trabalhar com seu pai, Gumercindo Maia Gondim, que, afeito à amizades com clientes e comerciantes,  logo lhe indicou, em 1949, como empregado da famosa loja criada pelo Sr. Adolfo Quixadá, primeiro representante cearense  das Tintas Ypiranga, a Quixadá Comercial Importadora, dirigida pelos filhos, tido como funcionário exemplar e talentoso, passando de vendedor à sub chefe de sessão. Contudo, após o falecimento do pai, deu continuidade aos negócios da família, ao lado da mãe, representando as Tintas Ypiranga, Globo S. A., Mineração Indústria e outras marcas . No mesmo endereço da sua fundação, em 1938: Rua Floriano Peixoto, 786. Dali surgia uma empresa que muito ajudou o Clube da Garotada: “O Gumercindo”.


O Jogador




Troféus no seu escritório (GN)
Havia um clube muito famoso e rival do Fortaleza, o Sport Club Maguary, campeão cearense em 1929, 1936 e bi-campeão 1943-44. Por ele, curiosamente de cores preta e branca,  o garoto Gumercindo torceu até a sua extinção, em 1946 (retornou no campeonato de 1972). Em seguida, jovem, Gumercindo, ao lado dos irmãos Moésio e Mozart Gomes, fundou o Prado Futebol Clube, que teve ainda Piolho, jogadores que acabaram se profissionalizando pelo Fortaleza, clube que passou a torcer definitivamente, após entrar nos aspirantes, em 1949. Ainda nesse quadro inferior, jogou pelo Ceará e em seguida, já jogador profissional, pelo América, que possuía dirigentes respeitáveis, como o Dr. José Mário Mamede e Canamari Ribeiro. Tentou vaga no seu clube de coração, mas no Fortaleza só conseguiu titularidade no profissional em alguns jogos. O que ganhava do futebol dava como incentivo aos jovens valores.

A Charanga



A charanga em 1965 (GN)

 Apaixonado, sem perder uma partida, com seus móveis e imóveis pintados em azul, vermelho e branco, passou para a diretoria. Procurando alternativas para atrair recursos financeiros, ousou no trabalho de marketeiro, atraindo sócios. As ações passaram a ser vendidas em três valores, de modo que os sócios-proprietários mantinham o clube na ausência de patrocinadores. Gumercindo incluiu entre eles a família. Já no social, animava os finais de semana sem jogos na Capital com festas no Pici, comandadas por Jackson de Carvalho e Luiz Rolim Filho. Nessa época já havia a sua charanga, fundada em 10 de maio de 1960, coincidindo com o dia do seu aniversário. O nome dela foi uma menção do Dr. Silvio Leite, que considerava Gumercindo o maior torcedor do Fortaleza. Numa tarde daquele ano, no estádio Presidente Vargas, o advogado saudou: “Essa é a Charanga do Gumercindo, nosso maior torcedor!”. Com certeza a maior do Estado, pois seu prestígio a fez participar dos desfiles de carnaval da cidade até o seu final, no início dos Anos 80.



Sem perder o pique, em 1979 (Tribuna do Ceará)


O Diretor


 Em 1965, com o Fortaleza bi-campeão, com um ataque avassalador (Birungueta, Facó, Croinha e Mozart) deu a dica de como ser campeão: “é, antes de tudo, o jogador ser tratado como ser humano. Precisa de uma cobertura total na sua vida particular e completo apoio de toda a diretoria do clube a que pertence para que na venha sofrer de complexo de inferioridade”. Reconheceu que sentiu o drama no ano de 1964, quando teve que intervir com dirigentes que fugiam a esse pensamento. Não mudou o foco, construindo uma vila para alojamento dos jogadores, a qual mantinha, e ali, nas horas vagas, procurava dialogar com os atletas.

Torcendo no Céu


 A partir de 1983, questão particular mudou a vida de Gumercindo, afastando-se do futebol. Faleceu em 1985, no dia do aniversário do seu amado Clube de Glória e Tradição, 18 de outubro, mais um ano de campeonato vencido pelo Leão.

Pesquisa: Jornal Gazeta de Notícias (GN)


Charanga do Gumercindo na geral do Castelão. (Foto Tribuna do Ceará)



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